FUVEST 2011

Questão 52539

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) A questão toma por base o poema Livros, do parnasiano brasileiro Afonso Celso (1860-1938) e uma passagem do livro Elementos de bibliogia, do filólogo e lexicógrafo brasileiro Antonio Houaiss (1915-1999).

Livros


De livros mil vivo cercado,
Dias e noites passo a ler,
Mas, francamente, o resultado
Coisa não é de agradecer.

 

Nenhum me dá – paz e conforto,
Nenhum me diz se eu amanhã
Vivo estarei ou se, já morto,
Terá cessado o meu afã.

 

Nada afinal sabeis ao certo
Sobre das almas o tropel...
Do vosso cume vê-se perto,
Chatas montanhas de papel.

 

Vãs pretensões! Orgulho fofo!
Do ser mesquinho que voz fez
Tendes o mesmo vil estofo,
Tendes a mesma pequenez.

 

Cada vez mais, debalde, avulta
Vossa maré... Tudo invadis;
Mas não tornais quem vos consulta
Nem menos mau, nem mais feliz.

 

Que um cataclismo vos destrua,
Mal não fará... Sem o sentir,
Serena a vida continua:
Lutar, sofrer, sonhar, mentir.

(Afonso Celso. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro: H. Garnier Livreiro-Editor, 1904, p. 03-04. Adaptado.)


O livro e a documentação

Nas condições do atual desenvolvimento histórico da humanidade, o conhecimento de primeira mão não pode progredir sem o de segunda mão. Conhecimento de primeira mão é o decorrente, digamos assim, da integração do homem na natureza, para dela haurir continuidade específica e felicidade individual; essa integração, para consolidar-se, foi condicionada pela e condicionou a comunicação verbal, implicadora do conhecimento de segunda mão, a linguagem, no que ela encerra de transmissão cognitiva.Esse conhecimento de segunda mão multiplicou de importância a partir do momento em que o homem pôde mantê-lo em conserva, graficamente, para uso de seus contemporâneos e de seus pósteros. A noosfera, gerando a grafosfera, aumentou os poderes e potências do homem. E hoje a matéria mentada e em conserva gráfica é tão imensa e se renova em ritmo tão intenso, que um dos mais graves problemas da civilização e da cultura humanas é conseguir torná-la relativamente acessível a quantos queiram ou possam acrescentar seu esforço ao herdado das gerações anteriores, na luta pelo aumento do saber, vale dizer, do conhecer, vale dizer, do fazer, vale dizer, do conhecer-fazer-conhecer-fazer, vale dizer, da perpetuação específica e da felicidade individual. Uma “documentação ativa” é condição e imperativo, nesta altura, do progresso. Forma privilegiada da mensagem gráfica, o livro se insere, necessariamente, na documentação, como um dos meios específicos mais poderosos e eficazes da mesma documentação; mas não apenas o livro, é óbvio, senão que quantas coisas realizadas, executadas, interpretadas, achadas, ordenadas, nominadas pelo homem.

(Antonio Houaiss. Elementos de bibliologia. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1967, vol II, p. 36-37.)

 

Um conceito lógico pode ser expresso figuradamente, para ser melhor entendido. É o que ocorre no texto de Houaiss na passagem o homem pôde mantê-lo em conserva. Explique o significado lógico dessa imagem no contexto em que surge.

Ver questão

Questão 52540

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) A questão toma por base um poema de Mário Faustino (1930-1962) e um fragmento do artigo Viagem ao ódio dos irmãos siameses, publicado na Folha de S.Paulo pelo jornalista Clóvis Rossi (1943-).

Estava lá Aquiles, que abraçava

Estava lá Aquiles, que abraçava
Enfim Heitor, secreto personagem
Do sonho que na tenda o torturava;
Estava lá Saul, tendo por pajem
Davi, que ao som da cítara cantava;
E estavam lá seteiros que pensavam
Sebastião e as chagas que o mataram.
Nesse jardim, quantos as mãos deixavam
Levar aos lábios que os atraiçoaram!
Era a cidade exata, aberta, clara:
Estava lá o arcanjo incendiado
Sentado aos pés de quem desafiara;
E estava lá um deus crucificado
Beijando uma vez mais o enforcado
.

