(FUVEST - 2024)
“A história do skate no Brasil passou por fases diferentes e até mesmo antagônicas. Em 1988, por exemplo, na cidade de São Paulo, sob acusação de ser prática displicente, foi promulgada a Lei n º 25.871, pelo então prefeito Jânio Quadros, que proibia a prática da modalidade nas ruas da cidade. Essa proibição foi alterada no ano seguinte, quando a nova prefeita da cidade, Luiza Erundina, em um de seus primeiros atos, revogou essa mesma lei e liberou a prática do skate nas ruas da cidade. Anos depois, em 2015, o Brasil somava 8,4 milhões de praticantes de skate, segundo pesquisa Datafolha. Já em 2021, quando o skate estreou como modalidade olímpica nos Jogos de Tóquio, o Brasil se destacou como o segundo país com mais medalhas olímpicas na modalidade. No mesmo ano, a indústria nacional ligada ao esporte foi considerada a segunda maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, cujo mercado é estimado em US$ 4,5 bilhões ao ano.”
Thais Carrança, BBC News Brasil em São Paulo, 26 julho 2021. Adaptado.
A partir da leitura do texto, é correto afirmar:
O skate adentrou o mundo esportivo, entre outros motivos, por pressão dos praticantes da modalidade. No entanto, práticas esportivas que surgem pautadas pelo lazer ou por atividades cotidianas não deveriam ser consideradas modalidades esportivas por não terem sido institucionalizadas desde sua origem.
Eventos esportivos de grande alcance, tal qual a Olimpíada, deveriam considerar as estruturas normativas que dão origem aos esportes para inseri-los nas competições. Apenas dessa forma, seria possível garantir a autenticidade das modalidades e justificar a inserção do skate como esporte olímpico.
Os esportes são uma forma de representação das práticas sociais. Sendo assim, as transformações sociais podem resultar em alterações de regras esportivas, na esportivização de práticas de lazer e até na extinção de modalidades esportivas.
Os esportes podem sofrer alterações normativas ao longo dos tempos. Com tal efeito, torna-se equivocado datar a criação de um esporte, pois ele já pode ter sofrido alterações que descaracterizaram sua origem.
O skate, bem como outras práticas esportivas, foi criado de modo discreto, por grupos pequenos, e ganhou força e ascensão a partir do aumento de incentivo financeiro para sua realização, o que é determinante para um esporte alcançar reconhecimento mundial.
Gabarito:
Os esportes são uma forma de representação das práticas sociais. Sendo assim, as transformações sociais podem resultar em alterações de regras esportivas, na esportivização de práticas de lazer e até na extinção de modalidades esportivas.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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