FUVEST 2007

Questão 50851

(UNICAMP - 2007) 

6) O agronegócio responde por um terço do PIB, 42% das exportações e 37% dos empregos. Com o clima privilegiado, solo fértil, disponibilidade de água, rica biodiversidade e mão-de-obra qualificada, o Brasil é capaz de colher até duas safras anuais de grãos. As palavras são do Ministério da Agricultura e correspondem aos fatos. Essa é, no entanto, apenas a metade da história. Há uma série de questões debatidas: Como distribuir a riqueza gerada no campo? Que impactos o agronegócio causa na sociedade, na forma de desemprego, concentração de renda e poder, êxodo rural, contaminação de água e do solo e destruição de bioma? Quanto tempo essa bonança vai durar, tendo em vista a exaustão dos recursos naturais? O descuido socioambiental vai servir de argumento para a criação de barreiras não-tarifáricas, como vivemos com a China na questão da soja contaminada por agrotóxico? (Adaptado de Amália Safatle e Flávia Pardini, “Grãos na Balança”. Carta Capital, 01/09/2004, p.42)

9) Devido Às pressões de fazendeiros do Meio-Oeste e de empresas do setor agrícola que querem proteger o etanol norte-americano, produzido com base no milho, contra a competição do álcool brasileiro à base de açúcar, os Estados Unidos impuseram uma tarifa (US$ 0,14 por litro) que inviabiliza a importação do produto brasileiro. E o fizeram mesmo que o etanol à base de açúcar brasileiro produza oito vezes mais energia do que o combustível fóssil utilizado em sua produção, enquanto o etanol de milho norteamericano só produz 130% mais energia do que sua produção consome. Eles o fizeram mesmo que o etanol à base de açúcar reduza mais a emissões dos gases responsáveis pelos efeitos estufa do que o etanol de milho. E o fizeram mesmo que o etanol à base de cana-de-açúcar pudesse facilmente ser produzido nos países tropicais pobres da África e do Caribe e talvez ajudar a reduzir sua pobreza. (Adaptado de Thomas Friedman, “Tão burro quanto quisermos”. Folha de S. Paulo, 21/09/2006, p. B2).

Os textos 6 e 9 da coletânea fazem referência ao agronegócio e à empresa agrícola. Uma das características do mundo contemporâneo foi o surgimento das empresas agrícolas nos países desenvolvidos e em algumas regiões de países subdesenvolvidos, enquanto em outras regiões rurais do mundo a produção agrícola ainda depende muito dos ritmos da natureza, de técnicas arcaicas, de relações sociais de produção tradicionais, com pequena propriedade familiar e baixo nível de capitalização. A partir disto, responda:


a) O que é e o que caracteriza uma empresa agrícola?
b) Cite três características da agricultura tradicional.
c) A região central dos EUA é conhecida por apresentar empresas agrícolas de alta produtividade. Quais as características naturais da região central dos EUA?

Ver questão

Questão 50852

(UNICAMP - 2007) O domínio morfoclimático do Cerrado na região Centro-Oeste foi ocupado pela expansão da agricultura modernizada, particularmente com a soja após 1980, enquanto o domínio morfoclimático amazônico transformou-se, nesse período, na nova fronteira agropecuária brasileira.


a) Quais as principais diferenças entre o domínio morfoclimático do Cerrado e o domínio morfoclimático amazônico?
b) O que caracteriza uma faixa de transição entre dois domínios morfoclimáticos?
c) O sistema de plantio direto vem sendo recentemente adotado no Cerrado e consiste no plantio realizado sob a cobertura vegetal morta, utilizando o mínimo de manejo do solo. Quais os benefícios ambientais decorrentes da adoção do sistema de plantio direto?

Ver questão

Questão 50853

(UNICAMP - 2007) 

2) Se eu pudesse alguma coisa com Deus, lhe rogaria quisesse dar muita geada anualmente nas terras de serra acima, onde se faz o açúcar; porque a cultura da cana tem sido muito prejudicial aos povos: 1º) porque tem abandonado ou diminuído a cultura do milho e do algodão e a criação dos porcos; estes gêneros têm encarecido, assim como a cultura de trigo, e do algodão e azeites de mamona; 2º) porque tem introduzido muita escravatura, o que empobrece os lavradores, corrompe os costumes e leva desprezo pelo trabalho de enxada; 3º porque tem devastado as belas matas e reduzido a taperas muitas herdades; 4º) porque rouba muitos braços à agricultura, que se empregam no carreto dos africanos; 5º) porque exige grande número de bestas muares que não procriam e consomem muito milho; 6º) porque diminuiria a feitura da cachaça, que é tão prejudicial é do moral e físico.

