Questão 60224

(FUVEST - 2021 - 2 fase)

Leia os textos para responder à questão.

 

Texto 2

Uma dentre varias equações que fundam o Brasil enquanto país é: governar é produzir incêndios. Marcado por uma ideia de modernidade impulsionada pela crença de que modernizar é tomar posse de um terreno baldio, amorfo, pretensamente sem culturas autóctones ditas desenvolvidas, a fim de torná-lo "produtivo", o Brasil foi criado por incêndios. Diante das queimadas que agora retornam, devemos nos lembrar que a destruição pelo fogo é nossa maior herança colonial.

V. Safatle, "Governar é produzir incêndios". Adaptado.

 

a) Reescreva o fragmento "pretensamente sem culturas autóctones ditas desenvolvidas", substituindo as palavras sublinhadas por outras de sentido equivalente.

b) Explique por que tanto o enunciado "É fogo!", no texto 1, quanto "governar é produzir incêndios", no texto 2, apresentam mais de um sentido no contexto em que foram empregados.

Gabarito:

Resolução:

a) “Aparentemente sem culturas consideradas desenvolvidas”

b) As expressões possuem dois sentidos, pois “é fogo!” é uma expressão que pode indicar tanto o fogo real, sendo utilizada em casos de incêndio, para alertar outras pessoas e, também, é uma expressão muito utilizada na linguagem coloquial, para expressar que algo, alguém ou algum comportamento é difícil ou inadequado, por exemplo, quando uma pessoa é contrariada. Já a expressão, “governar é produzir incêndios” possui o sentido literal, de que os governantes brasileiros ao longo do tempo foram guiados por uma ideia de modernização que busca aumentar a produção, e para isso desmata e provoca queimadas na natureza a fim de tornar o solo mais rico em nutrientes e minerais e limpo, e, também, o sentido figurado de incêndio, como uma metáfora para confusão, caos, algo que progressivamente marcou a história política brasileira.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

Ver questão

Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

Ver questão

Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

Ver questão

Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

Ver questão