Questão 77075

(FUVEST - 2023 - 1ª fase)

 

O filósofo David Hume apresenta a seguinte relação entre sensações (ou, em suas palavras, sentimentos) e ideias:

“Em suma, todos os materiais do pensamento são derivados do nosso sentimento externo e interno. Apenas a mistura e composição destes materiais compete à mente e à vontade. Ou, para me expressar em linguagem filosófica, todas as nossas ideias ou percepções mais fracas são cópias das nossas impressões, ou percepções mais vívidas”.

HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. Lisboa: Imprensa Nacional / Casa da Moeda, 2002.

 

É possível tornar mais clara a concepção de Hume vinculando-a a fatos cotidianos. Qual situação confirma a relação proposta no excerto?

A

Algumas pessoas não sabem de onde vêm os seus sonhos.

B

Uma pessoa com boa memória pode se lembrar mais facilmente das suas ideias.

C

Uma pessoa que nunca experimentou guaraná não pode ter ideia do seu sabor.

D

É possível manter a ideia de um cavalo alado por muito tempo na mente.

E

Comer uma maçã envolve experiências sensoriais.

Gabarito:

Uma pessoa que nunca experimentou guaraná não pode ter ideia do seu sabor.



Resolução:

a) Alternativa incorreta. O trecho não fala sobre sonhos, mas sim sobre sensações.

b) Alternativa incorreta​​​​​​​. O trecho não fala sobre memória, mas sim sobre sensações.

c) Alternativa correta​​​​​​​. Seguindo a ideia do trecho, uma pessoa que não experienciou o gosto do guaraná não poderá ter uma ideia de seu sabor.

d) Alternativa incorreta​​​​​​​. Como não há a experiência real de um cavalo alado, não pode-se manter essa ideia na mente por muito tempo.

e) Alternativa incorreta​​​​​​​. O trecho não fala sobre as experiência sensoriais ao fazer uma ação, mas sim sobre a relação entre a ideia e a experiência.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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