(Adaptado de José Bonifácio de Andrada e Silva [1763-1838], Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia de Letras, 1998, p.181,182).

Retome o texto 2 da coletânea, escrito por José Bonifácio de Andrada e Silva.


a) Identifique dois aspectos negativos da cultura da cana-de-açúcar mencionados no texto.
b) A Assembleia Constituinte, à qual José Bonifácio encaminhou seus projetos sobre a escravidão, foi dissolvida em novembro de 1823 por D. Pedro I, que promulgou uma Constituição em março de 1824. Essa carta outorgada instituiu o Poder Moderador. De que maneira o Poder Moderador levou à centralização da Monarquia?
c) Aponte dois fatores que contribuíram para a abolição da escravidão no Brasil.

Ver questão

Questão 50854

(UNICAMP - 2007) Depois da conquista da América pelos espanhóis, ocorreu uma explosão populacional de gado, porcos, carneiros e cabras, os quais causaram grandes danos às plantações de milho indígenas, que não eram protegidas. As medidas tomadas pela população indígena eram, muitas vezes, ineficazes. Os conquistadores preferiam o gado. Bois e carneiros eram protegidos pela lei, pelos costumes e pelo sentimento espanhóis. As leis que protegiam a pecuária na Península Ibérica foram exportadas para o México e permitiam que o gado pastasse em propriedade alheia. Os animais destruidores eram, afinal, propriedade dos vitoriosos; a agricultura, dos derrotados. (Adaptado de Kenneth Maxwell, “Morte e sobrevivência”. Folha de S. Paulo, 11/08/2002, Mais!, p. 8.)


a) Segundo o texto, por que a agricultura indígena foi prejudicada após a conquista da América?
b) Indique dois outros efeitos da conquista da América sobre as populações indígenas.
c) O que foi a encomienda, utilizada pela colonização espanhola na América?

Ver questão

Questão 50863

(UNICAMP - 2007)

ORIENTAÇÃO GERAL: LEIA ATENTAMENTE

O tema geral da prova de primeira fase é AGRICULTURA. A redação propôs três recortes desse tema.

Propostas: Cada proposta apresenta um recorte temático a ser trabalhado de acordo com as instruções específicas. Escolha uma das três propostas para a redação (dissertação narração ou carta) e assinale sua escolha no alto da pagina de resposta.

Coletânea:

A coletânea é única e válida para as três propostas. Leia toda a coletânea e selecione o que julgar pertinente para realização da proposta escolhida. Articule os elementos selecionados com sua experiência de leitura e reflexão. O uso da coletânea é obrigatório.

ATENÇÃO - Sua redação será anulada se você fugir ao recorte temático da proposta escolhida ou desconsiderar a coletânea ou não atender ao tipo de texto da proposta escolhida.

 

1)

O açúcar

O branco do meu açúcar que adoçará o meu café
nesta manhã em Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre


Vejo-o puro e
afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim


Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia. Este açúcar veio
de uma usina de açúcar do Pernambuco
ou do Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.


Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escolas,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.


Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em
Ipanema 

(Ferreira Gullar, Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975)

 

2) Se eu pudesse alguma coisa com Deus, lhe rogaria quisesse dar muita geada anualmente nas terras de serra acima, onde se faz o açúcar; porque a cultura da cana tem sido muito prejudicial aos povos: 1º) porque tem abandonado ou diminuído a cultura do milho e do algodão e a criação dos porcos; estes gêneros têm encarecido, assim como a cultura de trigo, e do algodão e azeites de mamona; 2º) porque tem introduzido muita escravatura, o que empobrece os lavradores, corrompe os costumes e leva desprezo pelo trabalho de enxada; 3º porque tem devastado as belas matas e reduzido a taperas muitas herdades; 4º) porque rouba muitos braços à agricultura, que se empregam no carreto dos africanos; 5º) porque exige grande número de bestas muares que não procriam e consomem muito milho; 6º) porque diminuiria a feitura da cachaça, que é tão prejudicial é do moral e físico. (Adaptado de José Bonifácio de Andrada e Silva [1763-1838], Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia de Letras, 1998, p.181,182).

