(Uem 2009) Jürgen Habermas constrói um novo sistema filosófico, fundamentado na teoria da ação comunicativa. Em oposição à filosofia da consciência da tradição moderna, que concebe a razão como uma entidade centrada no sujeito, Habermas considera a razão como sendo o resultado de uma relação intersubjetiva entre indivíduos que procuram, por meio da linguagem, chegar ao entendimento.
Assinale o que for correto.
I- Jürgen Habermas perpetua a tradição de René Descartes e, como ele, acredita que o “penso, logo existo” é a primeira certeza a partir da qual podemos alcançar a verdade.
II- Para Jürgen Habermas, a linguagem tem o caráter imperativo, pois afirma verdades encontradas por uma razão que obedece aos preceitos da lógica formal.
III- Jürgen Habermas pertence inicialmente ao grupo dos frankfurtianos, todavia, mesmo se distanciando da Escola de Frankfurt, mantém os principais objetivos dessa corrente filosófica, isto é, o esclarecimento e a emancipação do homem.
IV- Na teoria da ação comunicativa, a verdade é resultado de uma relação dialógica, fundamentada em uma situação ideal de fala, que exclui qualquer relação de poder entre os interlocutores.
V- Jürgen Habermas procura resgatar a reflexão crítica da Ilustração que tem em Kant um dos principais expoentes. A Ilustração opõe-se ao autoritarismo e ao abuso do poder e defende as liberdades individuais e os direitos do cidadão.
Estão corretas:
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(Uel 2009) A utilização de organismos geneticamente modificados, já presente em alimentos como soja e milho, remete para a questão dos limites éticos da pesquisa.
Tendo presente a obra de Jürgen Habermas, é correto afirmar.
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(Ufpa 2009) Na contemporaneidade, uma das mais marcantes concepções acerca das possibilidades da ação moral vincula-se à ideia de uma razão comunicativa. Sobre essa ideia, julgue as afirmações abaixo:
I. A razão comunicativa permanece presa aos condicionantes da razão prática moderna, isto é, aos agentes considerados individual ou coletivamente.
II. O que propicia a razão comunicativa é a mediação linguística, por meio da qual as relações entre os sujeitos ocorrem e o modo de vida contemporâneo se estrutura.
III. A razão comunicativa somente pode ser entendida como uma capacidade subjetiva, capaz de dizer aos agentes o que devem realizar.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):
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(Uel 2009) A ação política pressupõe a possibilidade de decidir, através da palavra, sobre o bem comum. Esta acepção do termo ‘política’, somente válida enquanto ideal aceito, guarda uma estreita relação com a concepção de política defendida por Habermas. Em particular, com o modelo normativo de democracia que este desenvolveu no início dos anos de 1990 e que inclui um procedimento ideal de deliberação e tomada de decisões: a chamada política deliberativa.
(VELASCO ARROVO, J. C. Para ler Habermas. Madrid: AIIanza, 2003, p. 93.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a democracia no pensamento de Habermas, considere as afirmativas a seguir.
I. As normas se tornam legitimas pelo fato de terem sido submetidas ao crivo participativo de todos os concernidos.
II. O principio da regra da maioria está subordinado à possibilidade prévia de que todos os concernidos tenham tido a oportunidade de apresentar seus posicionamentos de forma argumentativa e sem coerção.
III. A deliberação visa formalizar posições cristalizadas pelos membros da sociedade política, limitando-se ao endosso das opiniões prévias de cada um.
IV. As práticas políticas democráticas restringem-se à escolha, mediante sufrágio universal, dos Iíderes que governam as cidades.
Assinale a alternativa correta.
(Uel 2009)
Texto XI
"A ação política pressupõe a possibilidade de decidir, através da palavra, sobre o bem comum. Esta acepção do termo ‘política’, somente válida enquanto ideal aceito, guarda uma estreita relação com a concepção de política defendida por Habermas. Em particular, com o modelo normativo de democracia que este desenvolveu no início dos anos de 1990 e que inclui um procedimento ideal de deliberação e tomada de decisões: a chamada política deliberativa."
VELASCO ARROYO, J. C. Para leer a Habermas. Madrid: Alianza, 2003, p. 93.
Sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar que, no modelo da democracia deliberativa, a noção de cidadania enfatiza
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(UNESP - 2009)
O que é terrível na escrita é sua semelhança com a pintura. As produções da pintura apresentam-se como seres vivos, mas se lhes perguntarmos algo, mantêm o mais solene silêncio.
