(FUVEST - 2006 - 1 FASE )
Noite de S. João para além do muro do meu quintal.
Do lado de cá, eu sem noite de S. João.
Porque há S. João onde o festejam.
Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite,
Um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos.
E um grito casual de quem não sabe que eu existo.
(Alberto Caeiro, "Poesia".)
Considerando-se este poema no contexto das tendências dominantes da poesia de Caeiro, pode-se afirmar que, neste texto, o afastamento da festa de São João é vivido pelo eu-lírico como
oportunidade de manifestar seu desapreço pelas festividades que mesclam indevidamente o sagrado e o profano.
ânsia de integração em uma sociedade que o rejeita por causa de sua excentricidade e estranheza.
uma ocasião de criticar a persistência de costumes tradicionais, remanescentes no Portugal do Modernismo.
frustração, uma vez que não experimenta as emoções profundas nem as reflexões filosóficas que tanto aprecia.
reconhecimento de que só tem realidade efetiva o que corresponde à experiência dos próprios sentidos.
Gabarito:
reconhecimento de que só tem realidade efetiva o que corresponde à experiência dos próprios sentidos.
a) oportunidade de manifestar seu desapreço pelas festividades que mesclam indevidamente o sagrado e o profano.
não há um desprezo pelo tradicional e pela mistura entre o sagrado e profano na obra de Caeiro.
b) ânsia de integração em uma sociedade que o rejeita por causa de sua excentricidade e estranheza.
ele que rejeita a sociedade e a reduz ao nada, sempre comparando os elementos.
c) uma ocasião de criticar a persistência de costumes tradicionais, remanescentes no Portugal do Modernismo.
o modernismo tem como objetivo o rompimento com os costumes tradicionais.
d) frustração, uma vez que não experimenta as emoções profundas nem as reflexões filosóficas que tanto aprecia.
ele é adepto a não-filosofia, ao não pensar.
e) reconhecimento de que só tem realidade efetiva o que corresponde à experiência dos próprios sentidos.
sua poesia é permeadas pelas sensações puras e simples, e essas correspondem à real experiência.
Dessa maneira, a alternativa correta é a letra [E].
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
Ver questão
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
Ver questão
(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
Ver questão
(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
Ver questão