Questão 78822

(FUVEST - 2023)

“A Biblioteca de Alexandria cria um espaço abstrato do qual sábios de origens diversas vão poder apropriar-se. Esse espaço é o do helenismo, horizonte comum de textos, crenças, modelos intelectuais e tradições, que dependem, doravante, de tarefas coletivas – arquivar, editar, comentar, elaborar mapas, escrever a história, recensear. Poder-se-ia dizer que uma das chaves da cultura alexandrina é a relação paradoxal que ela mantém com a memória. A ausência de uma tradição e de uma memória locais explica talvez como a biblioteca, esse lugar de memória artificial, criado por uma política voluntarista, terá podido atrair e reter gregos de todas as origens.”

JACOB, Christian. “Ler para escrever: navegações alexandrinas”. In: BARATIN, Marc e JACOB, Christian. O poder das bibliotecas. Rio de Janeiro: Ed.UERJ, 2000, p.53-54. Adaptado.

 

Com base na leitura do texto, responda às questões:

a) O que foi o helenismo?

b) Cite dois exemplos que indicam a relação entre a cultura alexandrina e a memória.

c) Indique dois elementos que tornaram possível aos pensadores humanistas (séculos XIV-XVI) se apropriarem do patrimônio cultural clássico.

Gabarito:

Resolução:

a) O que foi o helenismo?

O helenismo foi um processo que antecedeu à construção da Biblioteca de Alexandria, fruto de algumas fusões entre valores e aspectos culturais gregos, egípcios e persas, ocorridos após as conquista de Alexandre, o Grande, destes territórios.

b) Cite dois exemplos que indicam a relação entre a cultura alexandrina e a memória.

Possíveis exemplos que indicam essa relação: a própria Biblioteca de Alexandria, que foi um verdadeiro centro de conhecimento e memória, preservando textos e manuscritos de várias culturas; o Museu de Alexandria, que promovia a memória histórica e cultural, realizando exposições e eventos; os próprios filósofos e estudiosos alexandrinos, que contribuíram para a preservação da memória coletiva através de suas teorias e obras; os monumentos e arquitetura, com as construções como o Farol de Alexandria representavam a memória e celebravam eventos históricos.

c) Indique dois elementos que tornaram possível aos pensadores humanistas (séculos XIV-XVI) se apropriarem do patrimônio cultural clássico.

Elementos que poderiam ser elencados: a redescoberta de manuscritos antigos, com a busca e recuperação de textos clássicos perdidos que permitiu acesso direto às obras da Antiguidade; a tradução de obras clássicas para o vernáculo ampliou o acesso e disseminação desses conhecimentos; o estudo aprofundado da língua, mitologia, história e filosofia clássica que facilitou a compreensão e apropriação das obras clássicas; a inspiração nos ideais da Antiguidade, como excelência, valorização do indivíduo, educação e liberdade de pensamento, influenciou o pensamento e produção intelectual dos humanistas.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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