3) Uma parceria entre órgãos públicos e iniciativa privada prevê o fornecimento de oleaginosas produzidas em assentamentos rurais paulistas para a fabricação do biodiesel. De um lado, a parceria proporcionará aos assentados uma nova fonte de renda. De outro, facilitará o cumprimento da exigência do programa nacional de biodiesel que estabelece que, no estado de São Paulo, 30% das oleaginosas para a produção do biodiesel sejam provenientes da agricultura familiar, para que as indústrias tenham acesso à redução de impostos federais. (Adaptado de Alessandra Nogueira, “Alternativa para os assentamentos”. Energia Brasileira, nº 3, jun. 2006, p. 63).

4) Parece que os orixás da Bahia já previam. O mesmo dendê que ferve a moqueca e frita o acarajé pode também mover os trios elétricos no Carnaval. O biotrio, trio elétrico de ultima geração, movido a biodiesel, conquista o folião e atrai a atenção dos investidores. Se aproveitarem a dica dos biotrios e usarem o diesel, os sistemas de transporte coletivo dos cetros urbanos transferirão recursos que hoje financiam o petrodiesel para as lavouras das plantas oleaginosas, ajudando a despoluir as cidades. /A auto-suficiência em petróleo, meta conquistada, é menos importante hoje do que foi no passado. O desafio agora é gerar excedentes para exportar energias renováveis por meio do econegócio que melhorem a qualidade do ambiente urbano, com a ocupação e geração de renda no campo, alimentando as economias rurais e redistribuindo riquezas. (Adaptado de Eduardo Athayde. “Biodisel no Carnaval da Bahia” Folha de S. Paulo, 28/02/2006, p.A3)

5) Especialistas dizem que, nos EUA, com o aumento dos preços de petróleo, os agricultores estão dirigindo uma parte maior de suas colheita para a produção de combustível do que para alimento ou ração para animais. A nova estimativa salienta a crescente concorrência entre alimentos e combustível, que poderá colocar os ricos motoristas de carro do Ocidente contra os consumidores famintos nos países em desenvolvimento (Adaptado de “Menos milho, mais etanol”. Energia Brasileira, nº 3. jun. 2006, p.39).

6) O agronegócio responde por um terço do PIB, 42% das exportações e 37% dos empregos. Com o clima privilegiado, solo fértil, disponibilidade de água, rica biodiversidade e mão-de-obra qualificada, o Brasil é capaz de colher até duas safras anuais de grãos. As palavras são do Ministério da Agricultura e correspondem aos fatos. Essa é, no entanto, apenas a metade da história. Há uma série de questões debatidas: Como distribuir a riqueza gerada no campo? Que impactos o agronegócio causa na sociedade, na forma de desemprego, concentração de renda e poder, êxodo rural, contaminação de água e do solo e destruição de bioma? Quanto tempo essa bonança vai durar, tendo em vista a exaustão dos recursos naturais? O descuido socioambiental vai servir de argumento para a criação de barreiras não-tarifáricas, como vivemos com a China na questão da soja contaminada por agrotóxico? (Adaptado de Amália Safatle e Flávia Pardini, “Grãos na Balança”. Carta Capital, 01/09/2004, p.42)

7) No que diz respeito à política de comércio internacional da produção agrícola, não basta batalhar pela redução de tarifas aduaneiras e pela diminuição de subsídios concedidos aos produtores e exportadores no mundo rico. Também não basta combater o protecionismo disfarçado pelo excesso de normas tarifáricas. Este problema é real, mas, se for superado, ainda restarão regras de fiscalização perfeitamente razoáveis e necessárias a todos os países. O Brasil não está apenas atrasado em seu sistema de controle sanitário, em relação às normas em vigor nos países mais desenvolvidos. A deficiência, neste momento, é mais grave. Houve um retrocesso em relação aos padrões alcançados há alguns anos e a economia brasileira já está sendo punida por isso. (Adaptação de “Nem tudo é protecionismo”. O Estado de S. Paulo, 14/07/2006, p. B14.)

8) A marcha para o oeste nos Estados Unidos, no século XIX, só tornou realidade depois da padronização do arado de aço, por volta de 1830. A partir do momento em que o solo duro pôde ser arado, a região se tornou uma das mais produtivas do mundo. No Brasil, o desbravamento do Centro-Oeste, no século XX, também foi resultado da tecnologia. Os primeiros agricultores do cerrado perderam quase todo investimento porque suas sementes não vingavam no solo da região. Johanna Döbereiner descobriu que bactérias poderiam ser utilizadas para diminuir a necessidade de gastos com adubos químicos. A descoberta permitiu a expansão de culturas subtropicais em direção ao Equador. (Adaptado de Eduardo Salgado, “Tecnologia a serviço do desbravamento”. Veja, 29/09/2004, p.100).