O mesmo ocorre com os escritos: poderíamos imaginar que falam como se pensassem, mas se os interrogarmos sobre o que dizem (…) dão a entender somente uma coisa, sempre a mesma (…) E quando são maltratados e insultados, injustamente, têm sempre a necessidade do auxílio de seu autor porque são incapazes de se defenderem, de assistirem a si mesmos.
Platão, Fedro ou Da beleza. São Paulo; Guimarães, 1998
Nesse fragmento, Platão compara o texto escrito com a pintura, contrapondo-os à sua concepção de filosofia.
Assinale a alternativa que permite concluir, com apoio do fragmento apresentado, uma das principais características do platonismo.
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(UEM - 2009)
Observe a seguinte afirmação sobre o pensamento de Emmanuel Levinas (1906-1995): “Uma primeira fase da filosofia ocidental, da Antiguidade à Idade Média, foi centrada no estudo do ser. Esse estudo apaga a noção de alteridade, pois o ser é aquilo que é ele mesmo. Estudar o ser é sempre estudar o mesmo, nunca o outro. Depois de pensar o ser, a filosofia pensou o eu e a filosofia moderna constitui-se como uma filosofia do sujeito. Também nessa filosofia do sujeito o outro ficou de fora, pois ele é sempre tematizado com base no eu. É necessário, portanto, voltar-se para o outro. Essa é, pensa Levinas, a tarefa da filosofia contemporânea. Isso significa colocar a ética em primeiro lugar, pois é da relação com o outro que surge o questionamento moral.” (GALLO, S. Filosofia: experiência do pensamento. São Paulo: Scipione, 2013, p. 281).
A partir do texto citado, assinale o que for correto.
I- A alteridade é uma temática contemplada pelos tratados de ontologia que estudam o ser enquanto ser.
II- Apesar de apresentar avanços em relação à Antiguidade, a epistemologia moderna não deu a devida importância ao estatuto filosófico do outro.
III- Ao criticar a filosofia do sujeito, a ética ganha destaque, pois a liberdade e a autonomia dos indivíduos devem ser pensadas à luz da questão moral.
IV- Ao descrever as categorias transcendentais do sujeito, a filosofia clássica contempla a experiência do outro.
V- O outro não se reduz ao conhecimento do que eu sou, razão pela qual a alteridade não se limita ao problema epistemológico.
(UNB - 2009)
Um texto que não caminha em uma única direção coincide na verdade com a natureza da própria investigação. Esta, com efeito, obriga-nos a explorar um vasto domínio do pensamento em todas as direções. As anotações filosóficas deste livro são, por assim dizer, uma porção de esboços de paisagens que nasceram nas minhas longas e confusas viagens.
L. Wittgenstein. Investigações filosóficas. Prefácio. São Paulo: Abril, 1978, p. 6.(com adaptações).
A partir de conhecimentos relativos à filosofia e do texto acima, assinale a opção correta.
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(UNB 2009)
Wittgenstein pertence ao movimento que colocou a linguagem no centro da reflexão filosófica, sendo destacado pelas suas obras “Tratado Lógico-Filosófico” (primeiro Wittgenstein) e “Investigações Filosóficas” (segundo Wittgenstein).
A respeito dessas obras é correto afirmar que:
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ORIENTAÇÃO GERAL
Leia com atenção todas as instruções.
SITUAÇÃO A
A idéia de um mundo famélico, à beira do colapso, assombra a humanidade desde que o economista e demógrafo inglês Thomas Malthus (1766-1834) previu, no século XVIII, que no futuro não haveria comida em quantidade suficiente para todos. Sua teoria não se confirmou, mas volta e meia assusta. Foi quase em uníssono que, nas últimas semanas, os principais organismos internacionais – a Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – chamaram atenção para a gravidade dos problemas decorrentes da alta dos alimentos. No último ano, os preços subiram 57%. Isso em média, porque o trigo, por exemplo, subiu 130%. Para as pessoas que vivem no limiar da miséria, pode significar a fome. O Banco Mundial previu que 100 milhões de pessoas poderão submergir na linha que separa a pobreza da miséria absoluta devido ao encarecimento da comida.
