FUVEST 2024

Questão 82595

(UNESP - 2024)

Leia o soneto do poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage, para responder às questões de 13 a 16.

 

  Olha, Marília, as flautas dos pastores,
  Que bem que soam, como estão cadentes!
  Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentes
  Os Zéfiros1 brincar por entre as flores?
   
  Vê como ali, beijando-se, os Amores
  Incitam nossos ósculos2 ardentes!
  Ei-las de planta em planta as inocentes,
  As vagas borboletas de mil cores!
   
  Naquele arbusto o rouxinol suspira;
  Ora nas folhas a abelhinha para.
  Ora nos ares, sussurrando, gira.
   
  Que alegre campo! Que manhã tão clara!
  Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira,
  Mais tristeza que a noite me causara.
  (Manuel Maria Barbosa du Bocage. Poemas escolhidos, 1974.)

 

1Zéfiro: vento que sopra do ocidente.

2ósculo: beijo.

 

No soneto, a capacidade de transfigurar a paisagem retratada é atribuída pelo eu lírico

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Questão 82596

(UNESP - 2024)

Leia o soneto do poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage, para responder às questões de 13 a 16.

 

  Olha, Marília, as flautas dos pastores,
  Que bem que soam, como estão cadentes!
  Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentes
  Os Zéfiros1 brincar por entre as flores?
   
  Vê como ali, beijando-se, os Amores
  Incitam nossos ósculos2 ardentes!
  Ei-las de planta em planta as inocentes,
  As vagas borboletas de mil cores!
   
  Naquele arbusto o rouxinol suspira;
  Ora nas folhas a abelhinha para.
  Ora nos ares, sussurrando, gira.
   
  Que alegre campo! Que manhã tão clara!
  Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira,
  Mais tristeza que a noite me causara.
  (Manuel Maria Barbosa du Bocage. Poemas escolhidos, 1974.)

 

1Zéfiro: vento que sopra do ocidente.

2ósculo: beijo.

 

Ao longo do soneto, o eu lírico recorre reiteradamente ao seguinte recurso retórico:

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Questão 82597

(UNESP - 2024)

Leia o soneto do poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage, para responder às questões de 13 a 16.

 

  Olha, Marília, as flautas dos pastores,
  Que bem que soam, como estão cadentes!
  Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentes
  Os Zéfiros1 brincar por entre as flores?
   
  Vê como ali, beijando-se, os Amores
  Incitam nossos ósculos2 ardentes!
  Ei-las de planta em planta as inocentes,
  As vagas borboletas de mil cores!
   
  Naquele arbusto o rouxinol suspira;
  Ora nas folhas a abelhinha para.
  Ora nos ares, sussurrando, gira.
   
  Que alegre campo! Que manhã tão clara!
  Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira,
  Mais tristeza que a noite me causara.
  (Manuel Maria Barbosa du Bocage. Poemas escolhidos, 1974.)

 

1Zéfiro: vento que sopra do ocidente.

2ósculo: beijo.

 

Na linguagem literária, visando obter maior expressividade, pode-se empregar um tempo verbal em lugar de outro. É o que ocorre nos seguintes versos:

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Questão 82598

(UNESP - 2024)

Examine a charge do cartunista Angeli.

 

 

A charge ironiza os bastidores da invasão do Iraque em 2003. Depreende-se da análise da charge que, para o cartunista, a invasão do Iraque se caracterizava como

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Questão 82599

(UNESP - 2024)

Para responder às questões de 18 a 20, leia a crônica de Luis Fernando Verissimo.

 

Esta ideia para um conto de terror é tão terrível que, logo depois de tê-la, me arrependi. Mas já estava tida, não adiantava mais. Você, leitor, no entanto, tem uma escolha. Pode parar aqui, e se poupar, ou ler até o fim e provavelmente nunca mais dormir. Vejo que decidiu continuar. Muito bem, vamos em frente. Talvez, posta no papel, a ideia perca um pouco do seu poder de susto. Mas não posso garantir nada. É assim:

Um casal de velhos mora sozinho numa casa. Já criaram os filhos, os netos já estão grandes, só lhes resta implicar um com o outro. Retomam com novo fervor uma discussão antiga. Ela diz que ele ronca quando dorme, ele diz que é mentira.

