(Fuvest Segunda Fase - 2017) A ideia do direito à cidade não surge fundamentalmente de diferentes caprichos e modismos intelectuais. Surge basicamente das ruas, dos bairros, como um grito de socorro e amparo das pessoas oprimidas em tempos de desespero.
David Harvey, Cidades rebeldes, Martins Editora, 2014. Adaptado.
O autor se refere a uma série de movimentos sociais urbanos da atualidade que têm tomado as ruas, em várias cidades no mundo, transformando o espaço público em um palco de lutas sociais, em busca de direitos. Segundo Lúcio Kowarick (Escritos urbanos, Editora 34, 2000), movimentos sociais urbanos são forças coletivas que se organizam e se mobilizam tendo como pauta de reivindicação soluções para os problemas específicos da vida nas cidades.
a) Considerando as informações apresentadas, identifique duas demandas por direitos pelos quais os movimentos sociais urbanos no Brasil têm se mobilizado no século XXI. Justifique.
b) No Brasil, os movimentos sociais urbanos atuais apresentam diferenças em relação aos do passado, sobretudo os das décadas de 1980 e 1990. Indique duas características dos movimentos sociais urbanos do século XXI que diferem das dos movimentos das décadas de 1980 e 1990
Gabarito:
Resolução:
A) Os movimentos sociais se encarregam de reivindicar direitos para as camadas mais vulneráveis da sociedade, marginalizadas e invisibilizadas pelo estado em quaisquer magnitudes ou esferas. No século XXI, no Brasil, vários movimentos sociais urbanos reivindicando direitos ganharam força e as ruas para exigir melhoria e serviços que realmente atendessem as demandas da população, como o transporte público de qualidade para trabalhadores e estudantes que se deslocam por grandes distâncias diariamente; direito a moradia, com o inchaço das cidades após êxodo rural e intensa industrialização, o que gerou cortiços e aglomerados irregulares nas periferias dos centros urbanos, industriais e a especulação imobiliária; movimentos por uma educação pública de qualidade e acessível também se intensificaram, assim como pelo direito a segurança alimentar e saúde pública.
B) As diferenças apresentadas nos movimentos sociais que permeiam no Brasil atualmente e os que emergiam em 1980 – 90 são o cunho/motivação das manifestações populares. No período citado as reivindicações clamavam por democracia, já que o país passava por um período de instabilidade advindo da ditadura militar pós golpe de 64, além de reinvidar democracia os movimentos também pediam liberdade de expressão, de imprensa e eleições diretas. A diferença que podemos salientar dos movimentos atuais são as exigências para cumprimento dos serviços prestados ao povo, dos direitos básicos e coloca em pauta os grupos apagados e marginalizados, como as minorias, além da transparência na prestação de contas dos serviços públicos.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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