(Mário Faustino. Poesia de Mário Faustino. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966, p. 85.)

 

Viagem ao ódio dos irmãos siameses

O sangue mais recente a correr no conflito entre israelenses e palestinos apareceu perto da cidade de Hebron, na terçafeira, dia em que foram assassinados quatro judeus que moravam em um assentamento próximo.

Visitar Hebron é como colocar sob uma lupa as raízes do conflito e do comportamento das duas tribos. Fiz duas incursões pela cidade que tem forte carga mística e histórica – e por isso mesmo é explosiva.

Reproduzo o relato publicado pela Folha no dia 21 de janeiro de 1996, ano da primeira eleição palestina (janeiro) e de importante eleição em Israel (abril), para pôr a lupa ao alcance do leitor:

Segue-se o texto na íntegra:

“É uma única pessoa, cultuada por muçulmanos e por judeus. Chama-se Avraham (Abraão, para os judeus) ou Ibrahimi (para os muçulmanos) – ou Al Khalil er Rahman, ‘Amigo do Senhor’.
No túmulo, no entanto, Abraão/Ibrahimi são dois. O sepulcro fica na mesquita de Ibrahimi, em Hebron (35 km ao sul de Jerusalém), ou, como preferem os judeus, na caverna de Machpelá.
Foi lá, ao lado do túmulo, que, em fevereiro de 1994, um médico judeu fanático, Baruch Goldstein, entrou atirando contra muçulmanos que oravam. Matou 29.

A partir de então, as autoridades israelenses dividiram em duas partes a mesquita/caverna. Uma entrada é reservada só para judeus. A outra, para muçulmanos ou não-judeus em geral.

Cada um chega por seu lado à tumba de Abraão/Ibrahimi. Cada um vê de um ângulo diferente o sepulcro coberto por uma tapeçaria em que se lê, em árabe:

‘Esta é a tumba do profeta Ibrahimi, que descanse em paz’.

Não descansou nos séculos que se seguiram, e sua história acaba sendo a síntese da história de Israel e dos palestinos.

São irmãos siameses, que amam odiar-se, condenados a conviver no mesmo corpo de 89 351 km2 (pouco mais de 1% do território brasileiro).

Ou, como prefere o mais conhecido escritor israelense, Amos Oz, um pacifista: ‘O conflito entre israelenses e palestinos é um conflito entre um direito e outro direito: eles têm direito aos territórios porque seus antepassados os haviam habitado faz 1 300 anos; nós temos direito aos territórios porque nossos antepassados os habitam há milhares de anos e não temos outra pátria’. Por isso, Oz sugere dividir os territórios. ‘Não existe outra saída ao círculo de violência.’

A eleição palestina faz parte do processo de divisão dos siameses, inevitavelmente dolorosa e de resultado incerto como qualquer cirurgia de grande porte.

(...)

A julgar pela disposição das duas partes, Abraão/Ibrahimi continuarão sendo dois na tumba da mesquita/caverna.”

(...)

(Clóvis Rossi. Folha Online, 02.09.2010.)

 

No poema de Mário Faustino é empregado por cinco vezes o advérbio como referência genérica a um lugar. Por duas vezes, no entanto, surgem substantivos que especificam o sentido desse . Aponte esses substantivos.

Ver questão

Questão 52541

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) A questão toma por base um poema de Mário Faustino (1930-1962) e um fragmento do artigo Viagem ao ódio dos irmãos siameses, publicado na Folha de S.Paulo pelo jornalista Clóvis Rossi (1943-).

