(FUVEST- 2023 - 1ª fase)
“Os vadios são o ódio de todas as nações civilizadas, e contra eles se tem muitas vezes legislado; porém as regras comuns relativas a este ponto não podem ser aplicáveis ao território de Minas; porque estes vadios, que em outra parte seriam prejudiciais, são ali úteis”.
Desembargador J.J. Teixeira Coelho. “Instruções para o governo da capitania de Minas Gerais (1780)”. Apud SOUZA, Laura de Mello e. Os desclassificados do ouro. A pobreza mineira no século XVIII. Rio de Janeiro: Graal, 1982.
A partir da leitura do excerto, que aborda aspectos da sociedade mineira do século XVIII, é correto afirmar que, nessa sociedade,
os vadios viviam na ociosidade, o que provocava preocupações constantes nos administradores coloniais.
a legislação colonial limitava a circulação dos vadios pela colônia, impedindo-os de ingressar na região das Minas.
os vadios participavam de atividades complementares à mineração, o que justificava a tolerância das autoridades locais.
os contratadores preferiam engajar vadios no trabalho nas minas, gerando revoltas dos trabalhadores especializados.
os vadios participavam ativamente do contrabando de ouro, o que motivava sucessivas ações policiais repressivas.
Gabarito:
os vadios participavam de atividades complementares à mineração, o que justificava a tolerância das autoridades locais.
a) os vadios viviam na ociosidade, o que provocava preocupações constantes nos administradores coloniais.
Incorreto. Os administradores coloniais da sociedade mineira viam utilidade nos vadios, visto que eles participavam das atividades complementares à mineração.
b) a legislação colonial limitava a circulação dos vadios pela colônia, impedindo-os de ingressar na região das Minas.
Incorreto. Apesar de em vários lugares legislarem contra eles, no caso de Minas essas regras comuns não se aplicavam por conta da utilidade que viam nestes indivíduos.
c) os vadios participavam de atividades complementares à mineração, o que justificava a tolerância das autoridades locais.
Correto. Por este motivo eles eram considerados úteis para a sociedade de Minas Gerais do século XVIII.
d) os contratadores preferiam engajar vadios no trabalho nas minas, gerando revoltas dos trabalhadores especializados.
Incorreto. Os contratadores e as autoridades coloniais buscavam regular a mão de obra nas minas, privilegiando trabalhadores especializados e controlando o fluxo de pessoas que poderiam trabalhar nas minas.
e) os vadios participavam ativamente do contrabando de ouro, o que motivava sucessivas ações policiais repressivas.
Incorreto. Não se pode afirmar que os vadios participavam ativamente desse contrabando, principalmente pelo fato de que participavam mais das atividades complementares à mineração.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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