(UNESP - 2016 - 1ª FASE)
A questão aborda um poema do português Eugênio de Castro (1869-1944).
MÃOS
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
o vosso gesto é como um balouçar de palma;
o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta!
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
rolas à volta da negra torre da minh’alma.
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes,
Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma,
O vosso gesto é como um balouçar de palma,
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes...
Mãos afiladas, mãos de insigne formosura,
Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim,
Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim,
Duas velas à flor duma baía escura.
Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas,
Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos,
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,
Mas que depois me haveis coroado de rosas!
Afilhadas do luar, mãos de rainha,
Mãos que sois um perpétuo amanhecer,
Alegrai, como dois netinhos, o viver
Da minha alma, velha avó entrevadinha.
(Obras poéticas, 1968.)
Indique o verso cuja imagem significa “trazer sofrimentos, padecimentos”.
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(UNESP - 2016 - 1ª FASE)
A questão aborda um poema do português Eugênio de Castro (1869-1944).
MÃOS
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
o vosso gesto é como um balouçar de palma;
o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta!
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
rolas à volta da negra torre da minh’alma.
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes,
Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma,
O vosso gesto é como um balouçar de palma,
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes...
Mãos afiladas, mãos de insigne formosura,
Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim,
Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim,
Duas velas à flor duma baía escura.
Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas,
Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos,
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,
Mas que depois me haveis coroado de rosas!
Afilhadas do luar, mãos de rainha,
Mãos que sois um perpétuo amanhecer,
Alegrai, como dois netinhos, o viver
Da minha alma, velha avó entrevadinha.
(Obras poéticas, 1968.)
Na última estrofe do poema, os termos “Afilhadas do luar”, “mãos de rainha” e “Mãos que sois um perpétuo amanhecer” funcionam, no período de que fazem parte, como
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(Unicamp 2016)
Pobre alimária
(Oswald de Andrade, Pau Brasil. São Paulo: Globo, 2003, p.159.)
A imagem e o poema revelam a dinâmica do espaço na cidade de São Paulo na primeira metade do século XX.
Qual alternativa abaixo formula corretamente essa dinâmica?
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(UEG - 2016)
Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra
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(UEG - 2016)
O último quadro da tirinha, elaborado em linguagem não verbal, estabelece em relação à fala de Felipe uma
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(IFSP - 2016)
De acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa e a gramática normativa, com relação à conjugação dos verbos, assinale a alternativa em que o verbo destacado esteja conjugado no tempo e no modo indicados dentro dos parênteses.
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(UERJ - 2016)
O FUTURO ERA LINDO
A informação seria livre. Todo o saber do mundo seria compartilhado, bem como a música, o cinema, a literatura e a ciência. O custo seria zero. O espaço seria infinito. A velocidade, estonteante. A solidariedade e a colaboração seriam os valores supremos. A criatividade, o único poder verdadeiro. O bem triunfaria sobre os males do capitalismo. O sistema de representação se tornaria obsoleto. Todos os seres humanos teriam oportunidades iguais em qualquer lugar do planeta. Todos seriam empreendedores e inventivos. Todos poderiam se expressar livremente. Censura, nunca mais. As fronteiras deixariam de existir. As distâncias se tornariam irrelevantes. O inimaginável seria possível. O sonho, qualquer sonho, poderia se tornar realidade.
1Livre, grátis, inovador, coletivo, palavras-chave do novo mundo que a internet inaugurou. Por anos esquecemos que a internet foi uma invenção militar, criada para manter o poder de quem já o tinha. Por anos fingimos que transformar produtos físicos em produtos virtuais era algo ecologicamente correto, esquecendo que a fabricação de computadores e celulares, com a obsolescência embutida em seu DNA, demanda o consumo de quantidades vexatórias de combustíveis fósseis, de produtos químicos e de água, sem falar no volume assombroso de lixo não reciclado em que resultam, incluindo lixo tóxico.
2Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre tantas indústrias e atividades em tão pouco tempo. Ninguém previu que os mesmos Estados Unidos, graças às maravilhas da internet sempre tão aberta e juvenil, se consolidariam como os maiores espiões do mundo, humilhando potências como a Alemanha e também o Brasil, impondo os métodos de sua inteligência militar sobre a população mundial, e guiando ao arrepio da justiça os bebês engenheiros nota dez em matemática mas ignorantes completos em matéria de ética, política e em boas maneiras.
3Ninguém previu a febre das notícias inventadas, a civilização de perfis falsos, as enxurradas de vírus, os arrastões de números de cartão de crédito, a empulhação dos
resultados numéricos falseados por robôs ou gerados por trabalhadores mal pagos em países do terceiro mundo, o fim da privacidade, o terrorismo eletrônico, inclusive de Estado.
Marion Strecker
Adaptado de Folha de São Paulo, 29/07/2014.
O primeiro parágrafo expõe projeções passadas sobre possibilidades de um futuro regido pela internet.
O recurso linguístico que permite identificar que se trata de projeção e não de fatos do passado é o uso da:
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(Puccamp 2016) Para responder à(s) quest(ões) a seguir, considere o trecho abaixo, do romance Dois irmãos, do escritor amazonense Milton Hatoum.
Cresci vendo as fotos de Yaqub e ouvindo a mãe dele ler suas cartas. 1Numa das fotos, posou com a farda do Exército; outra vez uma espada, só que agora a arma de dois gumes dava mais poder ao corpo do oficial da reserva. Durante anos, essa imagem do galã fardado me impressionou. Um oficial do Exército, e futuro engenheiro da Escola Politécnica...
Já Omar era presente demais: seu corpo estava ali, dormindo no alpendre. O corpo participava de um jogo entre a inércia da ressaca e a euforia da farra noturna. Durante a manhã, ele se esquecia do mundo, era um ser imóvel, embrulhado na rede. 2No começo da tarde, rugia, faminto, bon vivant em tempo de penúria. Era, na aparência, indiferente ao êxito do irmão. 3Não participava da leitura das cartas, ignorava o oficial da reserva e futuro politécnico. No entanto, mangava das fotografias expostas na sala. 4“Um lesão com pinta de importante”, dizia, e com uma voz tão parecida com a do irmão que Domingas, assustada, procurava na sala um Yaqub de carne e osso. A mesma voz, a mesma inflexão. Na minha mente, a imagem de Yaqub era desenhada pelo corpo e pela voz de Omar. Neste habitavam os gêmeos, porque Omar sempre esteve por ali, expandindo sua presença para apagar a existência de Yaqub.
Obs. |
bon vivant: homem alegre, que valoriza os prazeres da vida. |
|
mangar: caçoar, expor ao ridículo. |
É adequado o seguinte comentário envolvendo sentidos do último parágrafo:
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(PUC/RS - 2016)
Responda à(s) questões a seguir com base no texto abaixo.
Dois caminhos se 1abriram diante do paulista Marcus Smolka em 2007, quando ele 2concluiu o pós-doutorado no Ludwig Institute for Cancer Research, em San Diego (EUA).
Um deles 3era retornar ao Brasil e associar-se a um centro de pesquisa dotado de espectrômetro de massa, um equipamento novo, que ele dominava como poucos. Nesse caso, 4trabalharia como uma espécie de operador da máquina, rodando os trabalhos de outros cientistas. Nas horas vagas, 5poderia usá-la para dar continuidade a suas próprias pesquisas. A outra opção 6era aceitar um convite da Universidade Cornell, no Estado de Nova York. Por essa proposta, 7ganharia um laboratório e teria um espectrômetro só para si, aos 33 anos de idade.