— Ronca.

— Não ronco.

— Ele diz que não ronca — comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa.

Mas não existe outra pessoa na casa. Os filhos raramente visitam. Os netos, nunca. A empregada vem de manhã, faz o almoço, deixa o jantar feito e sai cedo. Ficam os dois sozinhos.

— Eu devia gravar os seus roncos, pra você se convencer — diz ela. E em seguida tem a ideia infeliz. — É o que eu vou fazer! Esta noite, quando você dormir, vou ligar o gravador e gravar os seus roncos.

— Humrfm — diz o velho.

Você, leitor, já deve estar sentindo o que vai acontecer. Pare de ler, leitor. Eu não posso parar de escrever. As ideias não podem ser desperdiçadas, mesmo que nos custem amigos, a vida ou o sono. Imagine se Shakespeare tivesse se horrorizado com suas próprias ideias e deixado de escrevê- -las, por puro comedimento. Não que eu queira me comparar a Shakespeare. Shakespeare era bem mais magro. Tenho que exercer este ofício, esta danação. Você, no entanto, não é obrigado a me acompanhar, leitor. Vá passear, vá tomar sol. Uma das maneiras de controlar a demência solta no mundo é deixar os escritores falando sozinhos, exercendo sozinhos a sua profissão malsã, o seu vício solitário. Você ainda está lendo. Você é pior do que eu, leitor. Você tinha escolha.

Sozinhos. Os velhos sozinhos na casa. Os dois vão para a cama. Quando o velho dorme, a velha liga o gravador. Mas em poucos minutos a velha também dorme. O gravador fica ligado, gravando. Pouco depois a fita acaba.

Na manhã seguinte, certa do seu triunfo, a velha roda a fita. Ouvem-se alguns minutos de silêncio. Depois, alguém roncando.

— Rará! — diz a velha, feliz.

Pouco depois ouve-se o ronco de outra pessoa. A velha também ronca!

— Rará! — diz o velho, vingativo.

E em seguida, por cima do contraponto de roncos, ouve- -se um sussurro. Uma voz sussurrando, leitor. Uma voz indefinida. Pode ser de homem, de mulher ou de criança. A princípio — por causa dos roncos — não se distingue o que ela diz. Mas aos poucos as palavras vão ficando claras. São duas vozes. É um diálogo sussurrado.

“Estão prontos?”

“Não, acho que ainda não…”

“Então vamos voltar amanhã…”

(Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador, 1992.)

 

Em sua crônica, o autor caracteriza o ofício de escrever como

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Questão 82600

(UNESP - 2024)

Para responder às questões de 18 a 20, leia a crônica de Luis Fernando Verissimo.

 

Esta ideia para um conto de terror é tão terrível que, logo depois de tê-la, me arrependi. Mas já estava tida, não adiantava mais. Você, leitor, no entanto, tem uma escolha. Pode parar aqui, e se poupar, ou ler até o fim e provavelmente nunca mais dormir. Vejo que decidiu continuar. Muito bem, vamos em frente. Talvez, posta no papel, a ideia perca um pouco do seu poder de susto. Mas não posso garantir nada. É assim:

Um casal de velhos mora sozinho numa casa. Já criaram os filhos, os netos já estão grandes, só lhes resta implicar um com o outro. Retomam com novo fervor uma discussão antiga. Ela diz que ele ronca quando dorme, ele diz que é mentira.

— Ronca.

— Não ronco.

— Ele diz que não ronca — comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa.

Mas não existe outra pessoa na casa. Os filhos raramente visitam. Os netos, nunca. A empregada vem de manhã, faz o almoço, deixa o jantar feito e sai cedo. Ficam os dois sozinhos.

— Eu devia gravar os seus roncos, pra você se convencer — diz ela. E em seguida tem a ideia infeliz. — É o que eu vou fazer! Esta noite, quando você dormir, vou ligar o gravador e gravar os seus roncos.

— Humrfm — diz o velho.

