(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Gérard Lebrun escreve que “o liberal é um homem de quem se deve ter pena, porque está às voltas com um problema insolúvel: determinar até que ponto pode serrar o galho no qual está sentado, sem correr o risco de quebrá-lo. É também, por princípio, um cidadão insatisfeito. [...] Uma posição tão incômoda bem poderia decorrer de uma ilusão fundamental. Esta me parece consistir num profundo desconhecimento da relação moderna entre o social e o político representada como um antagonismo entre os indivíduos, por um lado, e o poder enquanto mando, por outro. Como uma partida que opõe dois times. Se, espontaneamente, o leitor assim pensa a coisa política, não tenha dúvidas: ele é liberal, sem o saber”.
(LEBRUN, Gerard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 32.)
Para o autor, por que o social e o político devem estar correlacionados nas análises sobre o liberalismo e suas ilusões de liberdade?
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Considere a passagem abaixo:
O ponto de vista de Marx estava fundado no que ele chamava de concepção materialista da história. De acordo com essa concepção, não são as ideias ou os valores que os seres humanos guardam as principais fontes da mudança social. Em vez disso, a mudança social é estimulada primeiramente por influências econômicas. Os conflitos de classe proporcionam a motivação para o desenvolvimento histórico [...]. Nas palavras de Marx: “toda a história humana até aqui é a história da luta de classes”.
(GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 32.)
Por que, para Marx, a luta de classe é a expressão concreta da concepção materialista da história?
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Alexandre, o Grande, teve uma vida breve, mas intensa. Os historiadores da Antiguidade destacaram suas habilidades políticas e militares, e sua imagem se espalhou por meio de retratos e bustos que foram produzidos em diferentes momentos, seja no período helenístico, seja posteriormente durante o Império Romano. Tornou-se, portanto, símbolo de poder em diferentes momentos históricos. Discorra sobre dois legados de Alexandre na Antiguidade – um legado político e um legado cultural.
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Considere o trecho abaixo:
Se numa conversa com homens medievais utilizássemos a expressão “Idade Média”, eles não teriam ideia do que estaríamos falando. Como todos os homens de todos os períodos históricos, eles viam-se na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Antiga ou Média representa uma rotulação a posteriori, uma satisfação da necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado em relação aos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. Este se via como o renascimento da civilização greco-latina, e, portanto, tudo que estivera entre aqueles picos de criatividade artístico-literária (de seu próprio ponto de vista, é claro) não passara de um hiato, de um intervalo. Logo, de um tempo intermediário, de uma idade média.
(FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média, Nascimento do Ocidente (2. ed.). São Paulo: Editora Brasiliense, 2001, p. 9. Retirado de: Chrome extension://oemmndcbldboiebfnladdacbdfmadadm/http://www.letras.ufrj.br/veralima/historia_arte/Hilario-Franco-Jr-A-Idade-Media-PDF.pdf. Acesso em: 18/09/2019.)
a) Aponte três críticas realizadas pelo Renascimento ao modo de organização política, econômica e cultural do período que denominamos hoje como medieval.
b) Indique três características econômicas presentes na Idade Média.
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Leia o trecho abaixo:
Se considerarmos as Cartas Inglesas como um primeiro ensaio de Voltaire como historiador na perspectiva do Ensaio sobre os costumes, que ele escreverá mais tarde, ou seja, como a tentativa de apreender o que era na época “o espírito do povo inglês”, veremos que ele privilegia, em sua análise, a religião, o governo, o comércio, a ciência e a filosofia, e as artes. No Ensaio, nos capítulos dedicados à Inglaterra, o tratamento dado é mais ou menos da mesma natureza. Podemos nos perguntar por que a questão das religiões ocupa um lugar tão amplo nas análises de Voltaire sobre a Inglaterra. Certamente isso não se dá por causa de um interesse no conteúdo das diversas doutrinas, mas pela influência da religião nos costumes, nas maneiras de dirigir a sociedade, nas relações sociais e mesmo políticas.
(SOUZA, Maria das Graças de. “Voltaire: História e Civilização”. Ilustração e história: o pensamento sobre a história no Iluminismo francês. São Paulo: Fapesp/Discurso Editorial, 2001, p. 97.)
A partir dos conhecimentos sobre História Moderna:
a) Cite três características da corrente de pensamento da qual Voltaire faz parte.
b) Indique duas semelhanças e duas diferenças entre a Revolução Inglesa e a Revolução Francesa.
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Leia o trecho abaixo:
O clima do pós-Segunda Guerra Mundial, que vê o triunfo das forças democráticas sobre a opressão totalitária, é propício ao desenvolvimento dos direitos do indivíduo. As mulheres – que também pagaram o seu tributo à guerra e à resistência contra o fascismo – irão ser, no caso, as beneficiárias. A Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) não se esqueceu de mencionar a igualdade entre os sexos, tal como a igualdade entre os esposos durante o casamento. Ao redigirem constituições completamente novas, vários países ocidentais (entre os quais a França em 1946, a Itália em 1947 e a República Federal da Alemanha em 1949) inscreveram essa igualdade num lugar destacado da sua lei fundamental. Somente a maior democracia do mundo, se não a mais feminista, os Estados Unidos da América, recusa então – e recusa ainda em 1992 – integrar na sua Constituição o Equal Rights Amendment (ERA), que afirmaria a igualdade entre os sexos em todos os domínios legais.
