FUVEST 2023

Questão 77191

(UNICAMP - 2023 - 1ª fase)

 

Na figura abaixo estão representados os gráficos de uma parábola, de uma reta, e o ponto P = (a,b), que é um dos pontos de interseção da reta com a parábola.

 

 

O valor de a + b é

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Questão 77192

(UNICAMP - 2023 - 1ª fase)

 

A seguir, são apresentadas quatro funções, definidas para x  epsilon  mathbb{R}; são também apresentados quatro esboços de gráficos.

 

Funções:

f(x)= sen(x)+ pi/4

g(x)= cosleft ( x+frac{pi}{4} 
ight ) - sen left ( x+ frac{pi}{4} 
ight )

h(x)= sen (x-pi/4)

p(x)= cos(x)+sen (x)

 

Gráficos:

 

 

A opção que descreve corretamente a correspondência entre as funções e seus gráficos é:

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Questão 77193

(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)

 

Chargistas fizeram, a convite, releituras da obra de Pedro Américo, publicadas no Caderno Especial Independência 200, da Folha de São Paulo, em 7 de setembro de 2022. Leia o depoimento e a charge da Laerte publicados nesse Caderno.

 

Texto 1

 

Texto 2

Conheci o quadro numa visita escolar ao Museu Paulista, devia ter 10 anos. Me deram uma máquina fotográfica (parecia uma caixa, abria e se colocava o filme lá dentro). Alguém tinha colocado pra mim um filme de 36 poses. Fiz fotos de tudo que me pareceu lindo ou importante, a pintura do Pedro Américo fazia parte. No final da visita, dei uma olhada num pequeno visor que mostrava quantas fotos tinham sido batidas e quantas faltavam para o filme terminar. Abri a máquina pra conferir. Alguém me alertou, mas era tarde. Perdi todas, pobre Pedro Américo. Daí pra frente não consigo pensar no quadro sem lembrar as tecnologias que tanto me desorientam. (Adaptado)

 

Texto 3

 

a) Explique por que a charge (texto 3) pode ser considerada uma releitura da obra de Pedro Américo (texto 1). Fundamente sua explicação com elementos da charge.

 

b) Transcreva o trecho do texto 2 que traduz o sentimento da Laerte em relação ao quadro, após a visita ao Museu Paulista. Como esse sentimento se reflete na releitura que faz do quadro?

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Questão 77194

(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)

 

É sobre isso e (não) está tudo bem

 

De tanto que o bordão se espalhou, os brasileiros querem saber: o tão falado “é sobre isso” é sobre o quê? A frase está por todo lado e em qualquer contexto – e sua principal função parece ser confirmar o que foi dito anteriormente. Há quem não suporte mais ouvi-lo. Como que prevendo essa discordância entre adeptos e detratores, os usuários da expressão passaram a acrescentar “e tá tudo bem” ao final da frase.

Segundo Luana de Conto, professora de Linguística na UFPR, a peculiaridade do bordão é o uso do “isso” como termo coringa, que remete a entidades abstratas. Essa abstração permite que se encaixe em basicamente qualquer assunto.

– O “isso” pode às vezes retomar um fato, uma afirmação, e todo um contexto comunicativo, explica de Conto.

O bordão pode também ser associado a uma cultura de positividade.

– Para mim, a frase remete a algo positivo, sim – diz a influenciadora Larissa Tomásia, que participou do BBB22. – Ela conforta. Uso em todos os meus vídeos nas redes sociais.

Tanta positividade pode não ser muito... positivo. Frases feitas repetidas à exaustão podem acabar escondendo sentimentos como a tristeza e a dor.

– Hoje, com as redes sociais, há uma necessidade de mostrar que estamos sempre bem o tempo todo – diz Larissa Polejack Brambatti, professora da UnB e especialista em saúde mental. - Só que ninguém está sempre bem. É preciso tomar cuidado com uma cultura de não entrar em contato com os sentimentos.