Estava lá Aquiles, que abraçava

Estava lá Aquiles, que abraçava
Enfim Heitor, secreto personagem
Do sonho que na tenda o torturava;
Estava lá Saul, tendo por pajem
Davi, que ao som da cítara cantava;
E estavam lá seteiros que pensavam
Sebastião e as chagas que o mataram.
Nesse jardim, quantos as mãos deixavam
Levar aos lábios que os atraiçoaram!
Era a cidade exata, aberta, clara:
Estava lá o arcanjo incendiado
Sentado aos pés de quem desafiara;
E estava lá um deus crucificado
Beijando uma vez mais o enforcado
.

(Mário Faustino. Poesia de Mário Faustino. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966, p. 85.)

 

Viagem ao ódio dos irmãos siameses

O sangue mais recente a correr no conflito entre israelenses e palestinos apareceu perto da cidade de Hebron, na terçafeira, dia em que foram assassinados quatro judeus que moravam em um assentamento próximo.

Visitar Hebron é como colocar sob uma lupa as raízes do conflito e do comportamento das duas tribos. Fiz duas incursões pela cidade que tem forte carga mística e histórica – e por isso mesmo é explosiva.

Reproduzo o relato publicado pela Folha no dia 21 de janeiro de 1996, ano da primeira eleição palestina (janeiro) e de importante eleição em Israel (abril), para pôr a lupa ao alcance do leitor:

Segue-se o texto na íntegra:

“É uma única pessoa, cultuada por muçulmanos e por judeus. Chama-se Avraham (Abraão, para os judeus) ou Ibrahimi (para os muçulmanos) – ou Al Khalil er Rahman, ‘Amigo do Senhor’.
No túmulo, no entanto, Abraão/Ibrahimi são dois. O sepulcro fica na mesquita de Ibrahimi, em Hebron (35 km ao sul de Jerusalém), ou, como preferem os judeus, na caverna de Machpelá.
Foi lá, ao lado do túmulo, que, em fevereiro de 1994, um médico judeu fanático, Baruch Goldstein, entrou atirando contra muçulmanos que oravam. Matou 29.

A partir de então, as autoridades israelenses dividiram em duas partes a mesquita/caverna. Uma entrada é reservada só para judeus. A outra, para muçulmanos ou não-judeus em geral.

Cada um chega por seu lado à tumba de Abraão/Ibrahimi. Cada um vê de um ângulo diferente o sepulcro coberto por uma tapeçaria em que se lê, em árabe:

‘Esta é a tumba do profeta Ibrahimi, que descanse em paz’.

Não descansou nos séculos que se seguiram, e sua história acaba sendo a síntese da história de Israel e dos palestinos.

São irmãos siameses, que amam odiar-se, condenados a conviver no mesmo corpo de 89 351 km2 (pouco mais de 1% do território brasileiro).

Ou, como prefere o mais conhecido escritor israelense, Amos Oz, um pacifista: ‘O conflito entre israelenses e palestinos é um conflito entre um direito e outro direito: eles têm direito aos territórios porque seus antepassados os haviam habitado faz 1 300 anos; nós temos direito aos territórios porque nossos antepassados os habitam há milhares de anos e não temos outra pátria’. Por isso, Oz sugere dividir os territórios. ‘Não existe outra saída ao círculo de violência.’

A eleição palestina faz parte do processo de divisão dos siameses, inevitavelmente dolorosa e de resultado incerto como qualquer cirurgia de grande porte.

(...)

A julgar pela disposição das duas partes, Abraão/Ibrahimi continuarão sendo dois na tumba da mesquita/caverna.”

(...)

(Clóvis Rossi. Folha Online, 02.09.2010.)

 

Explique por que o comportamento que as personagens apresentam no poema contribui para sintetizar a proposta de um mundo ideal, utópico, governado por um só sentimento.

Ver questão

Questão 52542

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) A questão toma por base um poema de Mário Faustino (1930-1962) e um fragmento do artigo Viagem ao ódio dos irmãos siameses, publicado na Folha de S.Paulo pelo jornalista Clóvis Rossi (1943-).

