Questão 35273

(FUVEST - 2019 - 1ª FASE)

Sim, estou me associando à campanha nacional contra os verbos que acabam em "ilizar". Se nada for feito, daqui a pouco eles serão mais numerosos do que os terminados simplesmente em "ar". Todos os dias os maus tradutores de livros de  marketing e administração disponibilizam mais e mais termos infelizes, que imediatamente são operacionalizados pela mídia,  reinicializando palavras que já existiam e eram perfeitamente claras e eufônicas. 

A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos, com currículo de ótimos serviços prestados, estão a ponto de  cair em desgraça entre pessoas de ouvidos sensíveis. Depois que você fica alérgico a disponibilizar, como você vai admitir,  digamos, "viabilizar"? É triste demorar tanto tempo para a gente se dar conta de que "desincompatibilizar" sempre foi um palavrão. 

FREIRE, Ricardo. Complicabilizando. Época, ago. 2003.

Com base no texto, é correto afirmar:

A

A “campanha nacional” a que se refere o autor tem por  objetivo banir da língua portuguesa os verbos terminados  em “ilizar”. 

B

O  autor  considera  o  emprego  de  verbos  como  “reinicializando” (L. 7) e “viabilizar” (L. 13) uma verdadeira  “doença”. 

C

A maioria dos verbos terminados em “(i)lizar”, presentes no  texto, foi incorporada à língua por influência estrangeira. 

D

O  autor,  no  final  do  primeiro  parágrafo,  acaba  usando  involuntariamente os verbos que ele condena.

E

Os prefixos “des” e “in”, que entram na formação do verbo “desincompatibilizar” (L. 14), têm sentido oposto, por isso o  autor o considera um "palavrão”.

Gabarito:

A maioria dos verbos terminados em “(i)lizar”, presentes no  texto, foi incorporada à língua por influência estrangeira. 



Resolução:

O autor do texto aponta logo no primeiro parágrafo que a maioria dos verbos terminados em i(lizar) são trazidos à língua portuguesa por meio de traduções ruins de livros de administração e marketing, ou seja, influenciados pela língua estrangeira.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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