(UNESP - 2011 - 1ª FASE)
A questão a seguir toma por base uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953).
Contas
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repende estourava:
– Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia.
Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros.
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que, o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.
Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem.
Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher, provavelmente devia ser ignorância da mulher. Até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.
(Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.)
No fragmento apresentado, de Vidas secas, as formas verbais mais frequentes se enquadram em dois tempos do modo indicativo. Marque a alternativa que indica, pela ordem, o tempo verbal predominante no segundo parágrafo e o que predomina no quinto parágrafo.
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(UNESP - 2011 - 1ª FASE)
A questão a seguir toma por base uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953).
Contas
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes.
Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repende estourava:
– Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia.
Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros.
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que, o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.
Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem.
Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher, provavelmente devia ser ignorância da mulher. Até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.
(Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.)
Identifique, entre os quatro exemplos extraídos do texto, aqueles que se apresentam em discurso indireto livre:
I. Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos.
II. — Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer.
III. Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!
IV. Não era preciso barulho não.
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(FUVEST - 2011 - 1ª fase)
— Não entra a policia! Não deixa entrar! Aguenta! Aguenta!
— Não entra! Não entra! repercutiu a multidão em coro. E todo o cortiço ferveu que nem uma panela ao fogo.
— Aguenta! Aguenta!
Aluisio Azevedo, O cortiço. 1890, parte X.
O fragmento acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de policiais no local. O romance de Aluisio Azevedo
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(MACKENZIE 2011) Um estudo publicado recentemente revelou que as amostras de alimentos preparados em domicílios apresentavam teores de ferro abaixo do recomendado, mas quantidade excessiva de sódio. O estudo mostrou, também, quantidades insuficientes de lipídios nesses alimentos, alertando para a necessidade desse nutriente na maturação do sistema nervoso.
A respeito desses fatos, considere as afirmativas abaixo.:
I. As crianças que recebem esses alimentos podem apresentar quadros de atraso de desenvolvimento devido à falta de oxigenação dos tecidos.
II. O sódio é necessário para o funcionamento dos neurônios, mas, em excesso, pode prejudicar o funcionamento dos rins.
III. No processo de maturação do sistema nervoso, há produção de mielina, um lipídio responsável por acelerar a condução do impulso.
IV. A falta de lipídios pode também acarretar doenças provocadas pela falta de vitaminas, uma vez que algumas delas são lipossolúveis e somente são absorvidas se dissolvidas em lipídios.
Assinale:
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(UEAP - 2011)
O VÉU E A ASA
O VOO
O ALVO
de TALES: ÁGUA
ALMA
Herbert Emanuel, do Livro Nada ou Quase Uma Arte
O poema faz referências explícitas a um filósofo pré-socrático. Na história da filosofia, entende-se por pré-socráticos aqueles filósofos que antecederam Sócrates. Entre as alternativas abaixo, assinale a que contém somente filósofos pré-socráticos.
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(UEG - 2011)
A influência de Sócrates na filosofia grega foi tão marcante que dividiu a sua história em períodos: período pré-socrático, período socrático e período pós-socrático. O período pré-socrático é visto como uma época de formação da filosofia grega, na qual predominavam os problemas cosmológicos. Ele se desenvolveu em cidades da Jônia e da Magna Grécia. Grandes escolas filosóficas surgem nesse período e muitos pensadores se destacam. Entre eles, um jônico, que ficou conhecido como pai da filosofia. Seu nome é:
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(Uema 2011) A Filosofia nasceu na Jônia no final do século VII a.C. O conteúdo que norteia a preocupação dos filósofos jônicos é de natureza:
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(Unioeste 2011) No itinerário histórico-cultural ocidental de estruturação do pensamento filosófico-político sobre a origem e fundamento do Estado e da sociedade política encontra-se o modelo de pensamento contratualista (jusnaturalista), tendo em Hobbes, Locke e Rousseau filósofos relevantes na discussão dos elementos estruturais deste modelo. Segundo Norberto Bobbio, este modelo é “construído com base na grande dicotomia ‘estado (ou sociedade) de natureza/estado (ou sociedade civil)’”, e contém “elementos caracterizadores” deste modelo.
Com base no texto, assinale a alternativa incorreta.
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(Uff 2011) De acordo com cientistas da Universidade de Chicago, o aperfeiçoamento cada vez maior dos computadores eletrônicos permite que essas máquinas, além das tarefas tradicionais de armazenar, processar e analisar dados, se tornem também capazes de descobrir padrões lógicos nos dados, chegando até a formular hipóteses explicativas, sem precisar da intervenção humana.
Essa possibilidade surpreendente da Inteligência Artificial está baseada em pesquisas iniciadas pelos filósofos gregos com o objetivo de
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(IFSP 2011) Comparando-se mito e filosofia, é correto afirmar o seguinte:
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