Questão 35078

(FUVEST - 2018)

Neste texto, o autor descreve o fascínio que as descobertas em Química exerciam sobre ele, durante sua infância.

Eu adorava Química em parte por ela ser uma ciência de

transformações, de inúmeros compostos baseados em algumas

dúzias de elementos, eles próprios fixos, invariáveis e eternos. A

noção de estabilidade e de invariabilidade dos elementos era

psicologicamente crucial para mim, pois eu os via como pontos         5

fixos, como âncoras em um mundo instável. Mas agora, com a

radioatividade, chegavam transformações das mais incríveis.

(...)

A radioatividade não alterava as realidades da Química

ou a noção de elementos; não abalava a ideia de sua                       10

estabilidade e identidade. O que ela fazia era aludir a duas

esferas no átomo – uma esfera relativamente superficial e

acessível, que governava a reatividade e a combinação química,

e uma esfera mais profunda, inacessível a todos os agentes

químicos e físicos usuais e suas energias relativamente                   15

pequenas, onde qualquer mudança produzia uma alteração

fundamental de identidade.

        Oliver Sacks, Tio Tungstênio: Memórias de uma infância química.

De acordo com o autor

A

o trecho “eles próprios fixos, invariáveis e eternos” (L. 3) remete à dificuldade para a quebra de ligações químicas, que são muito estáveis.

B

“esfera relativamente superficial” (L. 12) e “esfera mais profunda” (L. 14) dizem respeito, respectivamente, à eletrosfera e ao núcleo dos átomos.

C

“esfera relativamente superficial” (L. 12) e “esfera mais profunda” (L. 14) referemse, respectivamente, aos elétrons da camada de valência, envolvidos nas reações químicas, e aos elétrons das camadas internas dos átomos, que não estão envolvidos nas reações químicas.

D

as energias envolvidas nos processos de transformação de um átomo em outro, como ocorre com materiais radioativos, são “relativamente pequenas” (L. 15-16).

E

a expressão “uma alteração fundamental de identidade” (L. 16-17) relaciona-se à capacidade que um mesmo átomo tem de fazer ligações químicas diferentes, formando compostos com propriedades distintas das dos átomos isolados.

Gabarito:

“esfera relativamente superficial” (L. 12) e “esfera mais profunda” (L. 14) dizem respeito, respectivamente, à eletrosfera e ao núcleo dos átomos.



Resolução:

a) Incorreta. A referência é aos elementos químicos e não às ligações. Além de que nem toda ligação química é estável.

b) Correta. A “esfera relativamente superficial” seria eletrosfera do átomo e a “esfera mais profunda” seria o núcleo.

c) Incorreta. A esfera mais profunda é o núcleo.

d) Incorreta. As transformações nucleares, como a fissão e fusão nuclear, são altamente energéticas.

e) Incorreta. A “alteração fundamental de identidade” seria uma reação nuclear no qual o átomo de um elemento se transformaria em um átomo de outro elemento.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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