Questão 78780

(FUVEST - 2023)

Considere os textos e responda à questão:

 

 

a) Em que consiste a ironia da imagem do texto 1 quando associada ao uso do termo “infográfico”?

b) Considerando a crítica veiculada pela charge, assinale a relação entre o texto 2 e o símbolo de “frágil” impresso na imagem do papelão do texto 1.

Gabarito:

Resolução:

A) A imagem da charge é irônica porque, considerando a expressão verbal “infográfico: desigualdade de renda no Brasil” que a acompanha, espera-se uma representação visual mais convencional e comum do gênero infográfico, composta por gráficos e textos em que se expressariam números ou porcentagens da desigualdade e não o que de fato o cartunista apresenta. Sugerindo uma comparação com um gráfico de barras, há duas pilhas, uma de dinheiro e outra de papelão. A de dinheiro, bem maior do que a outra, é constituída por várias cédulas e um homem sobre elas, que parece ser rico em razão de alguns símbolos que o acompanham além do dinheiro, como o charuto e o tipo de vestimenta, além do fato de ele ocupar o topo das cédulas e aparentar estar bem feliz. A outra pilha, bem menor, é formada por algumas caixas de papelão desmontadas e um homem sobre elas, que, ao contrário do homem rico, é retratado vestido apenas com um short, com um semblante entristecido, sugerindo ser uma pessoa pobre, sem bens e que, provavelmente, vive em situação de rua. A charge, dessa maneira, pretende apresentar uma crítica socioeconômica à desigualdade de renda no Brasil, tendo como base o formato de um infográfico.

 

B) No texto 1, o símbolo de frágil impresso nas caixas de papel associa-se ao homem pobre que está sobre elas. Colocado em contraste com o homem que está no topo da pilha de dinheiro, ele mesmo seria o objeto frágil contido nas caixas: uma pessoa fraca, pobre, que provavelmente vive na rua, o que é sugerido pelo papelão, que serviria para forrar o chão onde ele dorme, e pelo lixo disposto ao seu redor.

Já no texto 2, a imagem de duas mãos carregando uma caixa se contrapõe à imagem do texto 1 do homem fraco e abandonado, já que se sugere, dessa vez, que o que é Trágil precisa ser cuidado. Isso pode ser visto na posição das mãos em formato de concha, na imagem do texto 2, que fazem um gesto de aconchego, abrigando e protegendo o que é frágil.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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