(FUVEST- 2023 - 1ª fase)
O mapa do continente africano a seguir reproduz as fronteiras étnicas anteriores ao processo de colonização europeu (linhas pretas) e as fronteiras dos Estados Nacionais africanos, que surgiram após a emancipação no século XX (linhas vermelhas):
Com base na leitura do mapa, assinale a alternativa correta.
A diversidade étnica observada na região sul africana foi objeto de cobiça do tráfico transatlântico de escravizados para as Américas.
O Chifre da África foi uma área marcada por guerras travadas entre diferentes grupos étnicos, as quais impediram a construção de unidades políticas nacionais.
A porção norte da África teve menor diversidade étnica, com o predomínio de população branca, religião islâmica e língua árabe.
Após o processo de emancipação, a quantidade de Estados Nacionais africanos ultrapassou numericamente as configurações territoriais anteriores à colonização.
As fronteiras dos Estados Nacionais africanos foram traçadas a partir de solidariedades étnicas, e não por critérios geopolíticos decorrentes da colonização.
Gabarito:
A porção norte da África teve menor diversidade étnica, com o predomínio de população branca, religião islâmica e língua árabe.
(A) Incorreta. Como é possível observar pelas fronteiras pretas do mapa, a região do Sul da África não possui uma diversidade étnica tão grande quanto as outras regiões. Além disso, a região de maior cobiça para o tráfico de escravizados foi o Oeste da África, devido à proximidade com o continente americano
(B) Incorreta. O chifre da África, localizado no Leste do continente, possui uma alta diversidade étnica. Além disso, é a região onde a colonização europeia sofreu maiores dificuldades de dominação, sobretudo na Etiópia, o único país a se manter independente ao longo de toda a colonização.
(C) Correta. A porção Norte da África já havia passado por um longo processo de ocupação pelo Império Árabe antes mesmo da colonização europeia. Sendo assim, já haviam sido submetidos a outras formas de organização territorial, o que tornou a região mais unificada em termos étnicos.
(D) Incorreta. Como é possível ver no mapa, através das linhas vermelhas, muitos Estados Nacionais contemporâneos na África possuem no seu território várias etnias, formando territórios maiores em termos de área e menores numericamente.
(E) Incorreta. Os atuais Estados Nacionais africanos correspondem ao legado da colonização europeia, que definiu as fronteiras de suas colônias na Conferência de Berlim, em 1885.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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