(UFSC 2018 - Adaptada)
Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo – há muita gente de jenipapo ou mancha mongólica pelo Brasil –, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e remota, do africano. Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer, ela própria amolengando na mão o bolão de comida.
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala, 2005 [1933], p. 367.
Em suma, a expansão urbana, a revolução industrial e a modernização ainda não produziram efeitos bastante profundos para modificar a extrema desigualdade racial que herdamos do passado. Embora "indivíduos de cor" participem (em algumas regiões segundo proporções aparentemente consideráveis) das "conquistas do progresso", não se pode afirmar, objetivamente, que eles compartilhem, coletivamente, das correntes de mobilidade social vertical vinculadas à estrutura, ao funcionamento e ao desenvolvimento da sociedade de classes.
FERNANDES, Florestan, O negro no mundo dos brancos, 2006 [1972], p. 67. [Adaptado].
Acerca do debate sobre relações raciais no Brasil e com base na leitura dos textos acima, assinale o que for verdadeiro com V e o que for falso com F:
I. a chamada "democracia racial" é uma expressão normalmente atribuída a Florestan Fernandes, que defendia essa ideia sobre o Brasil.
II. para o sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, o Brasil seria um país miscigenado não apenas no plano biológico, mas também no cultural.
III. há diferentes interpretações sociológicas e antropológicas sobre como se dão as relações raciais no Brasil, inclusive correlacionando as desigualdades raciais com outros fatores, como gênero e classe social.
IV. segundo as ideias de Florestan Fernandes, no Brasil foi necessária a realização de medidas formais para separar negros de brancos.
V. segundo Gilberto Freyre, era necessário distinguir raça de cultura, pois algumas diferenças existentes entre brancos e negros seriam de ordem cultural, e não racial, como defendiam algumas teorias.
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Uma molécula de DNA, contida no núcleo de uma célula humana, tem forma de dupla hélice e é fundamental para o controle genético e reprodução celular. Nessa molécula, o número de nucleotídeos- sempre será idêntico ao número de nucleotídeos- Do mesmo modo, o número de nucleotídeos- é sempre igual ao número de nucleotídeos- .
As lacunas do texto são preenchidas, respectivamente, por
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(UFRGS - 2018) Observe o mapa abaixo.
Considere as seguintes afirmações sobre a origem dos grupos étnicos africanos escravizados, trazidos para o Brasil entre os séculos XV e XIX.
I - A maior parte dos grupos étnicos são oriundos do norte da África.
II - As principais áreas de saída de africanos foram os atuais territórios de Moçambique e Angola.
III- Os grupos étnicos africanos escravizados, levados ao nordeste, vêm do leste da África, e aqueles levados para o sudeste e o sul são oriundos da África ocidental.
Quais estão corretas?
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(FAMEMA - 2018) Havia muito capital e muita riqueza entre os lavradores de cana, alguns ligados por laços de sangue ou matrimônio aos senhores de engenho. Havia também um bom número de mulheres, não raro viúvas, participando da economia açucareira. Digno de nota até o fim do século XVIII, contudo, era o fato de os lavradores de cana serem quase invariavelmente brancos. Os negros e mulatos livres simplesmente não dispunham de créditos ou capital para assumir os encargos desse tipo de agricultura.
(Stuart Schwartz. “O Nordeste açucareiro no Brasil Colonial”. In: João Luis R. Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa (orgs). O Brasil Colonial, vol 2, 2014.)
O excerto indica que a sociedade colonial açucareira foi
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(UECE - 2018)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Gestos amorosos
Rubem Alves
Dei-me conta de que estava velho cerca de 25 anos atrás. Já contei o ocorrido várias vezes, mas vou contá-lo novamente. Era uma tarde em São Paulo. Tomei um metrô. Estava cheio. Segurei-me num balaústre sem problemas. Eu não tinha dificuldades de locomoção. Comecei a fazer algo que me dá prazer: ler o rosto das pessoas.
Os rostos são objetos oníricos: fazem sonhar. Muitas crônicas já foram escritas provocadas por um rosto – até mesmo o nosso – refletido no espelho. Estava eu entregue a esse exercício literário quando, ao passar de um livro para outro, isto é, de um rosto para outro, defrontei-me com uma jovem assentada que estava fazendo comigo aquilo que eu estava fazendo com os outros. 1Ela me olhava com um rosto calmo e não desviou o olhar quando os seus olhos se encontraram com os meus. Prova de que ela me achava bonito. Sorri para ela, ela sorriu para mim... Logo o sonho sugeriu uma crônica: "Professor da Unicamp se encontra, num vagão de metrô, com uma jovem que seria o amor de sua vida..."