 

(Adaptado de TORRES, Bolívar. O Globo, Segundo Caderno, p. A1-A2, 24/04/2022.)

 

a) A partir do exemplo mencionado no texto e dos seus conhecimentos, defina o que é um “bordão”. O que teria facilitado, de acordo com o texto, o uso de “é sobre isso” como um bordão?

 

b) O texto menciona visões distintas sobre os usos de “é sobre isso”. Quais são essas visões? Como o texto remete implicitamente a tais visões antes de explicitá-las?

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Questão 77195

(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)

 

O livro Tarde (1919), de Olavo Bilac, abriga um de seus sonetos mais conhecidos, “Língua Portuguesa”, transcrito a seguir. Décadas depois, Caetano Veloso evocou esse poema na canção “Língua”, da qual citamos, também abaixo, a primeira parte e o refrão:

 

Língua Portuguesa

 

Última flor do Lácio, inculta e bela,

És, a um tempo, esplendor e sepultura:

Ouro nativo, que na ganga impura

A bruta mina entre os cascalhos vela...

 

Amo-te assim, desconhecida e obscura,

Tuba de alto clangor, lira singela,

Que tens o trom e o silvo da procela,

E o arrolo da saudade e da ternura!

 

Amo o teu viço agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo!

Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

 

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”

E em que Camões chorou, no exílio amargo,

O gênio sem ventura e amor sem brilho!

 

* ganga: material sem valor comercial, misturado aos minérios que se buscam no processo de mineração.

** clangor: som forte e agudo de alguns instrumentos de sopro.

*** trom: estrondo

**** procela: forte tempestade marítima

***** arrolo: canto para adormecer crianças

 

(BILAC, Olavo. Tarde. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1919, p. 16-17.)

 

Língua

 

Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões

Gosto de ser e de estar

E quero me dedicar a criar confusões de prosódias

E uma profusão de paródias

Que encurtem dores

E furtem cores como camaleões

 

Gosto do Pessoa na pessoa

Da rosa no Rosa

E sei que a poesia está para a prosa

Assim como o amor está para a amizade

E quem há de negar que esta lhe é superior?

E quem há de negar que esta lhe é superior?

E deixe os Portugais morrerem à míngua

“Minha pátria é minha língua”

Fala Mangueira! Fala!

 

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica Latim em pó

O que quer

O que pode esta língua?

 

(...) (VELOSO, Caetano. Album Velô, Philips LP, 1984.)

 

a) Considerando o poema “Língua Portuguesa”, de Bilac, identifique os paradoxos nos versos “És, a um tempo, esplendor e sepultura” e “Amo-te, ó rude e doloroso idioma”. A seguir, explique o conflito que eles expressam.

 

b) Comparando os textos de Olavo Bilac e de Caetano Veloso, identifique e explique uma das formas pelas quais o segundo autor revisita o primeiro.

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Questão 77196

"(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)

 

Após reler o parágrafo final de O ateneu, de Raul Pompeia, responda às questões abaixo:

 

“Lá estava; em roda amontoavam-se figuras torradas de geometria, aparelhos de cosmografia partidos, enormes cartas murais em tiras, queimadas, enxovalhadas, vísceras dispersas das lições de anatomia, gravuras quebradas da história santa em quadros, cronologias da história pátria, ilustrações zoológicas, preceitos morais pelo ladrilho, como ensinamentos perdidos, esferas terrestres contundidas, esferas celestes rachadas; borra, chamusco por cima de tudo: despojos negros da vida, da história, da crença tradicional, da vegetação de outro tempo, lascas de continentes calcinados, planetas exorbitados de uma astronomia morta, sóis de ouro destronados e incinerados.”

 

(POMPEIA, Raul. O Ateneu. São Paulo: Publifolha,1997, p. 218.)

 

a) Identifique o principal recurso estilístico da prosa de Raul Pompéia neste trecho e explique como essa técnica é responsável por criar uma certa atmosfera de destruição da escola “O Ateneu”, frequentada pelo jovem Sérgio.

