(ENEM PPL - 2019)
Dicen que hablamos muy alto. Algunos, incluso, piensan que no hablamos sino que gritamos. La corresponsal mexicana Patricia Alvarado admite que, a veces, pedimos perdón, pero es “para arrebatarle la palabra al otro y seguir hablando”. Nos reprochan que escuchamos poco. O nada. “Cuando dos españoles se enfrentan están más pendientes de las palabras que van a utilizar en la réplica que en reflexionar sobre los argumentos que les están exponiendo”, opina el alemán Paul Ingendaay, del Frankfurter Allgemeine. “Ninguna autocrítica le sirve al español para cambiar”.
Disponível em: www.larioja.com. Acesso em: 15 ago. 2012 (adaptado).
De acordo com o texto, ao participarem de um diálogo, os espanhóis habitualmente
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Reflexiones sobre la xenofobia en Europa
La xenofobia es una lacra que se resiste como el peor de los cánceres a lo largo de las últimas décadas, al punto que el escritor portugués José Saramago se llegó a preguntar: “¿Cómo ha sido posible encontrarnos con esta plaga de vuelta, después de haberla creído extinta para siempre, en qué mundo terrible estamos finalmente viviendo, cuando tanto habíamos creído haber progresado en la cultura, civilización, derechos humanos y otras prebendas...?” Qué hacer para mitigar ésta desesperada y abominable situación, es la clave que nos debe preocupar de forma urgente en la sociedad, ya que el sistema global económico y político parece algo mucho más complejo de cambiar a corto o medio plazo. La solución — en el sentir más extendido entre de la masa social pensante europea — pasa por la educación. La educación ha de orientarse hacia el fomento de la interdependencia y la cooperación entre los pueblos para favorecer la universalidad, el reconocimiento recíproco de las culturas y una síntesis sociocultural nueva. Dicho de otra manera, es preciso promover la idea de la diversidad cultural, la igual validez de todas las culturas, el interés por otras formas de ver el mundo como fuente de enriquecimiento personal y social y la presentación de la sociedad multicultural como la sociedad del futuro (Gabino y Escribano, 1990).
Disponível em: hemisferioizquierdo.uy. Acesso em: 18 ago. 2017.
Esse texto, que reflete sobre a xenofobia na Europa, defende que
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De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções.
Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).
O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a
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19-11-1959
Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente há mais de vinte anos — não estou bem certa. Foi transferida para a Colônia Juliano Moreira e nunca mais a vi. [...] À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona Georgiana, recortada no meio do pátio, cantava — e era de doer o coração. As dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa, rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, sentadas no chão úmido, avançavam as faces inundadas de presença — elas que eram tão distantes. Os rostos fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona Georgiana cantava: cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado tão presente, ela que fora, ela que era, se elevando na limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas, o pátio de mulheres existindo em dor e beleza. A beleza terrífica que Puccini não alcançou: uma mulher descalça, suja, gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade difícil e bela demais — para existir fora de um hospício.
CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, configura um registro singular, fundamentado por uma percepção que
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(IFCE - 2019) Observe a tirinha abaixo e analise as alternativas abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) Fatores meteorológicos são importantes, mas não os únicos responsáveis pela falta d’água nas cidades.
( ) A tirinha afirma que deve-se descuidar da higiene para economizar água.
( ) Lavar as mãos após usar o banheiro é uma boa forma de se prevenir de parasitoses.
( ) Parte da água desperdiçada evaporará e ajudará a formar as nuvens.
( ) A falta de água prejudica apenas os moradores das grandes cidades.
A sequência está correta em
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Eu gostaria de comentar brevemente as afinidades existentes entre comunidade, comunicação e comunhão. Essas afinidades começam no próprio radical das palavras em questão. Assim, se nosso alvo são os atos de interação comunicativa, temos que incluir em nosso objeto de estudo a ecologia dos atos de interação comunicativa, que se dão no contexto da ecologia da interação comunicativa. No entanto, não basta a proximidade espacial para que a comunicação se dê, é necessário que os potenciais interlocutores entrem em comunhão. Por fim, sem trocadilhos, a comunicação ideal se dá no interior de uma comunidade, entre indivíduos que entram em comunhão.
