(FUVEST - 2006 - 1 FASE )
É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som − que mal se deram, a memória os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem às vezes, na lembrança, como se fossem uma incongruência. Só aparentemente sem razão, porque não há associação de idéias que seja ilógica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas − raízes lógicas! − de que emergem os pequenos caules isolados − aparentemente ilógicos! só aparentemente! − às vezes chegados à memória vindos do esquecimento, que é outra função ativa dessa mesma memória.
Pedro Nava, Baú de ossos.
Ao analisar os processos da memória, o autor manifesta a convicção de que
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(FUVEST - 2006 - 1 FASE )
É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som − que mal se deram, a memória os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem às vezes, na lembrança, como se fossem uma incongruência. Só aparentemente sem razão, porque não há associação de idéias que seja ilógica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas − raízes lógicas! − de que emergem os pequenos caules isolados − aparentemente ilógicos! só aparentemente! − às vezes chegados à memória vindos do esquecimento, que é outra função ativa dessa mesma memória.
Pedro Nava, Baú de ossos.
A expressão “O que assim parece” tem, no contexto, o sentido de
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É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som − que mal se deram, a memória os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem às vezes, na lembrança, como se fossem uma incongruência. Só aparentemente sem razão, porque não há associação de idéias que seja ilógica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas − raízes lógicas! − de que emergem os pequenos caules isolados − aparentemente ilógicos! só aparentemente! − às vezes chegados à memória vindos do esquecimento, que é outra função ativa dessa mesma memória.
Pedro Nava, Baú de ossos.
O que Pedro Nava afirma no final do texto ajuda a compreender o título do livro Esquecer para lembrar, de Carlos Drummond de Andrade, título que contém
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(FUVEST - 2006 - 1 FASE )
É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som − que mal se deram, a memória os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem às vezes, na lembrança, como se fossem uma incongruência. Só aparentemente sem razão, porque não há associação de idéias que seja ilógica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas − raízes lógicas! − de que emergem os pequenos caules isolados − aparentemente ilógicos! só aparentemente! − às vezes chegados à memória vindos do esquecimento, que é outra função ativa dessa mesma memória.
Pedro Nava, Baú de ossos.
O valor sintático-semântico do vocábulo sublinhado no trecho “Há os outros, (...) que mal se deram”, corresponde ao do mesmo termo em:
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(FUVEST - 2006)
Atribuir ao doente a culpa dos males que o afligem é procedimento tradicional na história da humanidade. A obesidade não foge à regra.
Na Idade Média, a sociedade considerava a hanseníase um castigo de Deus para punir os ímpios. No século 19, quando proliferaram os aglomerados urbanos e a tuberculose adquiriu características epidêmicas, dizia-se que a enfermidade acometia pessoas enfraquecidas pela vida devassa que levavam. Com a epidemia de Aids, a mesma história: apenas os promíscuos adquiririam o HIV.
Coube à ciência demonstrar que são bactérias os agentes causadores de tuberculose e da hanseníase, que a Aids é transmitida por um vírus e que esses microorganismos são alheios às virtudes e fraquezas humanas: infectam crianças, mulheres ou homens, não para puni-los ou vê-los sofrer, mas porque pretendem crescer e multiplicar-se como todos os seres vivos. Tanto se lhes dá se o organismo que lhes oferece condições de sobrevivência pertence à vestal ou ao pecador contumaz.
(...)
Drauzio Varella, Folha de S. Paulo, 12/11/2005.
a) Crie uma frase com a palavra “obesidade” que possa ser acrescentada ao final do 2º parágrafo sem quebra de coerência.
b) Fazendo as adaptações necessárias e respeitando a equivalência de sentido que a expressão “Tanto se lhes dá (...)” tem no texto, proponha uma frase, substituindo o pronome lhes pelo seu referente.
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(FUVEST - 2006)
Em um piano distante, alguém estuda uma lição lenta, em notas graves. (...) Esses sons soltos, indecisos, teimosos e tristes, de uma lição elementar qualquer, têm uma grave monotonia. Deus sabe por que acordei hoje com tendência a filosofia de bairro; mas agora me ocorre que a vida de muita gente parece um pouco essa lição de piano. Nunca chega a formar a linha de uma certa melodia. Começa a esboçar, com os pontos soltos de alguns sons, a curva de uma frase musical; mas logo se detém, e volta, e se perde numa incoerência monótona. Não tem ritmo nem cadência sensíveis.
