(UEL - 2016)
Leia o fragmento do conto A mulher ramada, a seguir, e responda à questão a seguir.
Em pouco, o jardim vestiu o cetim das folhas novas. Em cada tronco, em cada haste, em cada pedúnculo, a seiva empurrou para fora pétalas e pistilos. E mesmo no escuro da terra os bulbos acordaram, espreguiçando-se em pequenas pontas verdes.
Mas enquanto todos os arbustos se enfeitavam de flores, nem uma só gota de vermelho brilhava no corpo da roseira. Nua, obedecia ao esforço do seu jardineiro que, temendo viesse a floração romper tanta beleza, cortava rente todos os botões.
De tanto contrariar a primavera, adoeceu porém o jardineiro. E ardendo de amor e febre na cama, inutilmente chamou por sua amada.
Muitos dias se passaram antes que pudesse voltar ao jardim. Quando afinal conseguiu se levantar para procurá- -la, percebeu de longe a marca da sua ausência. Embaralhando-se aos cabelos, desfazendo a curva da testa, uma rosa embabadava suas pétalas entre os olhos da mulher. E já outra no seio despontava. Parado diante dela, ele olhava e olhava. Perdida estava a perfeição do rosto, perdida a expressão do olhar. Mas do seu amor nada se perdia. Florida, pareceu-lhe ainda mais linda. Nunca Rosamulher fora tão rosa. E seu coração de jardineiro soube que nunca mais teria coragem de podá-la. Nem mesmo para mantê-la presa em seu desenho.
(COLASANTI, M. Doze reis e a moça no labirinto do vento. 12.ed. São Paulo: Global Editora, 2006. p.26-28.)
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a figura de linguagem encontrada na passagem “nem uma só gota de vermelho brilhava no corpo da roseira”.
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(MACKENZIE 2016)
Se precisamos estar em constante contato com os outros, é evidente que a comunicação é essencial para a vida humana e a organização social. Também é óbvio que, desde o começo de nossa existência, participamos do complexo processo de adquirir regras de comunicação e pô-las em prática. Na maioria das vezes, não discutimos os códigos e os modos de usá-los; simplesmente nos comunicamos por meio deles. Como afirmamos, isso acontece porque somos eminentemente sociais, incapazes de viver isolados.
Aliás, mesmo solitários, estabelecemos um modo de comunicação a que a psicologia se refere como intrapessoal, quando nos questionamos internamente, a partir de nossos sentimentos, nossas dúvidas, nossas motivações interiores. Paralelamente, estamos em constante comunicação interpessoal, aquela que se dá entre duas pessoas, ou grupal, que acontece entre uma pessoa e um grupo, ou viceversa, além de recebermos os apelos da comunicação de massa, que se concretiza pelos meios tecnológicos, como o rádio, o jornal, a televisão, entre outros, acionados por jornalistas e publicitários, que geram e difundem informações e anúncios.
Como fenômeno social, a comunicação dá-se por intermédio de algum tipo de linguagem que, como vimos, se altera de acordo com o uso que as pessoas fazem dela. Verbais ou não verbais, criamos sinais que têm significado especial para o grupo humano do qual fazemos parte. A variedade de línguas faladas no mundo é um exemplo bem evidente do fenômeno, mas existem outros. O significado que atribuímos às cores é um deles: se para nós, ocidentais, o vermelho pode significar poder [...], para algumas culturas africanas, ele está ligado ao luto, pois evoca luta, sangue, morte.
Vera Teixeira de Aguiar, O verbal e o não verbal
Assinale a alternativa que mais apropriadamente resume a ideia principal do texto.
