FUVEST 2011

Questão 49253

(UNICAMP - 2011) À Ilíada, epopeia guerreira, sucede a Odisseia, pacífica coletânea de lendas e aventuras marítimas. Esse contraste corresponde a uma mudança, quando os povos da região renunciam às lutas em territórios muito estreitos e se voltam para os países longínquos. Os poemas homéricos são contemporâneos da grande expansão marítima dos fenícios e a Odisseia está cheia de violências e rapinas de todo tipo praticadas pelos fenícios, apresentados como mercadores descarados e bandidos sem escrúpulos; mas devemos levar em conta, nessas narrativas, as rivalidades comerciais.

(Adaptado de J. Gabriel-Leroux, As primeiras civilizações do Mediterrâneo. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 67-68.)

a) Segundo o texto, quais seriam as razões históricas da diferença entre a Ilíada e a Odisseia?

b) Como a organização política de fenícios e gregos os diferenciava da civilização egípcia?

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Questão 49254

(UNICAMP - 2011) No início do século XIV, o inquisidor Bernardo Guy escreveu um Manual do Inquisidor, no qual descrevia como se ingressava na seita herética que ficou conhecida pelo nome de pseudoapóstolos: “Perante algum altar, na presença de membros da seita, o candidato se despe de suas roupas, como sinal de renúncia a tudo que possui, para seguir com perfeição a pobreza evangélica. Também se exige que ele prometa não obedecer a nenhum mortal, mas só a Deus, como se fosse um apóstolo sujeito apenas a Cristo e a ninguém mais.”

(Adaptado de Nachman Falbel, Heresias medievais. São Paulo: Perspectiva, 1977, p. 66.)

a) Por quais razões essa heresia era uma ameaça para a Igreja do período?

b) Caracterize a relação entre o poder religioso e o poder temporal na baixa Idade Média.

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Questão 49255

(UNICAMP - 2011) Uma análise das lutas suscitadas pela ocupação holandesa no Brasil pode ajudar a desconstruir ideias feitas. Uma tese tradicional diz respeito ao reforço da identidade brasileira durante as lutas com os holandeses: a luta pela expulsão dos holandeses seria obra muito mais dos brasileiros e negros do que dos portugueses. Já a tese que critica essa associação entre a experiência da dominação holandesa e a gênese de um sentimento nativista insiste nas divisões – no âmbito da economia açucareira – entre senhores de engenho excluídos ou favorecidos pela ocupação holandesa.

(Adaptado de Diogo Ramada Curto, Cultura imperial e projetos coloniais (séculos XV a XVIII). Campinas: Editora da Unicamp, 2009, p. 278.)

a) Identifique no texto duas interpretações divergentes a respeito da luta contra a dominação holandesa no Brasil.

b) Mencione dois fatores que levaram à invasão de Pernambuco pelos holandeses no século XVII.

 

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Questão 49256

(UNICAMP - 2011) Na Inglaterra, por volta de 1640, a monarquia dos Stuart era incapaz de continuar governando de maneira tradicional. Entre as forças sociais que não podiam mais ser contidas no velho quadro político, estavam aqueles que queriam obter dinheiro, como também aqueles que queriam adorar a Deus seguindo apenas suas próprias consciências, o que os levou a desafiar as instituições de uma sociedade hierarquicamente estratificada.

(Adaptado de Christopher Hill, “Uma revolução burguesa?”. Revista Brasileira de História, São Paulo, vol. 4, nº 7, 1984, p. 10.)

a) Conforme o texto, que valores se contrapunham à forma de governo tradicional na Inglaterra do século XVII?

b) Quais foram as consequências da Revolução Inglesa para o quadro político do país?

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Questão 49257

(UNICAMP - 2011) Na segunda metade do século XVIII, pensadores importantes, como Denis Diderot, atacaram os próprios fundamentos do imperialismo. Para esse filósofo, os seres humanos eram fundamentalmente formados pelas suas culturas e marcados pelas diferenças culturais, não existindo o homem no estado de natureza. Isso levava à ideia de relatividade cultural, segundo a qual os povos não podiam ser considerados superiores ou inferiores a partir de uma escala universal de valores.

