(FUVEST - 2021 - 2ª FASE)
Considere a função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓(𝑥) = 𝑝 + 𝑞 cos(𝑟𝑥 − 𝑠), em que 𝑝, 𝑞, 𝑟 e 𝑠 são números reais e o cosseno é calculado sobre valores em radianos.
a) Qual é o valor máximo de 𝑓 para o caso em que 𝑝 = 𝑞 = 𝑟 = 𝑠 = 1?
b) Quais são os valores do período e da amplitude de 𝑓, para o caso em que 𝑝 = −1, 𝑞 = 2, 𝑟 = 𝜋 e 𝑠 = 0?
c) Determine valores de 𝑝, 𝑞, 𝑟 e 𝑠 no caso em que o gráfico de 𝑓 é igual ao mostrado na figura a seguir.
Note e adote: A amplitude de uma função é a diferença entre seus valores máximo e mínimo. O gráfico apresentado refere-se somente ao item (c).
Gabarito:
Resolução:
a) Se 𝑝 = 𝑞 = 𝑟 = 𝑠 = 1, então 𝑓(𝑥) = 𝑝 + 𝑞 cos(𝑟𝑥 − 𝑠) => f(x) = 1 + cos(x - 1).
O valor máximo de f seria para quando cos(x-1) fosse máximo e isto acontece para valores de x tais que x - 1 = 2π, pois assim cos(x-1) = cos(2π) = 1.
Daí, f máximo seria igual a f(xmáx.) = 1 + cos(2π) = 1 + 1 = 2.
b) Se 𝑝 = −1, 𝑞 = 2, 𝑟 = 𝜋 e 𝑠 = 0, então 𝑓(𝑥) = 𝑝 + 𝑞 cos(𝑟𝑥 − 𝑠) => f(x) = -1 + 2.cos(πx - 0) => f(x) = -1 + 2.cos(πx).
Para descobrirmos o valor do período devemos fazer f(x) = f(x + T), onde T é o período:
f(x) = -1 + 2.cos(πx) = f(x + T) = -1 + 2.cos(π.(x + T)) => -1 + 2.cos(πx) = -1 + 2.cos(πx + πT) => 2.cos(πx) = 2.cos(πx + πT) => cos(πx) = cos(πx + πT)
Isto implica em πx = πx + πT ou πx + 2kπ = πx + πT. A primeira alternativa nos remonta a T = 0 o que é trivial, porém, período deve ser diferente de zero.
Na segunda alternativa temos que 2kπ = πT => T = 2k. Como período é o menor número que faz f(x) = f(x + T) acontecer, então, o menor k possível é k = 1 => T = 2.
Então o período é T = 2.
Já a amplitude é obtida fazendo a subtração entre os valores em módulo de máximo e de mínimo da função f(x).
Como f(x) = -1 + 2.cos(πx), fica claro que o maior valor é para x = 2, pois aí πx = 2π e cos(πx) = cos(2π) = 1 => f(xmáx.) = -1 + 2 = 1.
Para mínimo, seria x = 1, por exemplo, pois πx = π => cos(πx) = cos(π) = -1 => f(xmín.) = -1 + 2.cos(πx) = -1 + 2.(-1) = -1 - 2 = -3.
Assim, a amplitude é A = |f(xmáx.) - f(xmín.)| = 4.
c)
Pela figura notamos que o gráfico, por ter influência de um cosseno dado que esta função trigonométrica está presente na expressão de f(x), está deslocado 0,5 para a esquerda.
Também conseguimos notar que o mínimo é -2 e o máximo 3. Então, como o máximo de cos(rx - s) é 1, então f(xmáx) = p + q cos(r.x - s) = p + q = 3.
f(xmín.) = p + q cos(r.x - s) = p - q = -2.
Logo, somando estes dois resultados acima: 2p = 1 => p = 1/2 e q = 5/2.
A função fica f(x) = 1/2 + (5/2).cos(r.x - s).
Para x = -0,5: f(-0,5) = -2 = 1/2 + (5/2).cos(-0,5r - s) => 1/2 + (5/2).cos(0,5r + s) = -2 => 5cos(0,5r + s) = -5 => cos(0,5r + s) = -1 => 0,5r + s = π.
Para x = 1,5: f(1,5) = 3 = 1/2 + (5/2).cos(1,5r - s) => 5cos(1,5r - s) = 5 => cos(1,5r - s) = 1 => 1,5r - s = 2π.
Por estas duas equações:
2r = 3π => r = 3π / 2 e s = π/4.
SOLUÇÃO: p = 1/2, q = 5/2, r = 3π / 2 e s = π/4.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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