Estava lá Aquiles, que abraçava

Estava lá Aquiles, que abraçava
Enfim Heitor, secreto personagem
Do sonho que na tenda o torturava;
Estava lá Saul, tendo por pajem
Davi, que ao som da cítara cantava;
E estavam lá seteiros que pensavam
Sebastião e as chagas que o mataram.
Nesse jardim, quantos as mãos deixavam
Levar aos lábios que os atraiçoaram!
Era a cidade exata, aberta, clara:
Estava lá o arcanjo incendiado
Sentado aos pés de quem desafiara;
E estava lá um deus crucificado
Beijando uma vez mais o enforcado
.

(Mário Faustino. Poesia de Mário Faustino. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966, p. 85.)

 

Viagem ao ódio dos irmãos siameses

O sangue mais recente a correr no conflito entre israelenses e palestinos apareceu perto da cidade de Hebron, na terçafeira, dia em que foram assassinados quatro judeus que moravam em um assentamento próximo.

Visitar Hebron é como colocar sob uma lupa as raízes do conflito e do comportamento das duas tribos. Fiz duas incursões pela cidade que tem forte carga mística e histórica – e por isso mesmo é explosiva.

Reproduzo o relato publicado pela Folha no dia 21 de janeiro de 1996, ano da primeira eleição palestina (janeiro) e de importante eleição em Israel (abril), para pôr a lupa ao alcance do leitor:

Segue-se o texto na íntegra:

“É uma única pessoa, cultuada por muçulmanos e por judeus. Chama-se Avraham (Abraão, para os judeus) ou Ibrahimi (para os muçulmanos) – ou Al Khalil er Rahman, ‘Amigo do Senhor’.
No túmulo, no entanto, Abraão/Ibrahimi são dois. O sepulcro fica na mesquita de Ibrahimi, em Hebron (35 km ao sul de Jerusalém), ou, como preferem os judeus, na caverna de Machpelá.
Foi lá, ao lado do túmulo, que, em fevereiro de 1994, um médico judeu fanático, Baruch Goldstein, entrou atirando contra muçulmanos que oravam. Matou 29.

A partir de então, as autoridades israelenses dividiram em duas partes a mesquita/caverna. Uma entrada é reservada só para judeus. A outra, para muçulmanos ou não-judeus em geral.

Cada um chega por seu lado à tumba de Abraão/Ibrahimi. Cada um vê de um ângulo diferente o sepulcro coberto por uma tapeçaria em que se lê, em árabe:

‘Esta é a tumba do profeta Ibrahimi, que descanse em paz’.

Não descansou nos séculos que se seguiram, e sua história acaba sendo a síntese da história de Israel e dos palestinos.

São irmãos siameses, que amam odiar-se, condenados a conviver no mesmo corpo de 89 351 km2 (pouco mais de 1% do território brasileiro).

Ou, como prefere o mais conhecido escritor israelense, Amos Oz, um pacifista: ‘O conflito entre israelenses e palestinos é um conflito entre um direito e outro direito: eles têm direito aos territórios porque seus antepassados os haviam habitado faz 1 300 anos; nós temos direito aos territórios porque nossos antepassados os habitam há milhares de anos e não temos outra pátria’. Por isso, Oz sugere dividir os territórios. ‘Não existe outra saída ao círculo de violência.’

A eleição palestina faz parte do processo de divisão dos siameses, inevitavelmente dolorosa e de resultado incerto como qualquer cirurgia de grande porte.

(...)

A julgar pela disposição das duas partes, Abraão/Ibrahimi continuarão sendo dois na tumba da mesquita/caverna.”

(...)

(Clóvis Rossi. Folha Online, 02.09.2010.)

 

O artigo de Clóvis Rossi focaliza o conflito terrível que envolve israelenses e palestinos há muito tempo e parece longe de uma solução. Explique a relação que há entre o título do artigo Viagem ao ódio dos irmãos siameses e a expressão “duas tribos”, atribuída no contexto a palestinos e israelenses.

