Questão 77012

(FUVEST- 2023 - 1ª fase)

 

“A Exposição Internacional do Centenário de 1922 no Rio de Janeiro constituiu uma versão brasileira grandiosa, embora anacrônica, das exposições do século XIX, destinadas a celebrar o ideal nacional. Para essa mostra o México enviou uma importante delegação, com farto material de exposição, tendo inclusive construído um pavilhão especial para abrigar seus produtos. José Vasconcelos (1881-1952), o filósofo e intelectual mexicano de maior destaque (...), chefiou a delegação mexicana. No final da exposição, o México deixou no Rio um Cuauhtémoc carioca olhando para a baía da Guanabara, e Vasconcelos partiu levando uma bagagem de mitos nacionais brasileiros (...)”.

 

TENORIO TRILLO, Mauricio. “Um Cuahtémoc Carioca: comemorando o Centenário da independência do Brasil e a raça cósmica”. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 14, 1994.

 

No ano seguinte à celebração do centenário da independência do México, o governo mexicano enviou ao Brasil uma delegação para participar dos festejos do centenário da independência brasileira e escolheu, para simbolizar seu país, a figura de Cuahtémoc, imperador asteca que morreu na luta de resistência contra os conquistadores espanhóis.

A partir do excerto, é correto atestar a seguinte semelhança entre os dois países:

A

A defesa da Revolução Mexicana e das ideias de supremacia indígena.

B

A valorização de símbolos nacionais e do conhecimento mútuo na América Latina.

C

O reconhecimento da superioridade do passado mexicano associado aos astecas.

D

A dissolução das identidades nacionais em favor das identidades continentais.

E

A rivalidade entre os países latino-americanos na forma de celebrar os Centenários.

Gabarito:

A valorização de símbolos nacionais e do conhecimento mútuo na América Latina.



Resolução:

a) A defesa da Revolução Mexicana e das ideias de supremacia indígena.

Incorreto. Os textos não apresentam nenhuma argumentação ou aspecto que leve a entender uma defesa da Revolução Mexicana ou as ideias de supremacia indígena.

b) A valorização de símbolos nacionais e do conhecimento mútuo na América Latina.

Correto. A Exposição Internacional do Centenário de 1922 apresentou uma exposição destinada justamente à celebração do ideal nacional, promovendo, assim, a valorização de símbolos nacionais. Além disso, a vinda da delegação mexicana ao evento e a figura de Cuauhtémoc, importante símbolo mexicano, agora em terras brasileiras, diz respeito a este conhecimento mútuo na América Latina a respeito de suas histórias e símbolos.

c) O reconhecimento da superioridade do passado mexicano associado aos astecas.

Incorreto. Apesar de trazer uma valorização à figura do imperador asteca Cuauhtémoc, o excerto não diz respeito a um reconhecimento da superioridade mexicana associada aos astecas, mas sim do envolvimento entre o México e o Brasil no evento de comemoração do centenário da independência brasileira.

d) A dissolução das identidades nacionais em favor das identidades continentais.

Incorreto. O evento de celebração do centenário da independência visava a valorização dos símbolos nacionais, assim como a figura do imperador asteca. A relação e conhecimento mútuo existente na América Latina não visa dissolver as identidades nacionais em favor das identidades continentais.

e) A rivalidade entre os países latino-americanos na forma de celebrar os Centenários.

Incorreto. Não há esta rivalidade entre os países latino-americanos na forma de celebrar os Centenários. Na verdade, a delegação mexicana veio prestigiar o Brasil em sua comemoração. 



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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