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(UERJ 2016)
TERRORISMO LÓGICO
O terrorismo é duplamente obscurantista: primeiro no atentado, depois nas reações que desencadeia. Said e Chérif Kouachi eram descendentes de imigrantes. Said e Chérif Kouachi são suspeitos do ataque ao jornal Charlie Hebdo, na França. Se não houvesse imigrantes na França, não teria havido ataque ao Charlie Hebdo. Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal Charlie Hebdo, eram filhos de argelinos. Zinedine Zidane é filho de argelinos. Zinedine Zidane é terrorista. Zinedine Zidane é filho de argelinos. Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal Charlie Hebdo, eram filhos de argelinos. Said e Chérif Kouachi sabiam jogar futebol. Muçulmanos são uma minoria na França. Membros de uma minoria são suspeitos do ataque terrorista. Olha aí no que dá defender minoria... A esquerda francesa defende minorias. Membros de uma minoria são suspeitos pelo ataque terrorista. A esquerda francesa é culpada pelo ataque terrorista. A extrema direita francesa demoniza os imigrantes. O ataque terrorista fortalece a extrema direita francesa. A extrema direita francesa está por trás do ataque terrorista. Marine Le Pen é a líder da extrema direita francesa. “Le Pen” é “O Caneta”, se tomarmos o artigo em francês e o substantivo em inglês. Eis aí uma demonstração de apoio da extrema direita francesa à liberdade de expressão e aos erros de concordância nominal. Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam livres para se expressar. Algumas dessas expressões podem ofender indivíduos ou grupos. Numa democracia, é desejável que indivíduos ou grupos sejam ofendidos. Os terroristas que atacaram o jornal Charlie Hebdo usavam gorros pretos. “Black blocs” usam gorros pretos. “Black blocs” são terroristas. Todo abacate é verde. O Incrível Hulk é verde. O Incrível Hulk é um abacate.
Antonio Prata
Adaptado de Folha de São Paulo, 11/01/2015.
"Todo abacate é verde. O Incrível Hulk é verde. O Incrível Hulk é um abacate."
Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que nos leva a conclusões falsas ou improcedentes. O último parágrafo do texto é um exemplo de sofisma, considerando que, da constatação de que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os abacates têm cor verde.
Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento:
(UFRGS - 2016) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, relativas às características dos organismos da classe Mammalia.
( ) Um único osso na mandíbula inferior.
( ) Membrana muscular que separa o tórax do abdômen.
( ) Epiderme espessa e queratinizada.
( ) Ácido úrico como principal produto de excreção.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
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(UERJ 2016)
A ARTE DE ENGANAR
Em seu livro Pernas pro ar, Eduardo Galeano recorda que, na era vitoriana, era proibido mencionar “calças” na presença de uma jovem. Hoje em dia, diz ele, não cai bem utilizar certas expressões perante a opinião pública: “O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado; imperialismo se chama globalização; suas vítimas se chamam países em via de desenvolvimento; oportunismo se chama pragmatismo; despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral” etc.
A lista é longa. Acrescento os inúmeros preconceitos que carregamos: ladrão é sonegador; lobista é consultor; fracasso é crise; especulação é derivativo; latifúndio é agronegócio; desmatamento é investimento rural; lavanderia de dinheiro escuso é paraíso fiscal; acumulação privada de riqueza é democracia; socialização de bens é ditadura; governar a favor da maioria é populismo; tortura é constrangimento ilegal; invasão é intervenção; peste é pandemia; magricela é anoréxica.
Eufemismo é a arte de dizer uma coisa e acreditar que o público escuta ou lê outra. É um jeitinho de escamotear significados. De tentar encobrir verdades e realidades.
Posso admitir que pertenço à terceira idade, embora esteja na cara: sou velho. Ora, poderia dizer que sou seminovo! Como carros em revendedoras de veículos. Todos velhos! Mas o adjetivo seminovo os torna mais vendáveis.
Coitadas das palavras! Elas são distorcidas para que a realidade, escamoteada, permaneça como está. Não conseguem, contudo, escapar da luta de classes: pobre é ladrão, rico é corrupto.
Pobre é viciado, rico é dependente químico.
Em suma, eufemismo é um truque semântico para tentar amenizar os fatos.
Frei Betto
Adaptado de O Dia, 21/03/2015.