Você, leitor, já deve estar sentindo o que vai acontecer. Pare de ler, leitor. Eu não posso parar de escrever. As ideias não podem ser desperdiçadas, mesmo que nos custem amigos, a vida ou o sono. Imagine se Shakespeare tivesse se horrorizado com suas próprias ideias e deixado de escrevê- -las, por puro comedimento. Não que eu queira me comparar a Shakespeare. Shakespeare era bem mais magro. Tenho que exercer este ofício, esta danação. Você, no entanto, não é obrigado a me acompanhar, leitor. Vá passear, vá tomar sol. Uma das maneiras de controlar a demência solta no mundo é deixar os escritores falando sozinhos, exercendo sozinhos a sua profissão malsã, o seu vício solitário. Você ainda está lendo. Você é pior do que eu, leitor. Você tinha escolha.

Sozinhos. Os velhos sozinhos na casa. Os dois vão para a cama. Quando o velho dorme, a velha liga o gravador. Mas em poucos minutos a velha também dorme. O gravador fica ligado, gravando. Pouco depois a fita acaba.

Na manhã seguinte, certa do seu triunfo, a velha roda a fita. Ouvem-se alguns minutos de silêncio. Depois, alguém roncando.

— Rará! — diz a velha, feliz.

Pouco depois ouve-se o ronco de outra pessoa. A velha também ronca!

— Rará! — diz o velho, vingativo.

E em seguida, por cima do contraponto de roncos, ouve- -se um sussurro. Uma voz sussurrando, leitor. Uma voz indefinida. Pode ser de homem, de mulher ou de criança. A princípio — por causa dos roncos — não se distingue o que ela diz. Mas aos poucos as palavras vão ficando claras. São duas vozes. É um diálogo sussurrado.

“Estão prontos?”

“Não, acho que ainda não…”

“Então vamos voltar amanhã…”

(Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador, 1992.)

 

Na composição de sua crônica, Luis Fernando Verissimo lança mão dos seguintes procedimentos estilísticos que caracterizam a prosa madura do escritor Machado de Assis:

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Questão 82601

(UNESP - 2024)

Para responder às questões de 18 a 20, leia a crônica de Luis Fernando Verissimo.

 

Esta ideia para um conto de terror é tão terrível que, logo depois de tê-la, me arrependi. Mas já estava tida, não adiantava mais. Você, leitor, no entanto, tem uma escolha. Pode parar aqui, e se poupar, ou ler até o fim e provavelmente nunca mais dormir. Vejo que decidiu continuar. Muito bem, vamos em frente. Talvez, posta no papel, a ideia perca um pouco do seu poder de susto. Mas não posso garantir nada. É assim:

Um casal de velhos mora sozinho numa casa. Já criaram os filhos, os netos já estão grandes, só lhes resta implicar um com o outro. Retomam com novo fervor uma discussão antiga. Ela diz que ele ronca quando dorme, ele diz que é mentira.

— Ronca.

— Não ronco.

— Ele diz que não ronca — comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa.

Mas não existe outra pessoa na casa. Os filhos raramente visitam. Os netos, nunca. A empregada vem de manhã, faz o almoço, deixa o jantar feito e sai cedo. Ficam os dois sozinhos.

— Eu devia gravar os seus roncos, pra você se convencer — diz ela. E em seguida tem a ideia infeliz. — É o que eu vou fazer! Esta noite, quando você dormir, vou ligar o gravador e gravar os seus roncos.

— Humrfm — diz o velho.

Você, leitor, já deve estar sentindo o que vai acontecer. Pare de ler, leitor. Eu não posso parar de escrever. As ideias não podem ser desperdiçadas, mesmo que nos custem amigos, a vida ou o sono. Imagine se Shakespeare tivesse se horrorizado com suas próprias ideias e deixado de escrevê- -las, por puro comedimento. Não que eu queira me comparar a Shakespeare. Shakespeare era bem mais magro. Tenho que exercer este ofício, esta danação. Você, no entanto, não é obrigado a me acompanhar, leitor. Vá passear, vá tomar sol. Uma das maneiras de controlar a demência solta no mundo é deixar os escritores falando sozinhos, exercendo sozinhos a sua profissão malsã, o seu vício solitário. Você ainda está lendo. Você é pior do que eu, leitor. Você tinha escolha.