9) Devido Às pressões de fazendeiros do Meio-Oeste e de empresas do setor agrícola que querem proteger o etanol norte-americano, produzido com base no milho, contra a competição do álcool brasileiro à base de açúcar, os Estados Unidos impuseram uma tarifa (US$ 0,14 por litro) que inviabiliza a importação do produto brasileiro. E o fizeram mesmo que o etanol à base de açúcar brasileiro produza oito vezes mais energia do que o combustível fóssil utilizado em sua produção, enquanto o etanol de milho norteamericano só produz 130% mais energia do que sua produção consome. Eles o fizeram mesmo que o etanol à base de açúcar reduza mais a emissões dos gases responsáveis pelos efeitos estufa do que o etanol de milho. E o fizeram mesmo que o etanol à base de cana-de-açúcar pudesse facilmente ser produzido nos países tropicais pobres da África e do Caribe e talvez ajudar a reduzir sua pobreza. (Adaptado de Thomas Friedman, “Tão burro quanto quisermos”. Folha de S. Paulo, 21/09/2006, p. B2).

 

PROPOSTA C

Leia a coletânea e trabalhe sua carta a partir do seguinte recorte temático:

A relação da agricultura com o comércio internacional está marcada por barreiras tarifárias, sanitárias, ambientais, que demandam constantes negociações entre os produtores agrícolas e o Estado.

Instruções:

1) Escolha um produto agrícola brasileiro de exportação ou seu derivado.

2) Argumente, a partir do ponto de vista de um produtor, contra uma barreira internacional imposta a esse produto.

3) Dirija sua carta a uma associação representativa do setor, solicitando medidas efetivas.

OBS.: Ao assinar a carta, use apenas suas iniciais, de modo a não se identificar.

Ver questão

Questão 50864

(UNICAMP - 2007)

ORIENTAÇÃO GERAL: LEIA ATENTAMENTE

O tema geral da prova de primeira fase é AGRICULTURA. A redação propôs três recortes desse tema.

Propostas: Cada proposta apresenta um recorte temático a ser trabalhado de acordo com as instruções específicas. Escolha uma das três propostas para a redação (dissertação narração ou carta) e assinale sua escolha no alto da pagina de resposta.

Coletânea:

A coletânea é única e válida para as três propostas. Leia toda a coletânea e selecione o que julgar pertinente para realização da proposta escolhida. Articule os elementos selecionados com sua experiência de leitura e reflexão. O uso da coletânea é obrigatório.

ATENÇÃO - Sua redação será anulada se você fugir ao recorte temático da proposta escolhida ou desconsiderar a coletânea ou não atender ao tipo de texto da proposta escolhida.

 

1)

O açúcar

O branco do meu açúcar que adoçará o meu café
nesta manhã em Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre


Vejo-o puro e
afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim


Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia. Este açúcar veio
de uma usina de açúcar do Pernambuco
ou do Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.


Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escolas,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.


Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em
Ipanema 

(Ferreira Gullar, Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975)

 

2) Se eu pudesse alguma coisa com Deus, lhe rogaria quisesse dar muita geada anualmente nas terras de serra acima, onde se faz o açúcar; porque a cultura da cana tem sido muito prejudicial aos povos: 1º) porque tem abandonado ou diminuído a cultura do milho e do algodão e a criação dos porcos; estes gêneros têm encarecido, assim como a cultura de trigo, e do algodão e azeites de mamona; 2º) porque tem introduzido muita escravatura, o que empobrece os lavradores, corrompe os costumes e leva desprezo pelo trabalho de enxada; 3º porque tem devastado as belas matas e reduzido a taperas muitas herdades; 4º) porque rouba muitos braços à agricultura, que se empregam no carreto dos africanos; 5º) porque exige grande número de bestas muares que não procriam e consomem muito milho; 6º) porque diminuiria a feitura da cachaça, que é tão prejudicial é do moral e físico. (Adaptado de José Bonifácio de Andrada e Silva [1763-1838], Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia de Letras, 1998, p.181,182).

