Questão 70221

(FUVEST - 2022 - 2ª fase)

Texto 1


Disponível em: https: //www.publicitarioscriativos.com/21-propagandas-surpreendentemente-criativas/. Traduzido e adaptado.

Texto 2

Por respeito à natureza, artista Tikuna levou 16 anos para criar um cocar

As primeiras penas de gavião real que conseguiu chegaram em 2005. Um amigo o encontrou na aldeia certa vez e ofereceu algumas penas do animal que tinha encontrado morto no meio do mato tempos antes. "Depois, em 2011, um cacique me disse que tinha algumas também, perguntou se eu queria, eram umas oito. Juntando com as que eu tinha, já dava para fazer um pedaço do cocar", conta José Tikuna.

Para completar a peça, ele precisou contar com mais doações de amigos e conhecidos. José mesmo chegou a rodar pela floresta atrás das penas do bicho, mas não encontrava nada. Os anos passavam, e ele seguia procurando e esperando.

Só em 2014 encontrou novas penas. Dessa vez, um colega o procurou para que ele usasse seus dotes artísticos para criar um amarrador de cabelo com pena. José topou fazer e ainda conseguiu ficar com algumas para colocar em seu cocar.

José lembra das conversas com amigos tocadores de tambor que sempre falam que se um animal ou uma árvore sofreu ou morreu para que conseguissem produzir o instrumento musical, o mínimo que eles deveriam ter é respeito.

Paula Rodrigues. Disponível em https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/09/08/por-respeito-a-natureza-artista-tikuna-levou-16-anos-para-criar-um-cocar.htm. 08/09/2021. Adaptado.

a) Explique o sentido da expressão "mais assustador" no contexto do anúncio, comparando-a com o processo de produção do cocar mencionado na notícia.

b) Aponte a função sintática de "por respeito à natureza" e explique como a expressão contribui para o sentido do título e do texto.

Gabarito:

Resolução:

a) No Texto 1, observa-se a apresentação da imagem de uma barbatana dorsal de um tubarão aparecendo no meio do oceano, a fim de indicar que essa imagem representa perigo, expressando que a qualquer momento o tubarão pode atacar a pessoa que está por perto, algo caracterizado com “assustador”. Por outro lado, o criador do anúncio explora a ideia de que, “mais assustador” do que um tubarão por perto, a ausência dessa espécie marinha representa um risco de perda da biodiversidade ambiental. Esse debate no anúncio é associado com o debate promovido no Texto 2, uma vez que a criação de um cocar por José, sem matar os animais para conseguir sua pena, reproduz a mentalidade de que perder espécies de aves é “mais assustador” que produzir um cocar para demonstrar força e domínio do cacique.

b) A função sintática de “Por respeito à natureza” é de uma oração subordinada adverbial causal, uma vez que, por estar modificando toda a sentença, a expressão possui o valor de um advérbio. Essa expressão é construída de modo a expressar o motivo (isto é, a causa) do artista ter construído um cocar em 16 anos, e não em menos tempo.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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