Questão 59408

(FUVEST - 2021 - 1ª Fase)

[No Brasil], a transição da predominância indígena para a africana na composição da força de trabalho escrava ocorreu aos poucos ao longo de aproximadamente meio século. Quando os senhores de engenho, individualmente, acumulavam recursos financeiros suficientes, compravam alguns cativos africanos, e iam acrescentando outros à medida que capital e crédito tornavam-se disponíveis. Em fins do século XVI, a mão de obra dos engenhos era mista do ponto de vista racial, e a proporção foi mudando crescentemente em favor dos africanos importados e sua prole. 

Stuart Schwartz, Segredos inteiros. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p.68.

Com base na leitura do trecho e em seus conhecimentos, pode-se afirmar corretamente que, no Brasil, 

A

a implementação da escravidão de origem africana não fez desaparecer a escravidão e indígena, pois o emprego de ambas podia variar segundo épocas e regiões específicas. 

B

do ponto de vista senhorial, valia a pena pagar mais caro por escravos africanos porque estes viviam mais do que os escravos indígenas, que eram mais baratos. 

C

o comércio de escravos africanos foi incompatível com o comércio de indígenas porque eram exercidos por diferentes traficantes, que concorriam entre si. 

D

havia créditos disponíveis para a compra de escravos africanos, mas não de escravos indígenas, pois a Igreja estava interessada na manutenção de boas relações com os nativos. 

E

a escravização dos indígenas pelos portugueses foi inviabilizada pelo fato de que os povos nativos americanos eram contrários ao aprisionamento de seres humanas. 

Gabarito:

a implementação da escravidão de origem africana não fez desaparecer a escravidão e indígena, pois o emprego de ambas podia variar segundo épocas e regiões específicas. 



Resolução:

a) a implementação da escravidão de origem africana não fez desaparecer a escravidão e indígena, pois o emprego de ambas podia variar segundo épocas e regiões específicas. 

Correta.  

b) do ponto de vista senhorial, valia a pena pagar mais caro por escravos africanos porque estes viviam mais do que os escravos indígenas, que eram mais baratos. 

Incorreta.  Tal fator não é registrado na história do Brasil. 

c) o comércio de escravos africanos foi incompatível com o comércio de indígenas porque eram exercidos por diferentes traficantes, que concorriam entre si. 

Incorreta. O comércio de escravos africanos foi incompatível com o comércio de indígenas porque a coroa portuguesa era contrária à escravização dos nativos, passando sua tutela às ordens religiosas católicas.

d) havia créditos disponíveis para a compra de escravos africanos, mas não de escravos indígenas, pois a Igreja estava interessada na manutenção de boas relações com os nativos. 

Incorreta.  A Igreja controlava a vida dos nativos por meio das ordens religiosas e sob o processo de aculturação na colônia, estas também faziam a "proteção" dos indígenas contra a escravização. 

e) a escravização dos indígenas pelos portugueses foi inviabilizada pelo fato de que os povos nativos americanos eram contrários ao aprisionamento de seres humanas. 

Incorreta. Tal aspecto não se faz presente na história do Brasil. Os indígenas também tinham, em algumas de suas variadas etnias, escravagismo.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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