(Adaptado de Sankar Muthu, Enlightenment Against Empire. Princeton: Princeton University Press, 2003, p. 258, 268.)

a) Segundo o texto, como as ideias de Denis Diderot se opunham ao imperialismo?

b) No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, qual a relação entre a ideia de “homem no estado de natureza” e a organização das sociedades civilizadas?

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Questão 49258

(UNICAMP - 2011) Em 1869, o deputado Bento de Paula Souza discursou na Assembleia Legislativa da Província de São Paulo em defesa da imigração: “Nós queremos os americanos como paulistas novos, como paulistas adotivos, homens prestimosos, que escolham a província como sua nova pátria, e queremos os alemães como trabalhadores, como homens produtivos, que venham aqui habitar. Tanto uns como outros, os receberemos com o mesmo entusiasmo”.

(Adaptado de Célia Maria Marinho de Azevedo, Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites – século XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 145.)

a) Caracterize o contexto internacional que permitia ao deputado paulista esperar uma imigração de norteamericanos.

b) Aponte duas características da imigração para o sul do Brasil que a diferenciem da imigração para a província de São Paulo.

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Questão 49259

(UNICAMP - 2011) 

Quando Colin Powell chegar às Nações Unidas hoje para defender a guerra contra Saddam Hussein, as Nações Unidas planejam cobrir a obra-prima de Picasso, “Guernica”, com uma capa azul. Repórteres e câmeras irão cercar o secretário de Estado (cargo equivalente ao de ministro das Relações Exteriores) na entrada do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde a reprodução de “Guernica” está pendurada. De fato, Powell não pode convencer o mundo sobre a necessidade de bombardear o Iraque cercado por mulheres, homens, crianças, touros e cavalos aos gritos e mutilados.

(Adaptado de Maureen Dowd, “Powell without Picasso”. http://www.nytimes.com/2003/02/05/opinion/powell-without-picasso.html. Acesso em 06/12/2010.)

a) Quais eram as mensagens incompatíveis entre a fala de Colin Powell e a obra Guernica de Picasso?

b) Identifique os acontecimentos políticos associados à obra Guernica.

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Questão 49260

(UNICAMP - 2011) Vinte anos depois da promulgação da Constituição de 1988, é difícil imaginar como um país com graves problemas econômicos e recém-saído de uma longa ditadura militar foi capaz de escrever seu futuro numa Constituição que foi chamada de “Constituição Cidadã”.

(Adaptado de Ricardo Amaral, “Memórias da última batalha ideológica”. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI12361-15273,00.html. Acesso em 18/11/2010.)

a) Por quais razões a Constituição de 1988 foi apelidada “Constituição Cidadã”?

b) Quais eram os “graves problemas econômicos” que afetavam o Brasil no contexto de transição da ditadura militar para o regime democrático?

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Questão 49261

(UNICAMP - 2011) Existem épocas em que os acontecimentos concentrados num curto período de tempo são imediatamente vistos como históricos. A Revolução Francesa e 1917 foram ocasiões desse tipo, e também 1989. Aqueles que acreditavam que a Revolução Russa havia sido a porta para o futuro da história mundial estavam errados. E quando sua hora chegou, todos se deram conta disso. Nem mesmo os mais frios ideólogos da guerra fria esperavam a desintegração quase sem resistência verificada em 1989.

(Adaptado de Eric Hobsbawm, “1989 – O que sobrou para os vitoriosos”. Folha de São Paulo, 12/11/1990, p. A-2.)

a) No contexto entre as duas guerras mundiais, quais seriam as razões para a Revolução Russa ter simbolizado uma porta para o futuro?

b) Identifique dois fatores que levaram à derrocada dos regimes socialistas da Europa após 1989.

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Questão 49297

(UNICAMP - 2011) A comunidade do Orkut “Eu tenho medo do Mesmo” foi criada em função do aviso bastante conhecido dos usuários de elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”.

a) Explique o que torna possível o jogo de palavras “Mesmo, o maníaco dos elevadores” usado pelos membros dessa comunidade.

b) Reescreva o aviso de forma que essa leitura não seja mais possível.

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