Questão 59419

(FUVEST - 2021 - 1ª FASE)

Um dos indicadores de qualidade de mel é a presença do composto orgânico hidroximetilfurfural (HMF), formado a partir de certos  açúcares, como a frutose (C6H12O6). A tabela resume os teores de HMF permitidos de de acordo com a legislação brasileira e recomendações internacionais. 

Uma das possíveis rotas para a formação do HMF a partir da frutose é mostrada, de forma simplificada, no esquema:

Nas setas, são mostradas as perdas de moléculas ou grupos químicos em cada etapa. Por exemplo, entre as espécies 1 e 2, ocorrem  a saída de uma molécula de água e a formação de uma ligação dupla entre carbonos.

Um frasco contendo 500 g de mel produzido no Brasil foi analisado e concluiu-se que 0,2 milimol de frutose foi convertido em HMF. Considerando apenas esse parâmetro de qualidade e tendo como referência os teores recomendados por órgãos nacionais e internacionais, mostrados na tabela, é correto afirmar que esse mel

 

Note e adote:

Massa molar (g/mol): HMF = 126

Desconsidere qualquer possibilidade de contaminação do mel por fonte externa de HMF.

A

é recomendado como mel de mesa, assim como para outros usos que se façam necessários, segundo a legislação brasileira.

B

não pode ser usado como mel de mesa, mas pode ser usado para fins industriais, segundo a legislação brasileira.

C

pode ser usado para fins industriais, segundo a legislação brasileira, mas não deveria ser usado para nenhum fim, segundo a recomendação internacional.

D

não pode ser usado nem como mel de mesa nem para fins industriais, segundo a legislação brasileira, mas poderia ser utilizado segundo a recomendação internacional.

E

não pode ser usado para qualquer aplicação, tanto segundo a legislação brasileira quanto segundo a recomendação internacional.

Gabarito:

não pode ser usado como mel de mesa, mas pode ser usado para fins industriais, segundo a legislação brasileira.



Resolução:

É preciso calcular qual o teor de HMF presente no mel, para definir, segundo a tabela, qual a sua recomendação segundo a legislação vigente.

Segundo a equação química, a proporção entre frutose e HMF é 1:1. 

Portanto, se 0,2 mmol de frutose foi convertido em HMF, significa que foram formados 0,2 mmol de HMF.

Segundo os dados da questão, a massa molar do HMF é 126 g. Então, a massa presente em 0,2 mmol (0,00002 mol) é igual a:

1 mol de HMF ------------- 126 g

0,0002 mol de HMF ---- mHMF

mHMF = 0,0252 g de HMF

Essa massa de HMF está presente em 500 g de mel. Como os dados da tabela são para 1 kg de mel (1000 g) é preciso calcular a massa de HMF presente em 1 kg:

0,0252 g de HMF -------- 500 g de mel

m'HMF ----------------------- 1000 g de mel

m'HMF = 0,0504 g 

Portanto, o teor de HMF é de 0,0504 g/kg de mel, que pode ser reescrito como 50,4 mg/kg de mel.

Segundo a tabela, esse teor é apropriado para uso industrial no Brasil. Já a recomendação internacional é que pode ser utilizado para produção de mel em países de clima tropical.

Analisando cada uma das alternativas:

[A] Incorreta. Segundo a legislação brasileira o limite do teor de HMF, para ser utilizado como mel de mesa, é 40 mg/kg.

[B] Correta. O mel não pode ser utilizado como mel de mesa porque o teor é maior do que 40 mg/kg, mas pode ser utilizado para usos industriais, já que o limite do teor é de 60 mg/kg.

[C] Incorreta. Segundo a recomendação internacional, podem ser utilizados para utilização de mel com teores de até 80 mg/kg.

[D] Incorreta. Segundo a legislação brasileira ele pode ser utilizado como mel industrial.

[E] Incorreta. Pode ser utilizado para mel industrial, segundo a legislação brasileira, e para utilização de mel produzido em países tropicais segundo a legislação internacional.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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