Sozinhos. Os velhos sozinhos na casa. Os dois vão para a cama. Quando o velho dorme, a velha liga o gravador. Mas em poucos minutos a velha também dorme. O gravador fica ligado, gravando. Pouco depois a fita acaba.

Na manhã seguinte, certa do seu triunfo, a velha roda a fita. Ouvem-se alguns minutos de silêncio. Depois, alguém roncando.

— Rará! — diz a velha, feliz.

Pouco depois ouve-se o ronco de outra pessoa. A velha também ronca!

— Rará! — diz o velho, vingativo.

E em seguida, por cima do contraponto de roncos, ouve- -se um sussurro. Uma voz sussurrando, leitor. Uma voz indefinida. Pode ser de homem, de mulher ou de criança. A princípio — por causa dos roncos — não se distingue o que ela diz. Mas aos poucos as palavras vão ficando claras. São duas vozes. É um diálogo sussurrado.

“Estão prontos?”

“Não, acho que ainda não…”

“Então vamos voltar amanhã…”

(Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador, 1992.)

 

Em “As ideias não podem ser desperdiçadas, mesmo que nos custem amigos, a vida ou o sono.” (9o parágrafo), a oração subordinada expressa ideia de

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Questão 82602

(UNESP - 2024)

Leia o texto e examine o gráfico para responder às questões de 21 a 26.

The first Game Developers Conference, in 1988, attracted 25 participants and took place in a programmer’s sitting room in California. This 2023 summit, which began on March 20 in a giant exhibition centre in San Francisco, demonstrates how the industry has grown. Some 3.2 billion people now play, thanks largely to the spread of the smartphone. Women are now almost as likely as men to call themselves gamers. Gaming is catching on among all age groups. In Britain, for instance, half of those aged 55-64 play video games, though for less time than the young. Worldwide there are now more console owners aged 35-44 than 16-24.

The bigger the audience, the bigger the market. Consumers will spend 185 billion dollars on games in 2023, more than half on mobile games. That is about five times the value of the cinema box office, and two-thirds more than the video-streaming business. As gaming continues to grow, it is beginning to rival television as the world’s favourite entertainment medium.

The text and the graph are mainly about the

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Questão 82603

(UNESP - 2024)

Leia o texto e examine o gráfico para responder às questões de 21 a 26.

The first Game Developers Conference, in 1988, attracted 25 participants and took place in a programmer’s sitting room in California. This 2023 summit, which began on March 20 in a giant exhibition centre in San Francisco, demonstrates how the industry has grown. Some 3.2 billion people now play, thanks largely to the spread of the smartphone. Women are now almost as likely as men to call themselves gamers. Gaming is catching on among all age groups. In Britain, for instance, half of those aged 55-64 play video games, though for less time than the young. Worldwide there are now more console owners aged 35-44 than 16-24.

The bigger the audience, the bigger the market. Consumers will spend 185 billion dollars on games in 2023, more than half on mobile games. That is about five times the value of the cinema box office, and two-thirds more than the video-streaming business. As gaming continues to grow, it is beginning to rival television as the world’s favourite entertainment medium.

According to the first paragraph, the Game Developers Conference growth from 1988 to 2023 can be evaluated by the

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Questão 82604

(UNESP - 2024)

Leia o texto e examine o gráfico para responder às questões de 21 a 26.

The first Game Developers Conference, in 1988, attracted 25 participants and took place in a programmer’s sitting room in California. This 2023 summit, which began on March 20 in a giant exhibition centre in San Francisco, demonstrates how the industry has grown. Some 3.2 billion people now play, thanks largely to the spread of the smartphone. Women are now almost as likely as men to call themselves gamers. Gaming is catching on among all age groups. In Britain, for instance, half of those aged 55-64 play video games, though for less time than the young. Worldwide there are now more console owners aged 35-44 than 16-24.

The bigger the audience, the bigger the market. Consumers will spend 185 billion dollars on games in 2023, more than half on mobile games. That is about five times the value of the cinema box office, and two-thirds more than the video-streaming business. As gaming continues to grow, it is beginning to rival television as the world’s favourite entertainment medium.

No trecho do primeiro parágrafo “though for less time than the young”, o termo sublinhado introduz, em relação à frase anterior,

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