COUTO, H. H. O Tao da linguagem. Campinas: Pontes, 2012.
O trecho integra um livro sobre os aspectos ecológicos envolvidos na interação comunicativa. Para convencer o leitor das afinidades entre comunidade, comunicação e comunhão, o autor
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As montanhas correm agora, lá fora, umas atrás das outras, hostis e espectrais, desertas de vontades novas que as humanizem, esquecidas já dos antigos homens lendários que as povoaram e dominaram. Carregam nos seus dorsos poderosos as pequenas cidades decadentes, como uma doença aviltante e tenaz, que se aninhou para sempre em suas dobras. Não podendo matá-las de todo ou arrancá-las de si e vencer, elas resignam-se e as ocultam com sua vegetação escura e densa, que lhes serve de coberta, e resguardam o seu sonho imperial de ferro e ouro.
PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Artium, 2001.
As soluções de linguagem encontradas pelo narrador projetam uma perspectiva lírica da paisagem contemplada. Essa projeção alinha-se ao poético na medida em que
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Você vende uma casa, depois de ter morado nela durante anos; você a conhece necessariamente melhor do que qualquer comprador possível.
Mas a justiça é, então, informar o eventual comprador acerca de qualquer defeito, aparente ou não, que possa existir nela, e mesmo, embora a lei não obrigue a tanto, acerca de algum problema com a vizinhança. E, sem dúvida, nem todos nós fazemos isso, nem sempre, nem completamente. Mas quem não vê que seria justo fazê-lo e que somos injustos não o fazendo? A lei pode ordenar essa informação ou ignorar o problema, conforme os casos; mas a justiça sempre manda fazê-lo.
Dir-se-á que seria difícil, com tais exigências, ou pouco vantajoso, vender casas... Pode ser. Mas onde se viu a justiça ser fácil ou vantajosa? Só o é para quem a recebe ou dela se beneficia, e melhor para ele; mas só é uma virtude em quem a pratica ou a faz.
Devemos então renunciar nosso próprio interesse? Claro que não. Mas devemos submetê-lo à justiça, e não o contrário. Senão? Senão, contente-se com ser rico e não tente ainda por cima ser justo.
COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno tratado das grandes virtudes. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
No processo de convencimento do leitor, o autor desse texto defende a ideia de que
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As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, às vezes com seus namorados. As alegres meninas que estão sempre rindo, comentando o besouro que entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas sem importância.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem desafinado, riem sem motivo; riem.
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar coisas sem importância. Faltava uma delas. O jornal dera notícia do crime. O corpo da menina encontrado naquelas condições, em lugar ermo. A selvageria de um tempo que não deixa mais rir.
As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas mulheres.
ANDRADE, C. D. Essas meninas. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.
No texto, há recorrência do emprego do artigo “as” e do pronome “essas”. No último parágrafo, esse recurso linguístico contribui para
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(ENEM PPL - 2019)
— Não digo que seja uma mulher perdida, mas recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha por toda a cidade e não tem podido, por conseguinte, escapar à implacável maledicência dos fluminenses. Demais, está habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o mais caro; em casa arranjam-se ela e a tia sabe Deus como. Não é mulher com quem a gente se case. Depois, lembra-te que apenas começas e não tens ainda onde cair morto. Enfim, és um homem: faze o que bem te parecer.
Essas palavras, proferidas com uma franqueza por tantos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel. Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas consequências morais do casamento, mas pela obrigação, que este lhe impunha, de satisfazer uma dívida de vinte contos de réis, quando, apesar de todos os seus esforços, não conseguira até então pôr de parte nem o terço daquela quantia.
AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2017.
O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona representações sociais da sociedade brasileira da época. Em consonância com a estética realista, traços da visão crítica do narrador manifestam-se na
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