 

b) Relacione o trecho acima com a crítica institucional que o romance realiza, comentando o episódio central do desfecho.

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Questão 77197

(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)

 

A palavra aporofobia, ainda não dicionarizada, é definida pela Academia Brasileira de Letras como:

 

s.f. repúdio, aversão ou desprezo pelos pobres ou desfavorecidos; hostilidade para com pessoas em situação de pobreza ou miséria. [Do grego á-poros, ‘pobre, desamparado, sem recursos’ + -fobia.]

(Disponível em https://www.academia.org.br/nossa-lingua/nova-palavra/aporofobia. Acesso em 08/09/2022.)

 

Atualmente, a palavra tem sido usada para denunciar não só atitudes individuais, mas também arquiteturas, discursos e movimentos que expressem aversão aos mais pobres. Quando essa luta se espalhou pelas redes sociais, o Padre Júlio Lancellotti passou a usar o termo em suas falas e a receber imagens de situações aporofóbicas, trazendo luz a um debate até então invisível. Padre Júlio cita um exemplo: “Se o Gil do Vigor sentar lá na porta da vitrine de um shopping, alguém vai chamar a polícia para tirá-lo? Não, mas se for um catador de papel, ele nem vai entrar no shopping. O Gil é negro e o catador é negro. Por que um pode sentar e outro não?”

(Adaptado de BORGES, Thaís. ‘A gente banaliza a crueldade’, diz padre Júlio Lancellotti, sobre aversão a pobres. Correio 24horas. 22/01/2022.)

 

 

a) As imagens 1 e 2 denunciam formas de aporofobia. Diga qual o tipo de aporofobia em cada caso, recorrendo, em sua explicação, a elementos das imagens.

 

b) Você deseja se posicionar, nas suas redes sociais, a respeito da matéria. Assuma a voz do catador de papel envolvido na situação relatada e responda à pergunta do Padre Júlio Lancelotti. Esse texto deverá ter entre 40 e 50 palavras. Atenção: não copie trechos da matéria.

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Questão 77198

(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)

 

Fiquei pensando em algo para escrever na estreia da minha coluna aqui no portal da Agência de Notícias das Favelas - ANF. Pensei em vários temas, e todos, obviamente, com assuntos relacionados à favela. Na busca sobre o que escrever, resolvi abordar os dois termos usados para denominar as áreas carentes do Estado do Rio de Janeiro: favela e comunidade.

Mas, por qual motivo esse assunto me chamaria atenção se, afinal, é tudo a mesma coisa? E que diferença faz chamar de comunidade ou favela? Chamar de comunidade não é o mais correto, o mais bonito? Comunidade carente e morador de comunidade são termos ditos politicamente corretos pelas autoridades governamentais para substituir os termos favela e favelado. Mesmo os moradores usam esses termos sem questionar se essa mudança de nome traria benefícios. A alteração foi decidida em meados de 1990, pelo então Prefeito do Rio de Janeiro, sem uma consulta aos principais interessados: os moradores das favelas.

Essa mudança fez com que acabasse o preconceito que existia desde o surgimento da primeira favela? A resposta obviamente é “não”. Fizeram questão de substituir o nome favela por comunidade, mas não mudaram a realidade das áreas, que ainda sofrem com a falta de saneamento básico, moradias, pavimentação, saúde, educação, segurança pública, entre tantos outros problemas.

Caro leitor, já parou para refletir sobre todas as vezes que te chamam de “morador de comunidade” com intenção de não ofender, mas te negam um simples “bom dia”? Ou te olham com desconfiança? Ou aplaudem as invasões policiais?

 

(Adaptado de Carla Regina. Favela, comunidade carente formada por favelados. Agência de Notícias das Favelas, 29/10/2019.)

 

a) Explique por que houve a mudança de termos e por que, na perspectiva da autora da matéria, tal mudança é ineficaz.

