(FUVEST 2015 - 2 fase) Responda ao que se pede
a) Qual é a relação entre o “sistema de filosofia” do “Humanitismo”, tal como figurado nas Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e as correntes de pensamento filosófico e científico presentes no contexto histórico-cultural em que essa obra foi escrita? Explique resumidamente.
b) De que maneira, em O cortiço, de Aluísio Azevedo, são encaradas as correntes de pensamento filosófico e científico de grande prestígio na época em que o romance foi escrito? Explique sucintamente.
Gabarito:
Resolução:
a) Os pressupostos do "Humanitismo" de Quincas Borba fazem, sob a ótica machadiana, uma revisão irônica e crítica de certos princípios filosóficos em voga no século XIX. O Evolucionismo, que fundou a "lei do mais forte" e o Positivismo, que, em algumas correntes, defendeu o progresso científico e humano como bens máximo, se unem na ideia do "Humanitas", a essência competitiva inerente e necessária à existência humana. A "vida de luta" defendida por Quincas Borba reflete o espírito de uma sociedade cada vez mais competitiva e auto-centrada que florescia nos oitocentos a nível brasileiro e internacional.
b) Diferente da proposta machadiana, Aluísio de Azevedo como autor naturalista não questiona, mas sim estetiza correntes científicas que estavam em voga no final do século XIX. A ideia de um determinismo social - que defendia a influência de aspectos de raça, nacionalidade e do meio no caráter e na personalidade dos indivíduos - se apoia em doutrinas do Determinismo biológico, Lamarckismo, entre outros. Além disso procedimento narrativo filia-se à proposta de um experimentalismo, em que o enredo de uma obra deve servir como revelação de uma tese científico-filosófica de seu autor.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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