Ver questão

Questão 52543

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) A questão toma por base um poema de Mário Faustino (1930-1962) e um fragmento do artigo Viagem ao ódio dos irmãos siameses, publicado na Folha de S.Paulo pelo jornalista Clóvis Rossi (1943-).

Estava lá Aquiles, que abraçava

Estava lá Aquiles, que abraçava
Enfim Heitor, secreto personagem
Do sonho que na tenda o torturava;
Estava lá Saul, tendo por pajem
Davi, que ao som da cítara cantava;
E estavam lá seteiros que pensavam
Sebastião e as chagas que o mataram.
Nesse jardim, quantos as mãos deixavam
Levar aos lábios que os atraiçoaram!
Era a cidade exata, aberta, clara:
Estava lá o arcanjo incendiado
Sentado aos pés de quem desafiara;
E estava lá um deus crucificado
Beijando uma vez mais o enforcado
.

(Mário Faustino. Poesia de Mário Faustino. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966, p. 85.)

 

Viagem ao ódio dos irmãos siameses

O sangue mais recente a correr no conflito entre israelenses e palestinos apareceu perto da cidade de Hebron, na terçafeira, dia em que foram assassinados quatro judeus que moravam em um assentamento próximo.

Visitar Hebron é como colocar sob uma lupa as raízes do conflito e do comportamento das duas tribos. Fiz duas incursões pela cidade que tem forte carga mística e histórica – e por isso mesmo é explosiva.

Reproduzo o relato publicado pela Folha no dia 21 de janeiro de 1996, ano da primeira eleição palestina (janeiro) e de importante eleição em Israel (abril), para pôr a lupa ao alcance do leitor:

Segue-se o texto na íntegra:

“É uma única pessoa, cultuada por muçulmanos e por judeus. Chama-se Avraham (Abraão, para os judeus) ou Ibrahimi (para os muçulmanos) – ou Al Khalil er Rahman, ‘Amigo do Senhor’.
No túmulo, no entanto, Abraão/Ibrahimi são dois. O sepulcro fica na mesquita de Ibrahimi, em Hebron (35 km ao sul de Jerusalém), ou, como preferem os judeus, na caverna de Machpelá.
Foi lá, ao lado do túmulo, que, em fevereiro de 1994, um médico judeu fanático, Baruch Goldstein, entrou atirando contra muçulmanos que oravam. Matou 29.

A partir de então, as autoridades israelenses dividiram em duas partes a mesquita/caverna. Uma entrada é reservada só para judeus. A outra, para muçulmanos ou não-judeus em geral.

Cada um chega por seu lado à tumba de Abraão/Ibrahimi. Cada um vê de um ângulo diferente o sepulcro coberto por uma tapeçaria em que se lê, em árabe:

‘Esta é a tumba do profeta Ibrahimi, que descanse em paz’.

Não descansou nos séculos que se seguiram, e sua história acaba sendo a síntese da história de Israel e dos palestinos.

São irmãos siameses, que amam odiar-se, condenados a conviver no mesmo corpo de 89 351 km2 (pouco mais de 1% do território brasileiro).

Ou, como prefere o mais conhecido escritor israelense, Amos Oz, um pacifista: ‘O conflito entre israelenses e palestinos é um conflito entre um direito e outro direito: eles têm direito aos territórios porque seus antepassados os haviam habitado faz 1 300 anos; nós temos direito aos territórios porque nossos antepassados os habitam há milhares de anos e não temos outra pátria’. Por isso, Oz sugere dividir os territórios. ‘Não existe outra saída ao círculo de violência.’

A eleição palestina faz parte do processo de divisão dos siameses, inevitavelmente dolorosa e de resultado incerto como qualquer cirurgia de grande porte.

(...)

A julgar pela disposição das duas partes, Abraão/Ibrahimi continuarão sendo dois na tumba da mesquita/caverna.”

(...)

