Na obra Grande Sertão: veredas, Guimarães Rosa apresenta dois personagens
Riobaldo e Diadorim numa relação inusitada de atração. A trama se desenvolve como uma
relação entre pessoas do mesmo sexo. As semelhanças nas aparências escondem, porém,
diferenças de origem biológica, porque se trata de uma mulher (Diadorim) que se passa
socialmente por homem.
Escrita em 1956, essa obra de Guimarães Rosa trata de uma temática extremamente
contemporânea, que é
Em uma passagem de As aventuras do Barão de Munchausem, personagem do
folclore alemão, ele e seu cavalo encontram-se atolados em um pantanal e, para sair dessa
situação, o Barão puxa a si mesmo pelo cabelo, levantando-se, com sua montaria, do
terreno movediço. Em mais de uma ocasião, os sociólogos usaram essa metáfora para
aludir ao modo pelo qual os positivistas procuravam um método objetivo, neutro, livre das
ideologias.
Em oposição a essa suposta objetividade, Marx criticou veementemente os
positivistas, uma vez que, para o autor,
Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz
algumas das concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre.
Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o
é, porque é supor que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte,
nem se, porventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como
se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais condenável não é
essa de supor saber o que não se sabe?
Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo:
Ed. Loyola, 1999, p. 61.
Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa
INCORRETA.
Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o
ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos.
Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de não-ser, no sentido
de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de
Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349.
A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência
de Aristóteles, assinale a alternativa correta.
(UFU - 2012)
[...] a condição dos homens fora da sociedade civil (condição esta que podemos adequadamente chamar de estado de natureza) nada mais é do que uma simples guerra de todos contra todos na qual todos os homens têm igual direito a todas as coisas; [...].
HOBBES, Thomas. Do Cidadão. Campinas: Martins Fontes, 1992.
De acordo com o trecho acima e com o pensamento de Hobbes, assinale a alternativa correta.
Ver questão
A pintura e a escrita em latim eram práticas das elites artísticas e intelectuais indígenas no processo de conquista e colonização da América. O estudo de tais práticas permite, assim, analisar aspectos da participação dessas elites naquele período histórico.
Texto 1
Na metade do século XVI, um pintor nativo mexicano, batizado Juan Gerson, criou um extraordinário ciclo de pinturas para a igreja franciscana de Tecamachalco, no atual estado de Puebla. O ciclo representa os eventos bíblicos do Apocalipse, no formato oval, pintados em papel amate, tradicionalmente usado pelos mexicas.
PERRY, Richard. Mexico"s fortress monasteries. Espadana, 1993. Trecho disponível em:
Texto 2
Os espanhóis, assustados de ver os progressos da adoção da escrita em latim entre os índios, escreviam já na década de 1540:'Os índios têm escritores tão bons e tão numerosos que não sei dizer o número deles, e esses escritores redigem cartas que colocam a par de todos os negócios do país de um mar a outro, o que antes da Conquista era coisa impossível.'
GRUZINSKI, Serge. O Renascimento ameríndio. In. NOVAES, Adauto. A outra margem do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p.294. (adaptado)
As informações sobre as práticas artísticas e intelectuais da elite indígena no processo de conquista e colonização da América evidenciam
Ver questão
A santidade Jaguaripe (Bahia) foi uma espécie de antecessora, à moda
indígena, do que seria Palmares no século XVII. Ela fez tremer o recôncavo,
incendiando engenhos e aldeamentos jesuíticos, prometendo a seus adeptos a
iminente alforria na “terra sem mal”, paraíso tupi, e a morte ou escravização
futura dos portugueses pelos mesmos índios submetidos ao colonialismo. Na
santidade baiana predominavam especialmente os tupinambás, mas havia ainda
uns cristãos, outros pagãos e ainda rebeldes africanos, assim como em
Palmares haveria índios.
VAINFAS, Ronaldo. Deus contra Palmares: representações senhoriais e ideias jesuíticas. In: REIS,
João Jose & GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p.61-62 (adaptado).
Os movimentos conduzidos por indígenas e negros no Brasil colonial representaram
As mães, as filhas, as irmãs, representantes da Nação pedem ser constituídas
em Assembleia Nacional. Considerando que a ignorância, o esquecimento ou o
menosprezo dos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças
públicas e da corrupção do governo, resolvemos expor, numa declaração solene,
os direitos naturais, inalteráveis e sagrados da mulher. Em consequência, o sexo
superior em beleza, como em coragem nos sofrimentos maternais, reconhece e
declara, em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos
da mulher e da cidadã.
Art. 1 - A mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos. As
distinções sociais não podem ser fundadas, senão, sobre a utilidade comum.
Art. 2 - A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos
naturais e imprescritíveis da mulher e do homem. Estes direitos são: a
liberdade, a prosperidade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão.
Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. 1791. (adaptado)
O documento acima foi proposto à Assembleia Nacional da França, durante a
Revolução Francesa, por Marie Gouze. A autora propunha uma Declaração de Direitos da
Mulher e da Cidadã para igualar-se à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
aprovada anteriormente. A proposta de Marie Gouze expressa
(UFU - 2012) Acreditamos que a escravidão é um pecado - onde quer que seja, sempre um pecado - pecado em si, pecado na natureza que a cria. Pecado porque ela converte pessoas em coisas, faz dos homens propriedade, mercantilizando a imagem de Deus. Em outras palavras, porque a escravidão detém e usa os homens como meros meios para concretizar seus fins, aniquilando a distinção sagrada e eterna entre a pessoa e a coisa - uma distinção proclamada como axioma de toda consciência humana - uma distinção criada por Deus...
Declaration of Sentiment, in The Liberator, voI 5, n. 20. Boston, USA. maio 16, 1835. (adaptado)
O texto acima, veiculado no jornal The Liberator, traz um argumento antiescravista da primeira metade do século XIX que representa
Ver questão
No começo da década de 1830 na Corte circulava um jornal intitulado O Homem
de cor. A epígrafe do jornal era a citação de um artigo constitucional: “Todo
cidadão pode ser admitido aos cargos públicos civis e militares, sem outra
diferença que não seja a de seus talentos e virtudes”. O redator combatia uma
afirmação do presidente da província de Pernambuco, Manoel Zeferino dos
Santos, que continha críticas à qualificação dos oficiais da Guarda Nacional, e
propunha a separação entre os batalhões “segundo os quilates da cor”.
LIMA, Ivana Stolze. Cores, marcas e falas: sentidos da mestiçagem no Império do Brasil. Rio de
Janeiro: Arquivo Nacional, 2003, p. 51 (adaptado).
Artigo 6o. São Cidadãos Brasileiros:
1) Os que no Brasil tiverem nascido, quer sejam ingênuos, ou libertos, ainda que
o pai seja estrangeiro, uma vez que este não resida por serviço de sua Nação.
Constituição Imperial do Brasil de 1824
Vocabulário:
Ingênuos: filhos de ex-escravos
Libertos: ex-escravos
O processo de independência do Brasil e a abdicação de Dom Pedro I, em abril de
1831, alimentaram expectativas de aprofundamento das reformas liberais. A epígrafe do
jornal O Homem de cor expressa