Questão 69292

(FUVEST - 2022 - 1ª fase) 

TEXTO PARA A QUESTÃO.

A taxação de livros tem um efeito cascata que acaba custando caro não apenas ao leitor, como também ao mercado editorial – que há anos não anda bem das pernas – e, em última instância, ao desenvolvimento econômico do país. A gente explica. Taxar um produto significa, quase sempre, um aumento no valor do produto final. Isso porque ao menos uma parte desse imposto será repassada ao consumidor, especialmente se considerarmos que as editoras e livrarias enfrentam há anos uma crise que agora está intensificada pela pandemia e não poderiam retirar o valor desse imposto de seu já apertado lucro. Livros mais caros também resultam em queda de vendas, que, por sua vez, enfraquece ainda mais editoras e as impede de investir em novas publicações – especialmente aquelas de menor apelo comercial, mas igualmente importantes para a pluralidade de ideias. Já deu para perceber a confusão, não é? Mas, além disso, qual seria o custo de uma sociedade com menos leitores e menos livros?

Taís Ilhéu. “Por que taxar os livros pode gerar retrocesso social e econômico
no país”. Guia do Estudante. Setembro/2020. Adaptado.

De acordo com o texto, os eventos sequenciais aos quais alude a expressão “efeito cascata” são:

A

livros mais caros, decréscimo de vendas, estímulo às editoras, supressão de investimento em novas publicações.

B

aumento do valor do produto final, queda de vendas, encolhimento das editoras, aumento do investimento em novas obras.

C

livros mais caros, instabilidade nas vendas, enfraquecimento das editoras, expansão das publicações.

D

aumento do valor do produto final, contração nas vendas, esgotamento das editoras, falta de investimento em novas publicações

E

livros mais caros, equilíbrio nas vendas, diminuição das editoras, carência de investimento em novas publicações

Gabarito:

aumento do valor do produto final, contração nas vendas, esgotamento das editoras, falta de investimento em novas publicações



Resolução:

[D]

A autora expõe, no texto, uma espécie de "efeito dominó", ou "cascata" que decorre da taxação de livros, sintetizada ao final: "Livros mais carostambém resultam em queda de vendas2, que, por sua vez, enfraquece ainda mais editoras3 e as impede de investir em novas publicações4". É justamente o que se coloca na letra [D]: o aumento do valor do produto (1) leva a contração nas vendas (2) que gera um esgotamento editorial (3) que impede novas publicações (4). 

Sobre as demais afirmativas

a) livros mais caros, decréscimo de vendas, estímulo às editoras (as editoras são desestimuladas por questões financeiras), supressão de investimento em novas publicações.

b) aumento do valor do produto final, queda de vendas, encolhimento das editoras, aumento do investimento em novas obras (há menos investimento em novas publicações).

c) livros mais caros, instabilidade nas vendas, enfraquecimento das editoras, expansão das publicações (o enfraquecimento das editoras inibe publicações).

e) livros mais caros, equilíbrio nas vendas (não há equilíbrio nas vendas, e sim queda), diminuição das editoras, carência de investimento em novas publicações



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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