(Clóvis Rossi. Folha Online, 02.09.2010.)

 

No túmulo, no entanto, Abraão/Ibrahimi são dois.

A concordância do predicativo no plural destaca, com expressividade, um fato abordado com bastante ênfase pelo jornalista no artigo. Aponte esse fato.

Ver questão

Questão 52544

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) Leia o texto para responder, em português, à questão.

Bob Marley: Life and Legacy
 

Bob Marley was a hero figure, in the classic mythological sense. His departure from this planet came at a point when his vision of One World, One Love – inspired by his belief in Rastafari – was beginning to be heard and felt. (…)

Bob’s story is that of an archetype, which is why it continues to have such a powerful and ever-growing resonance: it embodies political repression, metaphysical and artistic insights, gangland warfare and various periods of mystical wilderness. And his audience continues to widen: to westerners Bob’s apocalyptic truths prove inspirational and life-changing; in the Third World his impact goes much further. Not just among Jamaicans, but also the Hopi Indians of New Mexico and the Maoris of New Zealand, in Indonesia and India, and especially in those parts of West Africa from which slaves were plucked and taken to the New World, Bob is seen as a redeemer figure returning to lead this.

(…)

The tiny Third World country of Jamaica has produced an artist who has transcended all categories, classes, and creeds through a combination of innate modesty and profound wisdom. Bob Marley, the Natural Mystic, may yet prove to be the most significant musical artist of the twentieth century. 

(…)

(www.bobmarley.com/life_and_legacy.php)

 

De acordo com o último parágrafo do texto, Bob Marley pode ser considerado o compositor e músico mais marcante do século vinte (the most significant musical artist of the twentieth century). Indique dois, dentre os vários argumentos apresentados no texto, que justifiquem essa conclusão.

Ver questão

Questão 52545

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE)

TEXTO I

A amígdala cerebral e o córtex pré-frontal são regiões do cérebro reguladoras de emoções como culpa, remorso e medo de punição. Duas pesquisadoras americanas estão revolucionando a comunidade científica ao afirmarem que, estudando essas duas importantes áreas, é possível identificar em crianças de 3 anos se elas apresentam riscos de se tornarem criminosas quando adultas. Segundo os cientistas Adrian Raine, da Universidade da Pensilvânia, e Nathalie Fontaine, da Universidade de Indiana, o cérebro de psicopatas exibe amígdalas 20% menores do que as do cérebro de um não criminoso.

(IstoÉ, 16.03.2011. Adaptado.)

TEXTO II

Criminalidade é efeito, é forma perversa de protesto, gerada por uma patologia social que a antecede e que é, também ela, perversa. Sem os filtros despoluidores da justiça social e da decência política, toda e qualquer medida contra o crime, por mais violenta e repressiva que seja, constituirá mero recurso paliativo. É claro que a criminalidade, enquanto sintoma, tem de ser adequadamente combatida por medidas policiais enérgicas. Mas que não se fique nisso, já que o puro e simples combate ao efeito não remove – nem resolve – a causa que o produz. Ao contrário: a luta isolada contra o efeito pode tornar se danosa e perversa, uma vez que, destruindo sua função alertadora e denunciadora, provoca uma cegueira perigosa, que aprofunda a raiz do mal.

(Hélio Pelegrino. Texto publicado em 1986. Adaptado.)

Explique uma diferença de abordagem entre os dois textos sobre os fatores determinantes da violência, bem como uma diferença no que se refere à concepção de meios para evitá-la.

Ver questão

Questão 52546

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) Leia o texto para responder, em português, à questão.

