(UFU-MG-2014 - Meio do ano)
Mas, de supetão, uma espécie de frango esquisito, meio carijó, meio marrom, pulou no chão do terreiro e correu atrás da garnisé branquinha, que, espaventada, fugiu. O galo pedrês investiu, de porrete. Empavesado e batendo o monco, o peru grugulejou. A galinha choca saltou à frente das suas treze familiazinhas. E, aí, por causa do bico adunco, da extrema elegância e do exagero das garras, notei que o tal frango era mesmo um gavião. Não fugiu: deitou-se de costas, apoiado na cauda dobrada, e estendeu as patas, em guarda, grasnando ameaças com muitos erres.
Para assustá-lo, o galo separou as penas do pescoço das do corpo, fazendo uma garbosa gola; avançou e saltou, como um combatente malaio, e lascou duas cacetadas, de sanco e esporão. Aí o gavião fez mais barulho, com o que o galo retrocedeu. E o gavião aproveitou a folga para voar para a cerca, enquanto o peru grugulejava outra vez, com vários engasgos.
—Nunca pensei que um gavião pudesse ser tão covarde e idiota...
—eu disse.
Maria Irma riu.
— Mas este não é gavião do campo! É manso. É dos meninos do Norberto... Vem aqui no galinheiro, só porque gosta de confusão e algazarra. Nem come pinto, corre de qualquer galinha...
— Claro! Gavião civilizado...
— U’lalá... Perdeu duas penas...
O sorriso de Maria Irma era quase irônico. Não me zanguei, mas também não gostei.
ROSA, Guimarães. Minha gente. In: Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 241-242. (fragmento)
No trecho acima, a briga entre as aves remete ao seguinte tema desenvolvido no conto Minha Gente:
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(UFU-MG-2014 - Meio do ano)
O grupo se reuniu na casa do Jorge pra ler junto O Abraço, e aí a gente combinou quem fazia o que e quem se vestia de quê. É um conto meio estranho esse teu, não é não? ainda mais com aquela misturada que você fez de gente falando com bicho, de bicho falando com planta, feito coisa que não tem muita diferença entre um e outro.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. 6. ed. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2010. p. 11.
Considerando os procedimentos narrativos de O abraço, é correto afirmar que:
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(UFU 2014 - Meio do ano) Observe as figuras.
A charge da esquerda remete ao tema do
“
laissez- faire” e à visão da sociedade como conjunto de ações individuais; a imagem da direita pode ser associada a uma frase usada por Leo Huberman no livro A história da riqueza do homem: “Precisa-se de trabalhadores, crianças de dois anos podem se candidatar”.
Contra essas duas situações, uma de ordem teórica e outra de ordem prática, a Sociologia levanta-se.
É correto afirmar que a Sociologia critica
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(UFU 2014 - Meio do ano) No livro Cultura: um conceito antropológico, Laraia (2009) afirma:
A espécie humana se diferencia anatômica e fisiologicamente pelo dimorfismo sexual, mas é falso que as diferenças de comportamento existentes entre as pessoas de sexo diferentes sejam determinadas biologicamente. A Antropologia tem demonstrado que muitas atividades atribuídas às mulheres em uma cultura podem ser atribuídas aos homens em outras
LARAIA, Roque de B. Cultura
–
um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 24ª ed, 2009, p. 19.
O trecho acima expressa
(UFU 2014 - Meio do ano) Durkheim parte da proposição: ‘cada sociedade tem sua moral’; o que todo mundo pode admitir. De fato, a moral da sociedade romana difere concretamente da moral do Estado soviético ou do Estado liberal norteamericano. É verdade que cada sociedade tem instituições, crenças ou práticas morais que lhe são próprias, e que caracterizam o tipo a que essas sociedades pertencem. ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 360-361.
São exemplos de instituições essenciais para a sociedade na concepção de Durkheim:
(UFU 2014 - Meio do ano) A interpretação da modernidade, de acordo com Émile Durkheim, é construída tendo em vista dois polos de sociedade que ele procura explicar a partir da solidariedade mecânica e da solidariedade orgânica. Tendo em vista a solidariedade orgânica, o autor aponta suas características, considerando formas distintas de organização social, laços de solidariedade e tipo de direito, marcadas, respectivamente, pela
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(UFU 2014 - Meio do ano) Para Castells (2010), “identidade [é] o processo de construção de significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais interrelacionados, o(s) qual(ais) prevalece(m) sobre outras fontes de significado. [...] Não é difícil concordar com o fato de que, do ponto de vista sociológico, toda e qualquer identidade é construída.”
Partindo dessa perspectiva, assinale a alternativa INCORRETA.
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(UFU 2014 - Meio do ano) Ao anunciar o lançamento do filme Cidadão Boilesen, o sítio do jornal Estado de São Paulo, descreve a vida do personagem que dá nome à película da seguinte forma:
Dinamarquês naturalizado brasileiro, ele virou empresário no País. Anticomunista ferrenho ligou-se a grupos militares e paramilitares. Outros empresários e banqueiros - nomeados no filme - também fizeram isso, mas Boilesen se destacava por uma particularidade fartamente debatida no filme. Sádico, ele tinha um prazer especial em seguir as sessões de tortura, chegando a fornecer carros da empresa Ultragaz, do grupo Ulbra, que presidia, para operações de repressão. Em 1971, foi vítima de uma emboscada e morto por guerrilheiros.
Disponível em: . Acesso em: 19 mar. 2014.
Com base na exposição do perfil do personagem e em conhecimentos acerca do período compreendido entre os anos de 1964 e 1984, assinale a alternativa correta.
(UFU 2014 - Meio do ano) Weber procura analisar os fundamentos que tornam legítima a autoridade e as razões internas que justificam a dominação, que ele distingue conforme três tipos puros: a dominação tradicional, a dominação carismática e a dominação racional-legal. Sobre as características da dominação racional-legal é INCORRETO afirmar que:
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(UFU 2014 - Meio do ano) Uma das condições históricas para o desenvolvimento do capital foi o trabalho livre e a troca de trabalho livre por dinheiro, outra foi a separação do trabalho livre das condições objetivas de sua efetivação – dos meios e material do trabalho.
K. Marx, Formações econômicas pré-capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985, p. 65.
Nesse trecho, Marx se refere à especificidade do trabalho na sociedade capitalista, quando comparado com as formações econômicas que a precederam.
Com base nas informações fornecidas, é correto afirmar que,
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