O ponto central, como registrou a revista inglesa The Economist, é que os alimentos alcançaram um novo patamar de preços, o mais alto dos últimos trinta anos. Eles podem baratear um pouco, mas não voltarão aos níveis do fim dos anos 70. O mundo está migrando para uma nova realidade, e a transição está sendo mais longa e difícil do que se previu. O problema tornou-se crítico agora porque vários fatores adversos ocorreram simultaneamente e afetaram a produção. Os estoques reguladores entraram então no nível mais baixo das últimas três décadas. Entre as diversas causas, a mais importante é que o mundo está comendo mais.
O aumento da demanda se deu principalmente na China, na Índia e no Brasil, as economias emergentes que lideram o movimento de alta no padrão de consumo de suas populações. Juntos, os três países têm mais de um terço dos habitantes do planeta. Uma mudança de padrão de consumo é suficiente, portanto, para uma alteração significativa na economia global. No ano passado, a China expandiu seu produto interno bruto (a soma das riquezas produzidas no país) em 11,4%. A Índia cresceu 9,6%. Não foi só isso. Além de comer mais, a população desses países está se tornando mais urbana. Ou seja, deixou de produzir o próprio alimento para comprá-lo no supermercado, o que torna necessário que se produza mais comida em larga escala para atender às cidades.
Ronaldo França. Veja, 23 de abril de 2008.
A crise mundial na produção de alimentos foi chamada pela ONU de “tsunami silencioso”. No Brasil, ocorre todos os dias outro desastre, também silencioso: o desperdício. Segundo estimativa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), uma família de classe média joga fora, em média, 182,5 quilos de comida por ano, o suficiente para alimentar uma criança por seis meses.
Um hipermercado pode desperdiçar, por mês, até 2.000 kg de alimentos bons para o consumo, mas não para a venda. Em 2007, 24 mil toneladas de material orgânico (partes de hortaliças ou comida considerada imprópria ao consumo) foram descartados na Ceagesp.
O ciclo de desperdício segue nas feiras-livres, onde a perda estimada, em São Paulo, é de mil quilos por dia.
Mas boa parte do desperdício no país não pode ser impedida por consumidores ou comerciantes. Estudo do IBGE estima que 8,7% da produção de grãos é perdida ao longo da cadeia produtiva, por conta das más condições de transporte e armazenamento. A pesquisa também aponta que 4,7% dos grãos são perdidos ainda na plantação, por conta de problemas climáticos. No total, são 10 milhões de toneladas/ano desperdiçadas antes mesmo de chegar aos pontos-de-venda.
“O número é alto, considerando que os grãos têm maior durabilidade. A perda de frutas e hortaliças deve ser ainda maior”, diz Júlio Perruso, 40, gerente de análise e planejamento do IBGE.
Cyrus Afshar. Folha de S. Paulo, 31 de maio de 2008.
Produza seu texto respondendo a seguinte pergunta:
Como conter a fome no mundo?
Observações:
1- Não se esqueça de que você deverá fazer um texto expositivo ou argumentativo.
2- Não deixe de dar um título a sua redação, de acordo com a orientação geral.
3- Não copie trechos dos textos motivadores.
SITUAÇÃO B
O estudo do cérebro conheceu avanços sem precedentes nas últimas duas décadas, com o surgimento de tecnologias que permitem observar o que acontece durante atividades como o raciocínio, a avaliação moral e o planejamento. Ao mesmo tempo, essa revolução na fisiologia abre novas possibilidades para um campo da ciência que sempre despertou controvérsias de caráter ético – a interferência no cérebro destinada a alterar o comportamento de pessoas. Há duas semanas, um grupo de pesquisadores gaúchos ligados a duas universidades anunciou um projeto que vai estudar o cérebro de cinqüenta jovens homicidas, com idade entre 15 e 21 anos, detidos na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo, a antiga Febem de Porto Alegre. Os jovens serão submetidos a uma série de imagens e sons violentos enquanto uma máquina de ressonância magnética funcional analisará a atividade de várias regiões do cérebro deles, principalmente o lobo frontal. Estudos feitos nas últimas décadas apontam que alterações no funcionamento do lobo frontal, situado sob a testa, podem ser responsáveis por perturbações no juízo crítico e por um aumento da agressividade. O anúncio do projeto provocou reações de protesto. Um manifesto contra a pesquisa vem ganhando a assinatura de cidadãos e entidades ligadas aos direitos humanos. “Supondo-se que se confirme a hipótese de que há alterações no cérebro dos infratores, que uso se fará dessas informações?”, pergunta a psicóloga Ana Luiza Castro, do Juizado da Infância e da Juventude de Porto Alegre.
