(FUVEST - 2010 - 1ª FASE )
Texto para as questões 20 e 21
Belo Horizonte, 28 de julho de 1942. Meu caro Mário, Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você tudo o que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear.
Fernando Sabino.
No texto, o conectivo “se bem que” estabelece relação de
conformidade.
condição.
concessão
alternância
consequência.
Gabarito:
concessão
A) INCORRETA: pois “se bem que” não é um conectivo de conformidade, mas os conectivos que se encaixam nessa definição são: Da mesma forma, igualmente, assim também, semelhantemente, do mesmo modo, similarmente, analogamente, de maneira idêntica, por analogia, de conformidade com, segundo, conforme, tal qual, tanto quanto, assim como, bem como, como se.
B) INCORRETA: pois mesmo que na conjunção “se bem que” tenha o elemento “se” que naturalmente expressa condição, a conjunção não tem esse sentido. Para expressar condição, utilizam-se os conectivos: se, caso, desde que, contanto que, a menos que, a não ser que, sem que.
C) CORRETA: pois o conectivo “se bem que” expressa exatamente a ideia de concessão, ou seja, uma ideia de contrariedade ao que foi dito anteriormente, mas que não impede a ocorrência da ação já dita. Outros conectivos possuem o mesmo sentido, como podemos ver em: embora, mesmo que, se bem que, apesar de, ainda assim, etc.
D) INCORRETA: pois os conectivos de alternância são muito específicos que, na sua maioria dos casos, são intercalados entre os elementos da sentença. O “se bem que” não possui essa ideia, mas outros conectivos que podem ser colocados são: ou; ou… ou; ora… ora; quer… quer; em alternativa (em que nas reticências [...] se coloca um dos elementos alternados).
E) INCORRETA: pois o elemento “se bem que” não pode, em nenhuma hipótese, exprimir uma ideia de consequência dentro de si. A título de comparação, os conectivos de consequência são: por conseguinte, por consequência, como resultado, por causa de, por isso, em virtude de, de fato, assim, com efeito, etc.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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