Rubem Braga, O homem rouco.
a) O autor estabelece uma associação poética entre a vida de muita gente e uma lição de piano. Esclareça o sentido que ganha, no contexto dessa associação, a frase “Nunca chega a formar a linha de uma certa melodia”.
b) “Deus sabe por que acordei hoje com tendência a filosofia de bairro.”
Reescreva a frase acima, substituindo a expressão sublinhada por outra de sentido equivalente.
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(FUVEST - 2006)
O Brasil já está à beira do abismo. Mas ainda vai ser preciso um grande esforço de todo mundo pra colocarmos ele novamente lá em cima.
Millôr Fernandes.
a) Em seu sentido usual, a expressão sublinhada significa “às vésperas de uma catástrofe”. Tal significado se confirma no texto? Justifique sua resposta.
b) Sem alterar o seu sentido, reescreva o texto em um único período, iniciando com “Embora o Brasil (...)” e substituindo a forma “pra” por “para que”. Faça as demais transformações que são necessárias para adequar o texto à norma escrita padrão.
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(FUVEST - 2006)
Crianças perguntam... Einstein responde!
O professor da 5ª série de uma escola americana notou que seus alunos ficavam chocados ao aprender que os seres humanos são classificados no reino animal. Então sugeriu que escrevessem para grandes cientistas e intelectuais e pedissem a opinião deles sobre isto. Albert Einstein respondeu:
“Queridas crianças. Nós não devemos perguntar ‘O que é um animal?’, mas sim, ‘Que coisa chamamos de animal?’ Bem, chamamos de animal quando essa coisa tem certas características: alimenta-se, descende de pais semelhantes a ela, cresce sozinha e morre quando seu tempo se esgotou. É por isso que chamamos a minhoca, a galinha, o cachorro e o macaco de animais. ‘E nós, humanos?’ Pensem nisto da maneira que eu propus anteriormente e então decidam por vocês mesmas se é uma coisa natural nós nos considerarmos animais”.
Ciência Hoje – Crianças.
a) Em sua resposta às crianças, Albert Einstein propõe a substituição da pergunta “O que é um animal?” por “Que coisa chamamos de animal?”.
Explique por que essa substituição já revela uma atitude científica.
b) Fazendo as adaptações necessárias e conservando o seu sentido original, reconstrua o último período do texto (“... Pensem nisto da maneira que eu ... animais.”), começando com
“(...) Decidam por vocês mesmas ... animais”.
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(FUVEST - 2006)
(...) Num tempo Página infeliz da nossa história Passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia A nossa pátria mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações (...). |
“Vai passar”, Chico Buarque e Francis Hime.
a) É correto afirmar que o verbo “dormia” tem uma conotação positiva, tendo em vista o contexto em que ele ocorre? Justifique sua resposta.
b) Identifique, nos três últimos versos, um recurso expressivo sonoro e indique o efeito de sentido que ele produz. (Não considere a rima “distraída”/“subtraída”.)
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(FUVEST - 2006)
Há certas expressões significativas: “Contra fato não há argumento”. Elas querem dizer que, diante da evidência do real, não cabem as argumentações em contrário, o que em princípio parece estar certo. Mas, na verdade, significam também coisas como “o que vale é a força” ou “idéia não resolve”. Assim, pregam o reconhecimento do fato consumado, a capitulação diante do que se impôs no terreno “prático”, negando o direito de discutir, de argumentar para mudar a realidade. E então se tornam sinistras.
Antonio Candido, Recortes.
Entre as “expressões significativas”, a que se refere o autor do texto, podem-se incluir certos provérbios, como, por exemplo,
Cada macaco no seu galho.
Indique o sentido que esse provérbio assume,
a) se for entendido como uma afirmação aceitável, que em princípio parece estar certa.
b) se for entendido como uma afirmação autoritária, que impõe um fato consumado.
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