Questão 78819

(FUVEST - 2023)

“Os operários não deviam ser proibidos de pensar. Na época do velho, o mineiro vivia como um animal, enterrado na mina, sem se dar conta do que acontecia. Por isso os ricos podiam chupar o sangue dos operários. Mas esses já estavam acordando. No fundo da terra germinava uma semente, e um belo dia os homens brotariam da terra, um exército de homens que viria restabelecer a justiça. Desde a Revolução Francesa todos os cidadãos não eram considerados iguais?”

ZOLA, Émile. Germinal. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p.58-59.

 

Com base na leitura do excerto do romance naturalista Germinal publicado na França em 1885,

a) indique um tema presente no excerto.

b) cite dois elementos que evidenciem as mudanças em curso na condição dos operários.

c) exponha duas razões pelas quais a Revolução Francesa é mencionada na denúncia das injustiças.

Gabarito:

Resolução:

a) indique um tema presente no excerto.

Temas de possíveis respostas: a Revolução Industrial; a condição de trabalho dos operários nas minas; abuso da burguesia industrial; luta de classes; falsos ideiais burgueses de liberdade da Revolução Francesa.

b) cite dois elementos que evidenciem as mudanças em curso na condição dos operários.

Elementos possíveis de respostas: a tomada de consciência da classe operária; a organização dos setores em forma de resistência e luta pelos direitos; o desenvolvimento das ideologias operárias; os projetos em torno da busca de uma sociedade com justiça social.

c) exponha duas razões pelas quais a Revolução Francesa é mencionada na denúncia das injustiças.

Razões possíveis de resposta: a limitação da cidadania de alguns setores sociais; as mudanças sociais prometidas que não chegaram para esses indivíduos; a falência da igualdade burguesa que fora defendida nesta Revolução; o controle da liberdade de pensamento contrário aos ideais do movimento revolucionário; 



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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