(FUVEST - 2010 - 2 fase - Questão 18)
O texto (I) e a imagem (II) abaixo foram produzidos por viajantes europeus que estiveram no Brasil na primeira metade do século XIX e procuraram retratar aspectos da sociedade que aqui encontraram.
I: “Como em todas as lojas, o mercador se posta por trás de um balcão voltado para a porta, e é sobre ele que distribui aos bebedores a aguardente chamada cachaça, cujo sabor detestável tem algo de cobre e fumaça.”
Auguste de Saint-Hilaire, 1816.
II:
Indique elementos ou indícios presentes no texto ou na imagem que sinalizem características da época relativas a
a) fontes de energia.
b) processos de industrialização.
c) vida urbana.
Gabarito:
Resolução:
a) A referência à cachaça, junto ao seu sabor “de cobre e fumaça”, pode ser interpretada como uma sinalização ao processo de fabricação de aguardente, que tinha como fonte de energia a lenha (por meio das fornalhas), além da tração animal e do moinho hidráulico
b) O processo de industrialização girava em torno do engenho de açúcar e, portanto, se baseava na agromanufatura (açucareira) — diferentemente do contexto de Revolução Industrial, pautado pela maquinofatura. Isso é expresso principalmente no texto. Ademais, a referência à cachaça e ao seu sabor sinaliza que a produção envolvia a obtenção de energia térmica, por meio de fornalhas, no processo.
c) No texto e na imagem percebemos que a vida urbana da época era pautada pelo pequeno comércio e pela utilização de mão-de-obra escravizada. A escravizada vendendo alimentos em um tabuleiro, inclusive, retratando na imagem a questão dos “negros de ganho”, enquanto se percebe que as mulheres brancas eram restritas ao ambiente doméstico, e que os mercadores (referenciados no texto e na imagem) marcavam presença no cenário urbano.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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