Questão 77044

(FUVEST- 2023 - 1ª fase)

 

I.

“É indispensável romper com todas as diplomacias nocivas, mandar pro diabo qualquer forma de hipocrisia, suprimir as políticas literárias e conquistar uma profunda sinceridade pra com os outros e pra consigo mesmo. A convicção dessa urgência foi pra mim a melhor conquista até hoje do movimento que chamam de ‘modernismo’. Foi ela que nos permitiu a intuição de que carecemos, sob pena de morte, de procurar uma arte de expressão nacional”.

 

HOLANDA, Sérgio Buarque de. O lado oposto e outros lados, 1926.

 

II.

“Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra”.

 

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil, 1936.

 

Os dois excertos do historiador e crítico literário Sérgio Buarque de Holanda salientam que a cultura brasileira somente completará a sua formação quando

A

souber reproduzir fielmente os modelos externos.

B

importar uma estética à altura da sua genialidade.

C

abolir a necessidade de figurar o caráter nacional.

D

deixar a posição de colônia e se tornar metrópole.

E

firmar, na arte e na vida social, a sua autenticidade.

Gabarito:

firmar, na arte e na vida social, a sua autenticidade.



Resolução:

a) souber reproduzir fielmente os modelos externos.

Incorreto. Não se trata de reproduzir os modelos externos, mas desenvolver os nossos próprios.

b) importar uma estética à altura da sua genialidade.

Incorreto. A ideia não é a de importar estéticas estrangeiras, mas desenvolver a nossa própria estética autêntica.

c) abolir a necessidade de figurar o caráter nacional.

Incorreto. O autor vê, na realidade, a necessidade de firmar através da cultura e arte esse caráter nacional.

d) deixar a posição de colônia e se tornar metrópole.

Incorreto. Em nenhum momento Sérgio Buarque discute sobre isso em seus textos.

e) firmar, na arte e na vida social, a sua autenticidade.

Correto. É através disso que, segundo ele, alcançaremos na arte a expressão nacional capaz de completar a formação da cultura brasileira.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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