Foi então que ela me fez um gesto amoroso: ela se levantou e me ofereceu o seu lugar... Maldita delicadeza! O seu gesto amoroso me humilhou e perfurou o meu coração... E eu não tive alternativas. Como rejeitar gesto tão delicado! Remoendo-me de raiva e sorrindo, assentei-me no lugar que ela deixara para mim. Sim, sim, ela me achara bonito. Tão bonito quanto o seu avô... Aconteceu faz mais ou menos um mês. Era a festa de aniversário de minha nora. Muitos amigos, casais jovens, segundo minha maneira de avaliar a idade. Eu estava assentado numa cadeira num jardim observando de longe. Nesse momento chegou um jovem casal amigo. Quando a mulher jovem e bonita me viu, veio em minha direção para me cumprimentar. Fiz um gesto de levantar-me. Mas ela, delicadíssima, me disse: "Não, fique 2assentadinho aí..." Se ela me tivesse dito simplesmente "Não é preciso levantar", eu não teria me perturbado. Mas o fio da navalha estava precisamente na palavra "assentadinho". Se eu fosse moço, ela não teria dito "assentadinho". 3Foi justamente essa palavra que me obrigou a levantar para provar que eu era ainda capaz de levantar-me e assentar-me. Fiquei com dó dela porque eu, no meio de uma risada, disse-lhe que ela acabava de dar-me uma punhalada...
Contei esse acontecido para uma amiga, mais ou menos da minha idade. E ela me disse: "Estou só esperando que alguém venha até mim e, com a mão em concha, bata na minha bochecha, dizendo: "Mas que 4bonitinha..." Acho que vou lhe dar um murro no nariz..."
Vem depois as grosserias a que nós, os velhos, somos submetidos nas salas de espera dos aeroportos. 5Pra começar, não entendo por que "velho" é politicamente incorreto. "Idoso" é palavra de fila de banco e de fila de supermercado; "velho", ao contrário, pertence ao universo da poesia. Já imaginaram se o Hemingway tivesse dado ao seu livro clássico o nome de "O idoso e o mar"? Já imaginaram um casal de cabelos brancos, o marido chamando a mulher de "minha idosa querida"?
Os alto-falantes nos aeroportos convocam as crianças, as gestantes, as pessoas com dificuldades de locomoção e a "melhor idade"... Alguém acredita nisso? Os velhos não acreditam. 6Então essa expressão "melhor idade" só pode ser gozação.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2705200804.htm.
Acesso em: 22/9/17.
Os textos costumam manifestar simultaneamente diversas funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. Encontramos, na crônica de Rubem Alves, a presença marcante da função metalinguística; Atente aos excertos apresentados a seguir e assinale a opção em que essa função NÃO se revela.
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(UDESC 2018/1)
O Brasil é um país privilegiado com relação aos seus recursos naturais e, entre estes, os recursos hídricos superficiais e subterrâneos têm relevantes papéis ecológico, econômico, estratégico e social.
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), pode-se afirmar que o maior volume de água brasileira é consumido por atividades ligadas à/ao:
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(UNIFENAS - 2018) Atualmente se verifica uma acelerada devastação da floresta amazônica. Dentre outras, a extração da madeira e a expansão das áreas de agropecuária são responsáveis por esse processo. No período colonial, os principais objetivos da exploração da floresta amazônica eram a ocupação do território, a fim de evitar a ocupação estrangeira e o extrativismo. Essa exploração não afetava profundamente o ecossistema da região, diferentemente de hoje, em que há diversas espécies animais e vegetais em extinção.
Sobre a principal atividade exploratória na região amazônica nos primeiros séculos da colonização, é correto afirmar tratar-se
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(UFJF - 2018) O fractal denominado floco de neve de Koch é obtido partindo-se de um triângulo equilátero. Divide-se cada lado desse triângulo em 3 segmentos de mesmo comprimento, desenha-se um novo triângulo equilátero a partir do segmento do meio e retira-se a sua base, conforme figura abaixo. Esse processo ocorre indefinidamente para obter o floco de neve.
Qual o número de lados da sétima figura, isto é, após ocorrer 6 vezes esse processo?
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A barreira natural formada pela camada de ozônio contra os raios ultravioleta é fundamental para a manutenção da vida na Terra. O excesso desse tipo de radiação é nocivo, pois está relacionado à indução de:
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A partir de uma análise bioquímica da molécula citada nesse cartum, podem ser encontrados
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