 

b) Imagine que você mora numa favela/comunidade e resolveu se posicionar a respeito da mudança dos termos. Escreva um comentário, concordando com Carla Regina, a ser postado no site que publicou a matéria. Relate brevemente uma situação de preconceito que justifique sua posição. Seu texto deve ter entre 40 e 50 palavras. Atenção: não copie trechos do texto da autora.

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Questão 77199

(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)

 

Leia o texto e responda, em português, às questões.

 

Glass impacts in our lives in myriad ways. To celebrate its pivotal role in moving us towards a more sustainable future and how it supports the evolution of a fairer society, the United Nations has declared 2022 to be the International Year of Glass. Alicia Durán, President of the International Commission on Glass, highlights its importance in the delivery of COVID-19 vaccines: “Glass is vital in making sure we can preserve these vaccines”. That is because glass does not leach chemicals into the vaccine, nor does it alter the chemistry of the drug.

Being 100% recyclable and inherently sustainable, glass can be infinitely melted and reformed. Melting glass requires considerable energy to reach the necessary high temperatures (>1500°C) and, currently, 95% of all glass melting uses fossil fuels, mostly natural gas or heavy oil. Melting soda-lime-silica glass from raw materials requires a theoretical energy of about 2.6 MJ/kg. When only cullet* is used instead of raw materials, this is reduced to 1.9 MJ/kg.

 

*cullet: recycled broken or waste glass used in glassmaking

 

(Adaptado de: https://www.saint-gobain.com/en/magazine/why-2022-international-year-glass, acessado em 14/10/2022; DURÁN, Alicia; PARKER, John M. (Eds.). Welcome to the Glass Age. Madri: Editorial CSC, 2022.)

 

a) Por que o material abordado no texto foi escolhido pelas Nações Unidas como o material do ano de 2022? Cite duas razões que reforçam a relevância desse material na entrega das vacinas contra COVID-19.

 

b) Um forno é usado para produzir o material descrito acima. Nesse forno, já em operação, são adicionados insumos para produção de uma massa m = 36  kg do referido material, de forma que tais materiais sejam fundidos em um intervalo de tempo Delta t = 2  horas. Para isso, é necessário que haja um aumento na potência fornecida ao forno. Sem considerar qualquer nova perda de calor pelo forno, calcule a diferença entre os aumentos de potência para as duas seguintes situações: i) se o insumo for 100% composto por material reciclado (100% glass), ii) se o insumo não contiver material reciclado (100% raw materials). Além disso, em qual situação o consumo de potência é menor?

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Questão 77200

(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)

 

Texto A

The heat generated by humans is altering the earth’s weather through an increase in temperature, which leads to sea level rise. This increases the threat of extreme weather events, such as hurricanes. To reduce the risk of such events in the future, communities can bolster their resilience to the impacts of hurricanes by:

  • Preserving coastal wetlands, dunes, and reefs to absorb storm surge.
  • Improving beaches infrastructure that affords coastal protection, such as seawalls.
  • Encouraging residents in areas that have had historically low hurricane risk to buy flood insurance.
  • Preparing directly prior to a storm’s arrival by boarding windows, clearing property of potential flying debris, and having an evacuation plan.

 

Texto B

(https://theweek.com/cartoons/811037/editorial-cartoon-gulf-coast-climate-change-hoax-rising-ocean-levels-property-value-decline. Acesso em 29/08/2022.)

 

Transcrição dos textos:

Placa menor, dentro do barco: RISING SEAS

Barco: GOLF COAST

 

a) Cite um efeito do aquecimento global citado tanto no texto A quanto no texto B e indique o fenômeno meteorológico extremo abordado no texto A. Em seguida, explique por que os dizeres da placa maior, na charge, evidenciam uma contradição.

 

b) Aponte uma condição da atmosfera e uma condição do oceano relacionadas à gênese do fenômeno meteorológico abordado no texto A. Cite, ainda com base no texto A, uma medida individual e uma medida coletiva através das quais as comunidades podem se tornar mais resilientes frente aos eventos climáticos extremos.

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