3) Uma parceria entre órgãos públicos e iniciativa privada prevê o fornecimento de oleaginosas produzidas em assentamentos rurais paulistas para a fabricação do biodiesel. De um lado, a parceria proporcionará aos assentados uma nova fonte de renda. De outro, facilitará o cumprimento da exigência do programa nacional de biodiesel que estabelece que, no estado de São Paulo, 30% das oleaginosas para a produção do biodiesel sejam provenientes da agricultura familiar, para que as indústrias tenham acesso à redução de impostos federais. (Adaptado de Alessandra Nogueira, “Alternativa para os assentamentos”. Energia Brasileira, nº 3, jun. 2006, p. 63).

4) Parece que os orixás da Bahia já previam. O mesmo dendê que ferve a moqueca e frita o acarajé pode também mover os trios elétricos no Carnaval. O biotrio, trio elétrico de ultima geração, movido a biodiesel, conquista o folião e atrai a atenção dos investidores. Se aproveitarem a dica dos biotrios e usarem o diesel, os sistemas de transporte coletivo dos cetros urbanos transferirão recursos que hoje financiam o petrodiesel para as lavouras das plantas oleaginosas, ajudando a despoluir as cidades. /A auto-suficiência em petróleo, meta conquistada, é menos importante hoje do que foi no passado. O desafio agora é gerar excedentes para exportar energias renováveis por meio do econegócio que melhorem a qualidade do ambiente urbano, com a ocupação e geração de renda no campo, alimentando as economias rurais e redistribuindo riquezas. (Adaptado de Eduardo Athayde. “Biodisel no Carnaval da Bahia” Folha de S. Paulo, 28/02/2006, p.A3)

5) Especialistas dizem que, nos EUA, com o aumento dos preços de petróleo, os agricultores estão dirigindo uma parte maior de suas colheita para a produção de combustível do que para alimento ou ração para animais. A nova estimativa salienta a crescente concorrência entre alimentos e combustível, que poderá colocar os ricos motoristas de carro do Ocidente contra os consumidores famintos nos países em desenvolvimento (Adaptado de “Menos milho, mais etanol”. Energia Brasileira, nº 3. jun. 2006, p.39).

6) O agronegócio responde por um terço do PIB, 42% das exportações e 37% dos empregos. Com o clima privilegiado, solo fértil, disponibilidade de água, rica biodiversidade e mão-de-obra qualificada, o Brasil é capaz de colher até duas safras anuais de grãos. As palavras são do Ministério da Agricultura e correspondem aos fatos. Essa é, no entanto, apenas a metade da história. Há uma série de questões debatidas: Como distribuir a riqueza gerada no campo? Que impactos o agronegócio causa na sociedade, na forma de desemprego, concentração de renda e poder, êxodo rural, contaminação de água e do solo e destruição de bioma? Quanto tempo essa bonança vai durar, tendo em vista a exaustão dos recursos naturais? O descuido socioambiental vai servir de argumento para a criação de barreiras não-tarifáricas, como vivemos com a China na questão da soja contaminada por agrotóxico? (Adaptado de Amália Safatle e Flávia Pardini, “Grãos na Balança”. Carta Capital, 01/09/2004, p.42)

7) No que diz respeito à política de comércio internacional da produção agrícola, não basta batalhar pela redução de tarifas aduaneiras e pela diminuição de subsídios concedidos aos produtores e exportadores no mundo rico. Também não basta combater o protecionismo disfarçado pelo excesso de normas tarifáricas. Este problema é real, mas, se for superado, ainda restarão regras de fiscalização perfeitamente razoáveis e necessárias a todos os países. O Brasil não está apenas atrasado em seu sistema de controle sanitário, em relação às normas em vigor nos países mais desenvolvidos. A deficiência, neste momento, é mais grave. Houve um retrocesso em relação aos padrões alcançados há alguns anos e a economia brasileira já está sendo punida por isso. (Adaptação de “Nem tudo é protecionismo”. O Estado de S. Paulo, 14/07/2006, p. B14.)

8) A marcha para o oeste nos Estados Unidos, no século XIX, só tornou realidade depois da padronização do arado de aço, por volta de 1830. A partir do momento em que o solo duro pôde ser arado, a região se tornou uma das mais produtivas do mundo. No Brasil, o desbravamento do Centro-Oeste, no século XX, também foi resultado da tecnologia. Os primeiros agricultores do cerrado perderam quase todo investimento porque suas sementes não vingavam no solo da região. Johanna Döbereiner descobriu que bactérias poderiam ser utilizadas para diminuir a necessidade de gastos com adubos químicos. A descoberta permitiu a expansão de culturas subtropicais em direção ao Equador. (Adaptado de Eduardo Salgado, “Tecnologia a serviço do desbravamento”. Veja, 29/09/2004, p.100).