(SINEAU, Mariette. “Direito e democracia”. In: DUBY, Georges e PERROT, Michelle (Orgs.). História das mulheres no Ocidente, v. 5. Porto: Edições Afrontamento, 1993, p. 553.)
A partir dos conhecimentos de História Contemporânea:
a) Indique três conquistas do feminismo ocidental, entre os anos de 1920-1980, nos campos da política ou dos costumes.
b) Cite dois problemas apontados pelo movimento feminista, nos anos de 1920-1980, que ainda persistem em muitas sociedades contemporâneas, inclusive na atualidade social brasileira.
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Leia o trecho abaixo, retirado do livro de Boris Fausto, sobre as transformações ocorridas na sociedade brasileira a partir da década de 1930: “[...] a partir de 1930, ocorreu uma troca de elite do poder sem grandes rupturas. Caíram os quadros oligárquicos tradicionais, os ‘carcomidos da política’, como se dizia na época. [...] Um novo tipo de Estado nasceu após 1930, distinguindo-se do Estado oligárquico não apenas pela centralização e pelo maior grau de autonomia como também por outros elementos”.
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. 10. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002, p. 327.)
A partir dos conhecimentos sobre o primeiro período getulista (1930-1945):
a) Cite três medidas da nova legislação trabalhista implantada durante o getulismo.
b) Cite três características presentes no processo de instauração do Estado Novo (1937-1945).
c) Disserte sobre o processo que levou o Brasil durante o Estado Novo a ingressar na Segunda Guerra Mundial ao lado das potências ocidentais (Estados Unidos e Inglaterra) e da União Soviética.
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Leia o excerto abaixo:
Foi a partir dos anos 1990, com a vitória do neoliberalismo no Brasil [que] o parque produtivo brasileiro, sobretudo o industrial, foi alterado de modo significativo pela privatização do setor produtivo estatal, afetando diretamente a siderurgia, as telecomunicações, a energia elétrica, áreas com forte presença estatal anterior e que passaram para o capital privado, tanto transnacional quanto nacional.
(ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2019. p. 118.)
A partir das considerações acima e dos conhecimentos sobre os temas da globalização e do neoliberalismo:
a) Relacione a abertura do mercado externo ocorrida no Brasil, em inícios da década de 1990, com a globalização e o aumento dos níveis de desemprego.
b) Os preceitos neoliberais defendem a privatização das empresas públicas por considerá-las deficitárias e pouco competitivas. Aponte uma crítica a esse posicionamento manifestado pelos defensores do neoliberalismo e discuta brevemente o contexto de privatizações de empresas públicas no Brasil.
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Em finais de maio de 1845, Friedrich Engels (1820-1895) publicou o livro “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, do qual faz parte o trecho abaixo: O que é verdadeiro para Londres também é para Manchester, Birmingham e Leeds – é verdadeiro para todas as grandes cidades. Em todas as partes, indiferença bárbara e grosseiro egoísmo de um lado e, de outro, miséria indescritível; em todas as partes, a guerra social [...]. Na escala em que, nessa guerra social, as armas de combate são o capital, a propriedade direta ou indireta dos meios de subsistência e dos meios de produção, é óbvio que todos os ônus de uma tal situação recaem sobre
o pobre. Ninguém se preocupa com ele: lançado nesse turbilhão caótico, ele deve sobreviver como puder. Se tem a sorte de encontrar trabalho, isto é, se a burguesia lhe faz o favor de enriquecer à sua custa, espera-o um salário apenas suficiente para o manter vivo; se não encontrar trabalho e não temer a polícia, pode roubar; pode ainda morrer de fome, caso em que a polícia tomará cuidado para que a morte seja silenciosa para não chocar a burguesia.
(ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Trad. Bernhard A. Schumann. São Paulo: Boitempo Editorial, 2010, p. 68-69.)
Com base no texto acima:
a) Contextualize o período que é criticado pelo autor e identifique duas características desse período.
b) Quais classes sociais estão em oposição na descrição fornecida pelo autor?
Ver questão
(UFPR - 2019 - 2ª FASE) Dois osciladores harmônicos simples são formados por objetos A e B de massas mA e mB ligados a molas de constantes de mola kA e kB, respectivamente. Os objetos executam movimentos harmônicos simples ao longo de linhas retas horizontais e paralelas de forma independente um do outro, e os gráficos para as suas posições 𝒙𝑨 e 𝒙𝑩 em função do tempo t, medidas por um referencial inercial, são apresentados na figura ao lado, em que a linha cheia refere-se ao objeto A e a linha tracejada, ao objeto B.
Considerando os dados apresentados na figura, determine:
a) A frequência fA das oscilações executadas pelo objeto A.
b) A razão entre as energias mecânicas dos dois osciladores, supondo que as molas têm constantes de mola que seguem a relação .
Ver questão