(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Apenas em 2017, 94 mil venezuelanos deram entrada em solicitações de refúgio em outras nações. De 2014 até 7 de março de 2018, 145,2 mil venezuelanos haviam pedido asilo em outros Estados. Números são da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que emitiu novas orientações de proteção internacional para os governos de países que acolhem as pessoas deslocadas.
(Disponível em: <https://nacoesunidas.org/numero-de-venezuelanos-pedindo-refugio-em-outros-paises-aumentou-20-vezes-desde-2014/>, acesso em 23 de agosto de 2018.)
A partir da leitura do fragmento de texto acima, discorra sobre o sentido da expressão “pessoas deslocadas” e contextualize essa expressão em face do processo migratório.
(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Na maior parte da China, já é permitido ter dois filhos e, em algumas regiões, como no Tibete, até mais de dois. No Brasil, o debate em torno da legalização do aborto tem mobilizado a atenção dos mais diversos segmentos da sociedade. Já a Dinamarca se destaca como o país com maior proporção de bebês nascidos através do uso da fertilização in vitro. Tais fatos evidenciam que, na atualidade, os serviços de planejamento familiar ultrapassam os objetivos puramente demográficos, voltando-se cada vez mais para o desenvolvimento do ser humano.
a) Justifique a necessidade de políticas públicas de planejamento familiar, tanto em países como o Brasil quanto na Dinamarca.
b) Por que uma política austera de planejamento familiar pode significar consequências negativas para a economia de um país, sobretudo no médio e longo prazos?
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(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Os desastres naturais constituem um tema cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, independentemente de residirem ou não em áreas de risco. Ainda que num primeiro momento o termo nos leve a associá los com terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, ciclones e furacões, os desastres naturais contemplam, também, processos e fenômenos mais localizados, tais como deslizamentos, inundações, subsidências e erosão, que podem ocorrer naturalmente ou induzidos pelo homem.
No [...] Brasil de uma forma geral, embora estejamos livres dos fenômenos de grande porte e magnitude, como terremotos e vulcões, é expressivo o registro de acidentes e mesmo de desastres associados principalmente a escorregamentos e inundações, acarretando prejuízos e perdas significativas, inclusive de vidas humanas.
(TOMINAGA et al., 2009.)
a) Nos textos os autores afirmam que o Brasil está livre de fenômenos como terremotos e vulcões. Justifique essa afirmativa.
b) O que são os escorregamentos e as inundações, mencionados no texto, como ocorrem e por que configuram desastres naturais no Brasil?
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(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Karl Marx e Friedrich Engels afirmam, no Manifesto Comunista, que “de tempos em tempos os operários triunfam, mas é um triunfo efêmero. O verdadeiro resultado de suas lutas não é o êxito imediato, mas a união cada vez mais ampla de trabalhadores. Essa união é facilitada pelo crescimento dos meios de comunicação criados pela grande indústria e que permitem o contato entre operários de diferentes localidades. Basta, porém, este contato para concentrar as numerosas lutas locais, que têm o mesmo caráter em toda parte, em uma luta nacional, uma luta de classes. Toda luta de classes é uma luta política”.
(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2001, p. 48.).
Para os autores, por que toda luta de classes é uma luta política?
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(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Na obra intitulada Antropologia estrutural II, Claude Lévi-Strauss afirma:
Os adeptos da análise estrutural em linguística e em antropologia são frequentemente acusados de formalismo. Isso é esquecer que o formalismo existe como uma doutrina independente, da qual, sem negar o que lhe deve, o estruturalismo se separa em virtude das atitudes muito diferentes que as duas escolas adotam em relação ao concreto. Ao inverso do formalismo, o estruturalismo recusa opor o concreto ao abstrato, e não reconhece no segundo um valor privilegiado. A forma se define por oposição a uma matéria que lhe é estranha; mas a estrutura não tem conteúdo distinto: ela é o próprio conteúdo apreendido numa organização lógica concebida como propriedade do real.
(LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993, p. 121.)
Seguindo a argumentação construída por Lévi-Strauss, como podemos assegurar que a estrutura não se opõe à realidade na forma de uma abstração linguística?
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(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Em Mulheres, raça e classe, Angela Davis afirma que “os papéis das mulheres na procriação, criação da prole e manutenção da casa possibilitam que os membros de sua família trabalhem – trocando sua força de trabalho por salários – e isso dificilmente pode ser negado. Mas disso decorre automaticamente que mulheres em geral, independentemente de sua classe e raça, sejam definidas de modo fundamental por suas funções domésticas? Disso decorre automaticamente o fato de que a dona de casa é realmente a trabalhadora secreta no interior do processo de produção capitalista? Se a Revolução Industrial resultou na separação estrutural entre a economia doméstica e a economia pública, então as tarefas domésticas não podem ser definidas como um componente integrante da produção capitalista. Elas estão, mais exatamente, relacionadas com a produção no sentido de uma pré-condição. O empregador não está minimamente preocupado com o modo como a força de trabalho é produzida e mantida, ele só se preocupa com sua disponibilidade e capacidade de gerar lucro. Em outras palavras, o processo de produção capitalista pressupõe a existência de um conjunto de trabalhadores e trabalhadoras exploráveis”
(DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 242.)