Frei Betto inicia seu texto com uma citação do escritor uruguaio Eduardo Galeano, recorrendo a recurso comum de argumentação. Esse recurso constitui um argumento de:
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(UFRGS - 2016)
Momentos insólitos de la Copa América
La primera Copa América se realizó en 1916 para celebrar el centenario de la independencia de Argentina. Resulta que en ese 1entonces el fútbol era un deporte no profesional y si bien el país anfitrión había elegido a sus 11 representantes, uno debió ausentarse a último momento por un viaje laboral impostergable. En esa época no existían los cambios: todos los jugadores debían disputar el partido entero. Por eso, no se convocaba a suplentes. Tampoco había tarjetas amarillas o rojas. Con solo 10 jugadores, y faltando poco para que comenzara el encuentro contra Brasil,
Argentina estuvo al borde de declararse afuera. 2Se eximió de un bochorno por poco.
Uno de los jugadores argentinos reconoció entre el público que colmaba las gradas del estadio a José Laguna, futbolista del club Huracán. Convocado de urgencia, Laguna aceptó ser parte del encuentro y de hecho resultó providencial. El partido terminó 1 a 1.
3Tras el primer torneo en Buenos Aires y el segundo, al año siguiente, en Montevideo – ambos ganados por Uruguay –, era el turno de Río de Janeiro para ser anfitrión. Una epidemia de gripe postergó el encuentro en 1918, que finalmente se jugó en 1919. La sede brasileña fue un desafío especialmente grande para los chilenos, que venían de más lejos. Debieron viajar en tren hasta Argentina y desde 4Buenos Aires tomaron un barco con la selección celeste y blanca hasta la ciudad carioca. El problema, sin embargo, se dio a la vuelta del torneo, que ganó por primera vez
Brasil. Una tormenta de nieve cerró el cruce a través de 5los Andes, dejando a los jugadores chilenos 6varados en la ciudad argentina de 7Mendoza, en la frontera con su país. Sin recursos para alojarse 8allí – los futbolistas costeaban el viaje de sus propios bolsillos –, tomaron la decisión de hacer el cruce en mula. Tardaron dos semanas, pero llegaron sanos y salvos a 9Santiago, 40 días después de haber partido de 10Río. Sin duda alguna que los chilenos tenían pocos motivos felices para
recordar ese Campeonato: además del infernal viaje, salieron últimos.
La Copa América también marcó algunas efemérides que sus protagonistas preferirían olvidar en nombre de sus países. Tal es el caso del jugador argentino Martín Palermo, quien en 1999 logró la dudosa hazaña de errar tres penales en un solo partido. Como premio de consuelo, Palermo terminó el torneo, que ganó Brasil, como el máximo goleador argentino, con tres tantos.
Adaptado de: http://www.bbc.com. Acesso em: 25 set. 2015.
A palavra allí (ref. 8) refere-se a:
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(IFSUL 2016)
Leia a tira abaixo, para a resolução da questão.
O desenvolvimento argumentativo do personagem revela uma contradição, uma vez que
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(UEG - 2016)
[...] E indo a dizer o mais, cai num desmaio.
Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo;
Com mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda do mar, que, irado, freme,
Tornando a aparecer desde o profundo,
– Ah! Diogo cruel! – disse com mágoa, –
e sem mais vista ser, sorveu-se na água.
DURÃO, Frei José de Santa Rita. Caramuru. In: Hernâni Cidade – Santa Rita Durão. Rio de Janeiro: Agir, 1957. p. 88.
MEIRELLES, Vitor. Moema. Disponível em: https://saopauloantiga.com.br/wp-content/uploads/2012/11/Moema_AIB1922.jpg. Acesso em: 14 mar. 2016.
Verifica-se, entre a pintura e o excerto apresentados, uma relação intertextual, na medida em que ambos tematizam
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(IFSP - 2016)
De acordo com o geógrafo Jurandyr Ross, "[...] consolidam-se na parte externa da superfície da Terra e por isso passam por um processo de esfriamento rápido. Entre os exemplos mais comuns estão o basalto, o riolito, o fonolito e as obsidianas".
(Fonte: ROSS, Jurandyr L. Sanches (org). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008, p.40).
Com base na descrição, o autor se refere a:
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(UECE - 2016/ adaptada)
En "Le pedí a Antonio quinientos euros", el pronombre "Le" y la expresión "quinientos euros" son, respectivamente
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