Questão 14470

(FUVEST - 2008 - 1ª FASE)

Passados quase cinquenta anos da publicação de A terra e o homem no Nordeste (Andrade, 1963), novas dinâmicas instalaram-se na região.
A respeito das dinâmicas espaciais do passado e do presente, nas sub-regiões representadas a seguir, é correto afirmar que

 

A

a Zona da Mata, onde se desenvolveram, no passado colonial, o extrativismo do pau-brasil e a cultura da cana, abriga, hoje, extensas áreas produtoras de grãos, destinados ao mercado externo.

B

o Agreste, ocupado durante os séculos XVIII e XIX por criadores de gado, manteve a mais rígida estrutura agrária do Nordeste, concentrando, hoje, extensos e improdutivos latifúndios.

C

o Sertão, devido às suas características físico-naturais e apesar de sucessivas políticas públicas de combate às secas e incentivo ao desenvolvimento agrícola, mantém sua economia restrita a atividades tradicionais.

D

a Zona da Mata, antes lugar de "plantation" colonial, escravista, concentra, hoje, a produção industrial regional, distribuída espacialmente na forma de manchas, no entorno de algumas capitais.

E

o Agreste, caracterizado, no início da colonização, como região de pequena propriedade e de agricultura de subsistência, concentra, hoje, os maiores e mais dinâmicos complexos agroindustriais da região.

Gabarito:

a Zona da Mata, antes lugar de "plantation" colonial, escravista, concentra, hoje, a produção industrial regional, distribuída espacialmente na forma de manchas, no entorno de algumas capitais.



Resolução:

 A) INCORRETA- Não ocorre grande produção de grãos na Zona da mata nos dias atuais. Ocorre cultivo do cacau, extração de petróleo e indústrias petroquímicas e produção de cana-de-açúcar.

B) INCORRETA - Não concentra extenso e improdutivos latifúndios na região hoje em dia. A principal atividade econômica nos trechos mais secos do agreste é a pecuária extensiva; nos trechos mais úmidos é a agricultura de subsistência e a pecuária leiteira. Predominam as pequenas e médias propriedades com o cultivo do algodão, do café e do sisal (planta da qual se extrai uma fibra utilizada para fabricar tapetes, bolsas, cordas, etc.).

C)INCORRETA- A economia não é restrita a atividades tradicionais. No vale do rio São Francisco, muito aproveitado com a construção de barragens e usinas hidrelétricas do Centro-Sul ao Nordeste, a maior parte das várzeas ainda continua mal aproveitada. Nas últimas décadas, vêm sendo implantados, com sucesso, alguns projetos agropecuários que estão se destacando pela fruticultura irrigada, com produção intensiva de melões, mamões, cítricos e uvas, entre outros.

D) CORRETA: Por ter um dos climas mais amenos da região, concentra a maior parte da população, o que propiciou mair urbanização e industrialização. 

E) INCORRETA - Não concentra os maiores nem mais dinâmicos complexos da região. É concentrado na Zona da Mata.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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