Considerando a passagem acima, o que se pode entender por “trabalhadora secreta no interior do processo de produção capitalista”?
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(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Quando um cidadão, não por suas crueldades ou outra qualquer intolerável violência, e sim pelo favor dos concidadãos, se torna príncipe de sua pátria – o que se pode chamar de principado civil (e para chegar a isso não é necessário grandes méritos nem muita sorte, mas antes astúcia feliz), digo que se chega a esse principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos poderosos. É que em todas as cidades se encontram essas duas tendências diversas e isso nasce do fato de que o povo não deseja ser governado nem oprimido pelos grandes, e estes desejam governar e oprimir o povo. [...] O principado é estabelecido pelo povo ou pelos grandes, segundo a oportunidade que tiver uma dessas partes: percebendo os grandes que não podem resistir ao povo, começam a dar reputação a um dos seus elementos e o fazem príncipe, para poder, sob sua sombra, satisfazer seus apetites. O povo também, vendo que não pode resistir aos grandes, dá reputação a um cidadão e o elege príncipe para estar defendido com sua autoridade. O que ascende ao principado com a ajuda dos poderosos se mantém com mais dificuldade do que aquele que é eleito pelo próprio povo; encontra-se aquele com muita gente ao redor, que lhe parece sua igual, e por isso não a pode comandar nem manejar como entender. Mas o que alcança o principado pelo favor popular encontra-se sozinho e, ao redor, ou não tem ninguém ou muito poucos que não estejam preparados para obedecê-lo. [...] Quem se torna príncipe mediante o favor do povo deve manter-se seu amigo, o que é muito fácil, uma vez que este deseja apenas não ser oprimido. Mas quem se tornar príncipe contra a opinião popular, por favor dos grandes, deve, antes de mais nada, procurar conquistar o povo.
(MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 39-40.)
De acordo com o excerto extraído do livro O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, quais virtudes se encerram no principado a favor do povo e no principado a favor dos poderosos?
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(UFPR - 2018 - 2ª FASE) O tempo constituiu um elemento importante na análise de uma cultura. Nesse mesmo quarto de século, mudaram-se os padrões de beleza. Regras morais que eram vigentes passaram a ser consideradas nulas: hoje uma jovem pode fumar em público sem que a sua reputação seja ferida. Ao contrário de sua mãe, pode ceder um beijo ao namorado em plena luz do dia. Tais fatos atestam que as mudanças de costumes são bastante comuns. Entretanto, elas não ocorrem com a tranquilidade que descrevemos. Cada mudança, por menor que seja, representa o desenlace de numerosos conflitos. Isso porque em cada momento as sociedades humanas são palco do embate entre tendências conservadoras e inovadoras. As primeiras pretendem manter os hábitos inalterados, muitas vezes atribuindo ao mesmo uma legitimidade de ordem sobrenatural. As segundas contestam a sua permanência e pretendem substituí-los por novos procedimentos. [...] Cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender sua dinâmica é importante para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos preconceituosos.
(LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2001, p. 99-101.)
Segundo Roque Laraia, quais são os principais impactos da mudança social nos sistemas culturais?
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(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Politizar o homem não consiste mais em educá-lo moralmente, mas em introduzi-lo num maquinário que o vergará a fins (a paz e a segurança) que, apenas por suas disposições naturais, ele não poderia alcançar. O modelo político é, assim, mecânico – e nada mais significativo, a esse respeito, do que a imagem do autômato que Hobbes emprega no início do Leviatã, ou a linguagem do equilíbrio das forças, que retorna constantemente no Contrato Social, de Rousseau, ou, ainda, a metáfora newtoniana: como no universo, também na cidade a ordem virá da compensação entre atrações e repulsas.
(LEBRUN, Gerard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 20.)
Se, para Gerard Lebrun, a politização não consiste mais numa “educação moral”, que tipo de indivíduo a política é capaz de engendrar na modernidade?
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(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Mas o trabalho do proletário, o trabalho assalariado cria propriedade para o proletário? De modo algum. Cria o capital, isto é, a propriedade que explora o trabalho assalariado e que só pode aumentar sob a condição de gerar novo trabalho assalariado, para voltar a explorá-lo. Em sua forma atual, a propriedade se move entre dois termos antagônicos: capital e trabalho. [...] Ser capitalista significa ocupar não somente uma posição pessoal, mas também uma posição social na produção. O capital é um produto coletivo e só pode ser posto em movimento pelos esforços combinados de muitos membros da sociedade, em última instância pelos esforços combinados de todos os membros da sociedade. O capital não é, portanto, um poder pessoal: é um poder social.
(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2001, p. 52-53.)
Conforme o argumento de Marx e Engels apresentado no Manifesto Comunista, por que o capital constitui um poder social e não pessoal?
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