Questão 69287

(FUVEST- 2022 - 1ª fase)

O IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro envidaram esforços no sentido de deixar exposta para a contemplação da população parte do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, com o objetivo de apresentar ao visitante, através daquele pequeno, mas representativo espaço, a materialização do momento mais trágico da nossa história, fazendo com que ele não seja esquecido. (...)
A história do Cais do Valongo e do seu entorno está indissoluvelmente ligada à história universal, por tersido a porta de entrada do maior volume de africanos escravizados nas Américas. O Rio de Janeiro era, então, a mais afro-atlântica das cidades costeiras do território brasileiro (...).

Disponível em http://portal.iphan.gov.br/.

O texto integra a proposta elaborada pelo IPHAN, em 2016, para inscrição do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo na lista do Patrimônio Mundial. Com base no documento, a história do Cais do Valongo se entrelaça à história universal, pois se relaciona ao 

A

tráfico de africanos escravizados para a América de colonização portuguesa.

B

Rio de Janeiro como única cidade escravista das Américas na época colonial.

C

trabalho de escavação realizado por arqueólogos estrangeiros no passado.

D

fluxo de escravizados do Brasil para outras partes das Américas, após as independências.

E

esforço do IPHAN para silenciar a história da escravidão no mundo atlântico.

Gabarito:

tráfico de africanos escravizados para a América de colonização portuguesa.



Resolução:

a) tráfico de africanos escravizados para a América de colonização portuguesa.

Correta.  

b) Rio de Janeiro como única cidade escravista das Américas na época colonial.

Incorreta. O Rio não era a única cidade escravista no Brasil colonial. 

c) trabalho de escavação realizado por arqueólogos estrangeiros no passado.

Incorreta. O trabalho de escavação, quando bem-sucedido, promove o conhecimento de fontes que embasam narrativas históricas. Isto é, esta prática não está necessariamente ligada à História Universal, já que esta, pode ser empenhada por múltiplas fontes, vozes e narrativas.  

d) fluxo de escravizados do Brasil para outras partes das Américas, após as independências.

Incorreta. O texto mensura a escravidão como constituinte universal da sociedade - mais especificamente, no que concerne á sociedade moderna, em que essa prática era empenhada com maior ênfase. Ou seja, não há menção direta ao contexto posterior à independência, mas sim, ao momento em que a exploração do trabalho escravizado foi predominante no Brasil e no mundo. 

e) esforço do IPHAN para silenciar a história da escravidão no mundo atlântico.

Incorreta. O texto infere uma atuação justamente contrária do IPHAN: a de buscar registros e fontes que embasem narrativas históricas relacionadas à escravidão. 



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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