(UEL - 2009)
[...] como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar. E muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca se viram nem jamais foram reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar; e um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se arruíne entre tantos que são maus. Assim, é necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade.
(MAQUIAVEL, N. O Príncipe cap. XV. “Coleção Os pensadores”. São Paulo: Abril Cultural 1973. p. 69.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da relação entre poder e moral, é correto afirmar.
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(UECE - 2019)
Observe a seguinte notícia: “O total de pessoas encarceradas no Brasil chegou a 726.712 em junho de 2016. Em dezembro de 2014, era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil pessoas. Cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem condenação judicial. Mais da metade dessa população é de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. [...] Os crimes relacionados ao tráfico de drogas são os que mais levam as pessoas às prisões, com 28% da população carcerária total. Somados, roubos e furtos chegam a 37%. [...] Quanto à escolaridade, 75% da população prisional brasileira não chegaram ao Ensino Médio. Menos de 1% dos presos tem graduação”.
Fonte: AGÊNCIA BRASIL, 08/12-2017. Em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-12/populacao-carceraria-do-brasil-sobe-de-622202-para-726712-pessoas
As informações apresentadas na notícia acima podem ser pensadas filosoficamente tomando-se por base
I. Foucault e sua teoria dos dispositivos disciplinares do poder.
II. Marx e sua teoria do Estado como instrumento da classe dominante.
III. Maquiavel e sua teoria do poder do príncipe.
IV. Aristóteles e seu conceito de justiça distributiva.
Estão corretas somente as complementações contidas em
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(UEG - 2009)
Em relação ao sentido que São Tomás de Aquino aplica à virtude da Prudência, considere as seguintes afirmações:
I. A grande contribuição desse texto de São Tomás é apresentar a idéia de Prudência como aquela que passou a ser entendida desde então como cautela, que tem como base o sentimento de cada indivíduo.
II. Para esse pensador medieval, a prudência é a reta razão aplicada ao agir, ou seja, uma virtude que possibilita ao ser humano encontrar, em cada decisão a ser tomada, aquela que indica o "caminho certo".
III. Prudência, para São Tomás, é uma virtude especial que nem todos os homens possuem, pois depende de uma capacidade intuitiva.
(UNIOESTE 2009)
Sobre os impulsos estéticos que se unem de modo específico na Tragédia, diz Nietzsche: “Teremos ganho muito a favor da ciência estética se chegarmos não apenas à intelecção lógica mas à certeza imediata da intuição [Anschauung] de que o contínuo desenvolvimento da arte está ligado à duplicidade do apolíneo e do dionisíaco, da mesma maneira como a procriação depende da dualidade dos sexos, em que a luta é incessante e onde intervêm periódicas reconciliações”.
Sobre o pensamento trágico de Nietzsche, é INCORRETO afirmar que
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(Unioeste 2009) Jean-Paul Sartre é um dos filósofos mais representativos do Existencialismo, com sua defesa incondicional da liberdade e do sentido ético da existência do ser humano.
Assinale a alternativa que não corresponde à concepção de liberdade deste filósofo.
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(UEL - 2009)
Oswald de Andrade, no Manifesto Antropofágico, procurou transformar o “bom selvagem” de Rousseau num aguerrido selvagem devorador, que digere e transforma a cultura europeia do colonizador, tornando-a parte de sua própria cultura. Considerando a questão do “bom selvagem” no pensamento de Rousseau, é correto afirmar.
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(VUNESP – 2009)
"Por que os nossos sentidos nos enganam às vezes, quis supor que não havia coisa alguma que fosse tal como eles nos fazem imaginar. E, porque há homens que se equivocam ao raciocinar, mesmo no tocante às mais simples matérias de geometria, e cometem aí paralogismos, rejeitei como falsas, julgando que estava sujeito a falhar como qualquer outro, todas as razões que eu tomara até então por demonstrações. E enfim, considerando todos os mesmos pensamentos que temos quando despertos nos podem também ocorrer quando dormimos, sem que haja nenhum, nesse caso, que seja verdadeiro, resolvi fazer de conta que todas as coisas que até então haviam entrado no meu espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capaz de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio de Filosofia que procurava."
Discurso do Método, abril, 1979
“Penso, logo existo” significa que
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(UFU - 2009)
Leia com atenção o texto abaixo: “Mas há um enganador, não sei quem, sumamente poderoso, sumamente astucioso que, por indústria, sempre me engana. Não há dúvida, portanto, de que eu, eu sou, também, se me engana: que me engane o quanto possa, nunca poderá fazer, porém, que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou algo”.
DESCARTES. Meditações sobre Filosofia Primeira. Campinas: Editora da UNICAMP, 2004. p. 45.
Para atingir o processo extremo da dúvida, Descartes lança a hipótese de um gênio maligno, sumamente poderoso e que tudo faz para me enganar. Essa radicalização do processo dubitativo ficou conhecida como dúvida hiperbólica.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a relação estabelecida por Descartes entre a dúvida hiperbólica (exagerada) e o cogito (eu penso).
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(PUC-PR 2009)
“O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame.”
Fonte: Foucault, Vigiar e punir,p. 143.
I. Vigiar, muito mais que aplicar um olhar constante sobre o indivíduo, significa dispô-lo numa estrutura arquitetural e impessoal, na qual ele se sinta vigiado.
II. Punir é o único objetivo da disciplina.
III. Punir primeiramente tem a finalidade de uma ortopedia moral, de normalização, não somente de um comportamento, mas do conjunto da existência humana, seja obstaculizando a virtualidade de um comportamento perigoso mediante o uso de pequenas correções, seja incentivando condutas desejáveis a partir de recompensas e vantagens.
IV. O exame atua numa ampla rede de instituições psiquiátricas, pedagógicas e médicas, classificando as condutas em termos de normalidade e anormalidade.
V. Para Foucault, as ciências que tomaram o homem como objeto de saber, a partir do final do século XVIII, não têm nada a ver com a vigilância, a normalização e o exame disciplinares.
Assinale a(s) alternativa(s) correta(s):
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(Pucpr 2009) O indivíduo é sem dúvida o átomo fictício de uma representação “ideológica” da sociedade; mas é também uma realidade fabricada por essa tecnologia específica de poder que se chama “disciplina”.
Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p.161.
Assinale as alternativas corretas.
I. Foucault quer afirmar que os indivíduos, nesse modelo de sociedade, são constituídos como efeitos da atuação de estratégias de poder correlatas a técnicas de saber.
II. Para Foucault, o poder fundamentalmente reprime, recalca, censura, mascara, anulando os desejos individuais.
III. A disciplina produz realidade, produz rituais de verdade, produz indivíduos úteis e dóceis.
IV. Para Foucault, é o indivíduo que possui o poder. É ele quem dá sentido ao mundo.
V. A disciplina, como estratégia privilegiada de fabricação do indivíduo e produção de verdades, existe desde a época do cristianismo primitivo.
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