Questão 35292

(FUVEST - 2019 - 1ª FASE)

Seria difícil encontrar hoje um crítico literário respeitável  que gostasse de ser apanhado defendendo como uma ideia a  velha antítese estilo e conteúdo. A esse respeito prevalece um  religioso consenso. Todos estão prontos a reconhecer que estilo  e conteúdo são indissolúveis, que o estilo fortemente individual  de cada escritor importante é um elemento orgânico de sua  obra e jamais algo meramente “decorativo”.  Na prática da crítica, entretanto, a velha antítese persiste  praticamente inexpugnada.    

Susan Sontag. “Do estilo”. Contra a interpretação.

Consideradas no contexto, as expressões “religioso consenso”,  “orgânico” e “inexpugnada”, sublinhadas no texto, podem ser  substituídas, sem alteração de sentido, respectivamente, por:   

A

místico entendimento; biológico; invencível.  

B

piedoso acordo; puro; inesgotável.

C

secular conformidade; natural; incompreensível.

D

fervorosa unanimidade; visceral; insuperada.

E

espiritual ajuste; vital; indomada.

Gabarito:

fervorosa unanimidade; visceral; insuperada.



Resolução:

Esta é uma questão de sinonímia em que a validação do campo semântico contextual é importante. No contexto comunicacional: “religioso consenso” diz respeito ao acordo fervoroso do crítico ao autor, uma vez que o primeiro não mais deseja ser taxado como antiquado e desatualizado. “Elemento orgânico” refere-se as peculiaridades do autor em suas obras, sendo, pois, algo visceral, arraigado e  jamais um elemento de adorno e enfeite e  “prática inexpugnada”  refere-se ao que de fato acontece: apesar de os críticos serem não gostarem de admitir a associação estilo do autor e conteúdo, essa antítese ainda não foi superada.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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