9) Devido Às pressões de fazendeiros do Meio-Oeste e de empresas do setor agrícola que querem proteger o etanol norte-americano, produzido com base no milho, contra a competição do álcool brasileiro à base de açúcar, os Estados Unidos impuseram uma tarifa (US$ 0,14 por litro) que inviabiliza a importação do produto brasileiro. E o fizeram mesmo que o etanol à base de açúcar brasileiro produza oito vezes mais energia do que o combustível fóssil utilizado em sua produção, enquanto o etanol de milho norteamericano só produz 130% mais energia do que sua produção consome. Eles o fizeram mesmo que o etanol à base de açúcar reduza mais a emissões dos gases responsáveis pelos efeitos estufa do que o etanol de milho. E o fizeram mesmo que o etanol à base de cana-de-açúcar pudesse facilmente ser produzido nos países tropicais pobres da África e do Caribe e talvez ajudar a reduzir sua pobreza. (Adaptado de Thomas Friedman, “Tão burro quanto quisermos”. Folha de S. Paulo, 21/09/2006, p. B2).

 

PROPOSTA B

Leia a coletânea e trabalhe sua narração a partir do seguinte recorte temático:

As práticas agrícolas podem ser alteradas pela introdução de novas tecnologias, pela redefinição de culturas agrícolas, pela mudança na destinação dos plantios, pelas modificações na organização do trabalho. Tais alterações deixam marcas profundas na paisagem física e humana das regiões do país.

Instruções:

1) Crie um(a) personagem que viveu um processo de transformação na agricultura de alguma região do Brasil.

2) Narre as consequências desse processo de transformação na vida do(a) personagem e descreva o cenário rural onde ocorreu.

3) Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa.

 

 

Ver questão

Questão 50869

(UNICAMP - 2007) Matte a vontade. Matte Leão.

         Este enunciado faz parte de uma propaganda afi xada em lugares nos quais se vende o chá Matte Leão. Observe as construções abaixo, feitas a partir do enunciado em questão:

Matte à vontade.

Mate a vontade.

Mate à vontade.

a) Complete cada uma das construções acima com palavras ou expressões que explicitem as leituras possíveis relacionadas à propaganda.

b) Retome a propaganda e explique o seu funcionamento, explicitando as relações morfológicas, sintáticas e semânticas envolvidas.

Ver questão

Questão 50870

(UNICAMP - 2007) HAGAR - Dik Browne

a) O que produz a ironia nessa tira de Hagar?

b) Como você interpreta a resposta de Hagar, no segundo quadrinho da tira? Justifique.

Ver questão

Questão 50874

(UNICAMP - 2007)  O Caderno “Aliás Debate” do Estado de S.Paulo, de 18/08/2006, apresenta uma matéria com o título: “Nas frestas e brechas da segurança”. A matéria se inicia com o seguinte trecho:

“Estamos nas frestas, procurando as brechas”. Esta boa frase, que circulou em
manifesto atribuído ao PCC e ao seu líder (...), Marcola, resume bem o que pretende
a organização criminosa que vem atacando a maior cidade brasileira”. (p. 2)

a) Como você interpreta ‘frestas’ e ‘brechas’ em “Estamos nas frestas, procurando as brechas”?
b) Levando em consideração que “Nas frestas e brechas da segurança” é o título da matéria, como você interpreta esse enunciado comparando-o à frase atribuída a Marcola?

Ver questão

Questão 50877

(UNICAMP - 2007) Em 7 de agosto de 2006, foi publicada, no jornal Correio Popular de Campinas, a seguinte carta:

Li reportagem no jornal e me surpreendi, pois moro próximo ao local de infestação de carrapatos-estrela no Jardim Eulina, e sei que existem muitas capivaras, mesmo dentro da área militar. Surpreendi-me ainda ao saber que vão esperar o laudo daqui a 15 dias para saber por que ou do que as pessoas morreram. Gente, saúde pública é coisa séria! Não seria o caso de remanejar esses bichos imediatamente, como prevenção, uma vez que estão em zona urbana? (Carrapatos, M., M.).

a) Na carta acima, a que se refere a expressão “esses bichos”? Justifique.
b) A compreensão da carta pode ser dificultada porque há nela vários implícitos. Aponte duas passagens do texto em que isso ocorre e explique.
c) Que palavra da carta justifica a referência a “saúde pública”?

Ver questão