(FUVEST - 2023)
Leia o texto e responda à questão:
Cê quer saber? Então, vou te falar | |
Por que as pessoas sadias adoecem? | |
Bem alimentadas, ou não | |
Por que perecem? | |
Tudo está guardado na mente | |
O que você quer nem sempre condiz com o que outro sente | |
Eu tô falando é de atenção que dá colo ao coração | |
E faz marmanjo chorar | |
Se faltar um simples sorriso, às vezes, um olhar | |
Que se vem da pessoa errada, não conta | |
Amizade é importante, mas o amor escancara a tampa | |
E o que te faz feliz também provoca dor | |
A cadência do surdo no coro que se forjou | |
E aliás, cá pra nós, até o mais desandado | |
Dá um tempo na função, quando percebe que é amado | |
E as pessoas se olham e não se falam | |
Se esbarram na rua e se maltratam | |
Usam a desculpa de que nem Cristo agradou | |
Falô! Cê vai querer mesmo se comparar com o Senhor? | |
As pessoas não são más, elas só estão perdidas | |
Ainda há tempo | |
Criolo. “Ainda há tempo”. 2016. |
a) Transcreva dois versos da letra da canção que corroboram o título “Ainda há tempo”.
b) A letra da canção se constrói a partir de ideias antitéticas. Identifique e explique duas delas.
Gabarito:
Resolução:
A) E aliás, cá pra nós, até o mais desandado
Dá um tempo na função, quando percebe que é amado
B) Entre as ideias antitéticas presentes na letra da canção, podem ser indicadas as seguintes:
- Estado sadio x estado de enfermidade
- Vida (estar bem alimentadas) x morte (perecimento)
- Eu (querer) e o outro (sentir)
- Felicidade (amor) e dor
A letra da canção contrapõe ideias para demonstrar que, para aspectos negativos, há outros em oposição, enfatizando a mensagem de que as pessoas podem se modificar/transformar, encontrar um outro caminho, ideia transmitida já pelo título “Ainda há tempo”.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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