(FUVEST- 2022 - 2ª fase)
REDAÇÃO
Texto 1:
Por que rimos? Ninguém sabe. O riso tem uma qualidade universal: todas as culturas têm seus contadores de piadas. E, mesmo que a pida tenha graça só para uma cultura, as pessoas reagem sempre da mesma forma. Não importa se a língua é completamente diferente, se a pessoa é da Mongólia, uma aborígene australiano ou um índio tupi, o riso é sempre muito parecido, uma reação física a um estímulo mental.
Marcelo Gleiser. Sobre o riso. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/.
Texto 2:
Para compreender o riso, impõe-se colocá-lo no seu ambeinte natural, que é a sociedade; impõe-se sobretudo determinar-lhe a função útil, que é uma função social (...). O riso deve corresponder a certas exigências da vida comum. O riso deve ter uma significação social.
Henri Bergson. O riso.
Texto 3:
Estudado com lupa há séculos, por todas as disciplinas, o riso esconde seu mistério. Alternadamente agressivo, sarcástico, escarneceador, amigável, sardônico, angélico, tomando as formas da ironia, do humor, do burlesco, do grotesco, ele é multiforme, ambivalente, ambíguo. Pode expressar tanto a alegria pura quando o triunfo maldoso, o orgulho ou a simpatia. É isso que faz sua riqueza e fascinação ou, às vezes, seu caráter inquietante.
Georges Minois. História do riso e do escárnio.
Texto 4:
Talvez o exemplo mais destacado de artista com um uso constante do sorriso ao longo de sua produção seja Yue Minjun, integrnte do chamado Realismo Cínico chinês, que constantemente se autorretrata com sorrisos especialmente exagerados, quase maníacos. Influenciada pela história da arte oriental em sua representação de Buda e pela publicidade, o que sua risada oculta é, na verdade, uma profunda crítica política e social do país onde vive.
https://brasil.elpais.com/verne/2020-06-17/por-que-tao-pouca-gente-sorri-nas-obras-de-arte.html
Texto 5:
Rir é um ato de resistência.
Paulo Gustavo, ator.
Considerrando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: As diferentes faces do riso.
Instruções:
• A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
• Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação.
• Dê um título a sua redação.
Gabarito:
Resolução:
O tema "As diferentes faces do riso" é uma escolha interessante e permite muitas abordagens ao construir a redação.
O primeiro texto motivador aborda a definição do físico Marcelo Gleiser: “reação física a um estímulo mental”.
O segundo texto trata da fala do filósofo Henri Bergson, que atribui uma função e valor social ao riso.
O terceiro texto aponta as diversas formas de manifestação do riso e as suas diversas características.
O quarto texto é um fragmento de uma matéria intitulada “Por que tão pouca gente sorri nas obras de arte”, que analisa e expõe uma obra de um artista: Yue Minjum, integrante do Realismo Cínico Chinês que ficou conhecido por se autorretratar frequentemente com sorrisos exagerados, que na verdade revelavam “uma profunda crítica política e social do país onde vive”.
O quinto texto aborda a fala do ator e humorista Paulo Gustavo, que coloca riso como um “ato de resistência”.
Para a construção do texto, poderíamos reconhecer a presença do riso em suas diversas formas e culturas, apontando sua importância e como pode revelar muito sobre um determinado momento e contexto social e histórico. Poderíamos abordar a pluralidade do riso citando o programa "Greg News", tendo em vista que o comediante Gregório Duvivier traz um olhar crítico e cômico para pautas fundamentais do Brasil e do mundo e vai além para destrinchar temas relevantes de forma acessível e divertida.
Portanto, temos muitas possibilidades de resolução, tendo apenas uma dificuldade de decodificar de maneira correta o enunciado da proposta.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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