Bob Marley: Life and Legacy
 

Bob Marley was a hero figure, in the classic mythological sense. His departure from this planet came at a point when his vision of One World, One Love – inspired by his belief in Rastafari – was beginning to be heard and felt. (…)

Bob’s story is that of an archetype, which is why it continues to have such a powerful and ever-growing resonance: it embodies political repression, metaphysical and artistic insights, gangland warfare and various periods of mystical wilderness. And his audience continues to widen: to westerners Bob’s apocalyptic truths prove inspirational and life-changing; in the Third World his impact goes much further. Not just among Jamaicans, but also the Hopi Indians of New Mexico and the Maoris of New Zealand, in Indonesia and India, and especially in those parts of West Africa from which slaves were plucked and taken to the New World, Bob is seen as a redeemer figure returning to lead this.

(…)

The tiny Third World country of Jamaica has produced an artist who has transcended all categories, classes, and creeds through a combination of innate modesty and profound wisdom. Bob Marley, the Natural Mystic, may yet prove to be the most significant musical artist of the twentieth century. 

(…)

(www.bobmarley.com/life_and_legacy.php)

 

Dê os significados, no texto, das seguintes palavras e expressões: departure from this planet, to widen, slaves were plucked e profound wisdom.

Ver questão

Questão 52547

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) Leia a letra da música para responder, em português, a questão.

One Love (Bob Marley)

One Love, one heart
Let’s get together and feel all right
Hear the children crying (One love)
Hear the children crying (One heart)
Sayin’, “Give thanks and praise to the Lord and I will feel all right”
Sayin’, “Let’s get together and feel all right”
Whoa, whoa, whoa, whoa

 

Let them all pass all their dirty remarks (One love)
There is one question I’d really love to ask (One heart)
Is there a place for the hopeless sinner
Who has hurt all mankind just to save his own?
Believe me

 

One Love, one heart
Let’s get together and feel all right
As it was in the beginning (One love)
So shall it be in the end (One heart)
Alright, “Give thanks and praise to the Lord and I will feel all right”
“Let’s get together and feel all right.”
One more thing

 

Let’s get together to fight this Holy Armageddon (One love)
So when the Man comes there will be no, no doom (One song)
Have pity on those whose chances grow thinner
There ain’t no hiding place from the Father of Creation

 

Sayin’, “One love, one heart
Let’s get together and feel all right.”
I’m pleading to mankind (One love)
Oh Lord (One heart) Whoa.

 

“Give thanks and praise to the Lord and I will feel all right.”
Let’s get together and feel all right

(www.lyrics007.com)

 

Explique o significado do verso Have pity on those whose chances grow thinner no contexto da letra de One Love. A quem se refere a palavra those, e por que se afirma, sobre essas pessoas, que chances grow thinner?

Ver questão

Questão 52548

(UNESP - 2011/2 - 2ª FASE) Leia a letra da música para responder, em português, a questão.

One Love (Bob Marley)

One Love, one heart
Let’s get together and feel all right
Hear the children crying (One love)
Hear the children crying (One heart)
Sayin’, “Give thanks and praise to the Lord and I will feel all right”
Sayin’, “Let’s get together and feel all right”
Whoa, whoa, whoa, whoa

 

Let them all pass all their dirty remarks (One love)
There is one question I’d really love to ask (One heart)
Is there a place for the hopeless sinner
Who has hurt all mankind just to save his own?
Believe me

 

One Love, one heart
Let’s get together and feel all right
As it was in the beginning (One love)
So shall it be in the end (One heart)
Alright, “Give thanks and praise to the Lord and I will feel all right”
“Let’s get together and feel all right.”
One more thing

 

Let’s get together to fight this Holy Armageddon (One love)
So when the Man comes there will be no, no doom (One song)
Have pity on those whose chances grow thinner
There ain’t no hiding place from the Father of Creation

 

Sayin’, “One love, one heart
Let’s get together and feel all right.”
I’m pleading to mankind (One love)
Oh Lord (One heart) Whoa.

 

“Give thanks and praise to the Lord and I will feel all right.”
Let’s get together and feel all right

(www.lyrics007.com)

 

Considerando-se a mensagem principal e as demais ideias contidas na letra de One Love, a quem se refere a expressão the hopeless sinner, e qual a culpa atribuída a essas pessoas?

Ver questão