Na Inglaterra, está em curso uma pesquisa que pretende interferir no comportamento dos criminosos jovens de três instituições penais, reduzindo o índice de violência entre eles. O estudo, patrocinado pela entidade beneficente Wellcome Trust, vai adicionar à dieta dos presos trinta suplementos alimentares, entre eles os ácidos graxos, presentes em substâncias como o óleo de fígado de bacalhau. Supõem os pesquisadores que os suplementos serão capazes de tornar os criminosos mais sociáveis. Os detratores do projeto dizem que não há maneira de aferir o resultado da dieta no cérebro dos presos. “É certo que há alimentos que beneficiam o cérebro como um todo, mas não há como dizer que um deles beneficie a área da comunicação, outro a dos julgamentos morais e por aí afora”, diz a neurologista Lucia Mendonça, presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia.
Pesquisas que visam a estudar e modificar o comportamento de delinqüentes e psicopatas podem ser apresentadas à sociedade como uma solução ao problema da criminalidade. O questionamento ético inerente a esses estudos é evidente quando o comportamento anti-social esbarra em questões culturais. Os avanços da neurociência poderiam permitir aos aiatolás determinar uma intervenção médica no cérebro de uma mulher que se recusa a cobrir o rosto com véu de forma a “curar” sua rebeldia? No futuro, é possível que os testes para emprego exijam exames com tomografia ou ressonância magnética para avaliar se o cérebro do candidato tem características que o credenciem à vaga. Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e do Rotman Research Institute, do Canadá, já contribuíram para esse cenário. Num estudo recente, eles avaliaram 36 pacientes que sofreram danos cerebrais como resultado de trauma ou retirada de um tumor benigno. Concluíram que as lesões no lobo frontal induzem a comportamento instável. “Nosso estudo mostra que danos em certas áreas do lobo frontal podem debilitar a capacidade de agir nas atividades rotineiras – um requisito-chave para conservar um emprego”, afirma o coordenador do estudo, o psicólogo Donald Stuss. Os autores da pesquisa com jovens homicidas gaúchos argumentam que a análise das imagens cerebrais é apenas um braço do estudo. Serão avaliados também fatores como o histórico familiar e a condição socioeconômica dos criminosos. O objetivo, segundo eles, é ajudar a formular políticas públicas para evitar que os jovens desenvolvam comportamento violento. É fácil entender como o fato de nascer em famílias dilaceradas ou miseráveis induz os jovens ao comportamento anti-social. Já a influência da configuração do cérebro nesse processo é duvidosa e deixa em aberto a questão: até que ponto é aceitável intervir no cérebro humano.
Quando a ciência se volta contra a razão
Três casos de monstruosidades científicas que tiveram respaldo oficial e hoje estão desmoralizadas ou são exemplos de pura perversidade
1. Uma tolice chamada frenologia - Até meados do século XIX, a teoria do cientista alemão Franz Joseph Gall foi considerada revolucionária. Segundo ela, a conformação do crânio estaria relacionada ao caráter e ao intelecto do indivíduo. Ficou provado que a frenologia não tem nenhum fundamento científico.
2. Cientistas a serviço da tortura - Entre as atrocidades cometidas pelos nazistas em nome da ciência estão os estudos que mantinham prisioneiros em tanques de água gelada durante três horas, sob o pretexto de investigar tratamentos para queimaduras. Os prisioneiros, evidentemente, morriam de hipotermia.
3. Técnica para destruir cérebros - A lobotomia cortava os feixes nervosos do lobo pré-frontal do cérebro para curar prisioneiros agressivos e doentes psiquiátricos. A técnica valeu o Nobel de Medicina de 1949 ao português António Egas Moniz, mas deixava os pacientes em estado de apatia grave, desligados do mundo, e hoje está desacreditada.
Paula Neiva e Vanessa Vieira. Veja, 11 fev. 2008. 14
Produza seu texto respondendo à seguinte pergunta:
Até que ponto é aceitável intervir no cérebro humano para alterar comportamentos agressivos ou mudar a má índole de criminosos?
Observações:
1- Não se esqueça de que você deverá fazer um texto expositivo ou argumentativo.
2- Não deixe de dar um título a sua redação, de acordo com a orientação geral.
3- Não copie trechos dos textos motivadores
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