Questão 78781

(FUVEST - 2023)

Leia o texto e responda à questão:

 

  Cê quer saber? Então, vou te falar
  Por que as pessoas sadias adoecem?
  Bem alimentadas, ou não
  Por que perecem?
  Tudo está guardado na mente
  O que você quer nem sempre condiz com o que outro sente
  Eu tô falando é de atenção que dá colo ao coração
  E faz marmanjo chorar
  Se faltar um simples sorriso, às vezes, um olhar
  Que se vem da pessoa errada, não conta
  Amizade é importante, mas o amor escancara a tampa
  E o que te faz feliz também provoca dor
  A cadência do surdo no coro que se forjou
  E aliás, cá pra nós, até o mais desandado
  Dá um tempo na função, quando percebe que é amado
  E as pessoas se olham e não se falam
  Se esbarram na rua e se maltratam
  Usam a desculpa de que nem Cristo agradou
  Falô! Cê vai querer mesmo se comparar com o Senhor?
   
  As pessoas não são más, elas só estão perdidas
  Ainda há tempo
  Criolo. “Ainda há tempo”. 2016.

 

a) Transcreva dois versos da letra da canção que corroboram o título “Ainda há tempo”.

b) A letra da canção se constrói a partir de ideias antitéticas. Identifique e explique duas delas.

Gabarito:

Resolução:

A) E aliás, cá pra nós, até o mais desandado

Dá um tempo na função, quando percebe que é amado

 

B) Entre as ideias antitéticas presentes na letra da canção, podem ser indicadas as seguintes:

- Estado sadio x estado de enfermidade

- Vida (estar bem alimentadas) x morte (perecimento)

- Eu (querer) e o outro (sentir)

- Felicidade (amor) e dor

A letra da canção contrapõe ideias para demonstrar que, para aspectos negativos, há outros em oposição, enfatizando a mensagem de que as pessoas podem se modificar/transformar, encontrar um outro caminho, ideia transmitida já pelo título “Ainda há tempo”.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

Ver questão

Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

Ver questão

Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

Ver questão

Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

Ver questão