8Para Smolka, nenhuma das duas opções 9era a ideal. 10O que ele queria mesmo era voltar ao Brasil e ter um espectrômetro. Mas a proposta que apresentou ao Fundo de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) esbarrou no custo do equipamento, da ordem de US$ 1 milhão. O brasileiro 11acabou escolhendo Cornell.
Smolka é hoje parte de uma expressiva comunidade de cientistas brasileiros que estão radicados no Exterior, produzindo pesquisa de ponta e ajudando a mudar os rumos do conhecimento. Tradicionalmente encarado como fuga de cérebros, o fenômeno é, na verdade, uma tendência global.
Adaptado de: Histórias de cientistas brasileiros ajudam a explicar o fenômeno da exportação de cérebros.
Zero Hora, Planeta Ciência. 24/7/2015
Assinale a alternativa correta sobre o emprego das formas verbais no texto.
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(UECE - 2016)
Pessoas habitadas
1Estava conversando com uma amiga, dia desses. Ela comentava sobre uma terceira pessoa, que eu não conhecia. Descreveu-a como sendo 2boa gente, esforçada, ótimo caráter. 3"Só tem um probleminha: 4não é habitada". Rimos. Uma expressão coloquial na França – habité‚ – mas nunca tinha escutado por estas paragens e com este sentido. Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma parecida, também costuma dizer 5"aquela ali tem gente em casa" quando se refere a 6pessoas que fazem diferença.
7Uma pessoa pode ser altamente confiável, gentil, carinhosa, simpática, mas, se não é habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demônio em Berna, onde morava na ocasião. 8A Suíça, de fato, é um país de contos de fada onde tudo funciona, onde todos são belos, onde a vida parece uma pintura, um rótulo de chocolate. Mas 9falta uma ebulição que a salve do marasmo.
Retornando ao assunto: pessoas habitadas 10são aquelas possuídas por si mesmas,
em diversas versões. Os habitados estão preenchidos de indagações, angústias, incertezas, mas não são menos felizes 11por causa disso. Não transformam suas "inadequações" em doença, mas em força e curiosidade. Não recuam diante de encruzilhadas, não se amedrontam com transgressões, não adotam as opiniões dos outros para facilitar o diálogo. São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem 12nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos. Ao contrário, encantam pela verdade pessoal que defendem. 13Além disso, mantêm com a solidão uma relação mais do que cordial.
14Então são as criaturas mais incríveis do universo? Não necessariamente. Entre os habitados há de tudo, gente fenomenal e também assassinos, pervertidos e demais malucos que não merecem abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos, bastante interessantes. Interessam, mas assustam. Interessam, mas causam dano. 15Eu não gostaria de repartir a mesa de um restaurante com Hannibal Lecter, "The Cannibal", 16ainda que eu não tenha dúvida de que o personagem imortalizado por Anthony Hopkins renderia um papo mais estimulante do que uma conversa com, 17sei lá, Britney Spears, que 18só tem gente em casa porque está grávida.
Que tenhamos a sorte de esbarrar com seres habitados e ao mesmo tempo inofensivos, cujo único mal que possam fazer seja nos fascinar e nos manter acordados uma madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que é melhor ainda.
MEDEIROS, Martha. In: Org. e Int. SANTOS, Joaquim Ferreira dos. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Objetiva, 324-325.
Considere o excerto “Estava conversando com uma amiga, dia desses” (referência 1), e o que se diz sobre ele.
I.Tem-se uma locução verbal de gerúndio – estava conversando –, em que estava é o verbo auxiliar e conversando é o verbo principal.
II. O verbo auxiliar, no presente exemplo, empresta um matiz semântico novo ao verbo principal.
III. Do ponto de vista aspectual, estava conversando não é o mesmo que conversava. Em estava conversando, a ideia de ação verbal em curso é mais forte do que em conversava. Essa constatação é importante principalmente na leitura de um texto literário, que pode ter em cada elemento uma carga expressiva a mais.
Está correto o que se diz em
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