(UNESP - 2024)
O que o Carnaval [na Idade Moderna] significava para o povo que participava dele? Num sentido, a pergunta é desnecessária. O Carnaval era um feriado, uma brincadeira, um fim em si mesmo, dispensando qualquer explicação ou justificativa. Era uma ocasião de êxtase e liberação. [...] Por que o povo usava máscaras com narigões, por que atiravam ovos? [...]
Havia três temas principais no Carnaval, reais e simbólicos: comida, sexo e violência.
(Peter Burke. Cultura popular na Idade Moderna, 1989.)
“O Carnaval sempre foi um ato político, ele está longe de ser uma festa da alienação [...]”, diz o historiador e professor Luiz Antonio Simas. [...] “O Carnaval quebra um padrão de normatividade que é regra durante todo o ano. É nesse momento que os grupos mais vulneráveis se sentem mais livres para exercer toda a sua diversidade”, diz Simas.
(Isabela Palhares. “Carnaval pós-restrições da pandemia é apoteose da folia, dizem historiadores”. www.folha.uol.com.br, 20.02.2023.)
Os excertos abordam o significado do Carnaval em dois períodos históricos bastante distintos e
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Não reconhecendo nós outra soberania mais de que a soberania do povo, para ela apelamos. […]
Neste país, que se presume constitucional, e onde só deveriam ter ação poderes delegados, […] só há um poder ativo, […] poder sagrado inviolável e irresponsável.
O privilégio, em todas as suas relações com a sociedade — tal é, em síntese, a fórmula social e política do nosso país —, privilégio de religião, privilégio de raça, privilégio de sabedoria, privilégio de posição, isto é, todas as distinções arbitrárias e odiosas que criam no seio da sociedade civil e política a monstruosa superioridade de um sobre todos ou de alguns sobre muitos. […]
A autonomia das províncias é, pois, para nós mais do que um interesse imposto pela solidariedade dos direitos e das relações provinciais, é um princípio cardeal e solene que inscrevemos na nossa bandeira.
(“Manifesto Republicano de 1870”. In: Américo Brasiliense. Os programas dos partidos e o 2o Império, 1878.)
O trecho transcrito permite caracterizar o Manifesto Republicano como
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Observe as imagens. A da esquerda é intitulada “Plantas do Orquidário Moderno” (1845). A da direita intitula-se “Madame Professora” (1846).
As duas imagens referem-se a algumas sociedades europeias do século XIX e
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A América independente, a América Latina, traz no íntimo a América pré-colombiana, que desponta por todos os seus poros, resistindo ao novo cerco, agora em forma de Estados nacionais que se estabeleceram violentando as linhas históricas de demarcação das diferentes culturas. Em muitos casos, os povos foram fragmentados pelas fronteiras nacionais, e seus fluxos, interrompidos ou entorpecidos.
(Ana Esther Ceceña. “Uma versão mesoamericana da América Latina”. In: Adauto Novaes (org.). Oito visões da América Latina, 2006.)
Com base no trecho, conclui-se que “a América independente, a América Latina, traz no íntimo a América pré- -colombiana”,
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Analise a imagem, que mostra a queima de café em Santos, SP, em 1931.
A cena, ocorrida durante o governo provisório de Getúlio Vargas, resulta
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Analise a imagem, obtida no sítio arqueológico de Jabberen, Argélia, e datada de 5500-2000 a.C.
a) Identifique o tipo de representação pictórica que aparece na imagem e cite uma de suas características técnicas ou formais.
b) Indique qual é a cena retratada e o que ela nos permite identificar sobre o grupo que a produziu.
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A Inglaterra de 1603 era uma potência de segunda classe; a Grã-Bretanha de 1714 era a maior potência mundial. [...] os hábitos alimentares dos ingleses transformaram-se com a introdução de raízes comestíveis, o que permitiu manter o gado vivo e ter carne fresca no inverno. Foi introduzida a batata, além de muitos novos cultivos, como o chá, o café, o chocolate, o açúcar e o tabaco. [...] A peste foi frequente na primeira metade do século, mas já estava extinta no final dele. A moderna combinação de refeições — café da manhã, almoço e jantar — data do século XVII; também nesse mesmo século surgiu o padrão moderno dos trajes masculinos — casaco, colete, bombachas. Saiu o couro; entraram o morim, o linho e a seda na confecção de vestuário. No final do século, a cerâmica e o vidro utilizados à mesa já haviam substituído o estanho e a madeira; muitas famílias usavam facas, garfos, espelhos e lenços de bolso; em Chatsworth, o duque de Devonshire instalou uma sala de banho com água corrente — quente e fria.
Em 1603, todos os cidadãos ingleses — homens e mulheres — foram considerados membros da Igreja Oficial, e dissidência era delito passível de punição. Heréticos ainda eram queimados na fogueira; suspeitos de traição eram torturados. Em 1714, a dissidência protestante era oficialmente tolerada: a Igreja não mais podia condenar ninguém à fogueira, o Estado não mais podia submeter ninguém à tortura.
(Christopher S. Hill. O século das revoluções: 1603-1714, 2012.)
a) Indique dois motivos internos à Grã-Bretanha que contribuíram para algumas das mudanças citadas no excerto.
b) Indique dois motivos que contribuíram para que a Inglaterra se transformasse de “potência de segunda classe” na “maior potência mundial”.
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Após os fatos confusos do 15 de Novembro, o Brasil mergulhou em uma década de enorme incerteza política e social. Amanheceu em 16 de novembro sem Poder Moderador, até então a chave da organização político-institucional do país. A experiência dessa falta marcou os primeiros anos da infância do que ainda viria a ser um regime.
(Renato Lessa. “A primeira década: República, natureza, desordem”. In: Edmar Bacha et al. (orgs.). 130 anos: em busca da República, 2019.)
a) O que foi o Poder Moderador e como foi sua atuação política ao longo do Segundo Reinado?
b) Indique duas das incertezas políticas e sociais vigentes nos primeiros dez anos da República.
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Analise a imagem e leia o excerto.
Há 40 anos, as primeiras Mães da Praça de Maio — como só ficariam conhecidas depois — saíram a reclamar a reaparição, com vida, de seus filhos sequestrados. Naquele já distante 30 de abril de 1977, elas compunham um grupo de apenas 14.
Depois de perguntar inutilmente pelos jovens em delegacias, repartições do Estado, igrejas, hospitais e de pedir ajuda, inutilmente, aos grandes jornais e meios televisivos, elas decidiram que marchariam todas as quintas-feiras, às 15h30, com panos brancos envolvendo a cabeça, diante da Casa Rosada — sede do governo argentino.
O fato de serem logo identificadas como “as Loucas da Praça de Maio” diz muito não apenas sobre o machismo da sociedade argentina daquele tempo, mas também sobre o alto teor de cumplicidade, medo ou covardia de grande parte dos argentinos diante de um problema que ia-se fazendo cada vez mais presente: dia após dia corriam boca a boca novas histórias de pessoas que iam sendo sequestradas pelos agentes da repressão da ditadura militar (1976-1983).
Neste aniversário de 40 anos da luta das Mães, vale lembrar esse detalhe que parece uma piada de mau gosto: o fato de terem sido chamadas de “loucas” por um bom tempo. Essa lúgubre anedota é sinal de que essas mulheres não sofreram apenas a perda dos filhos, mas também o preconceito e o menosprezo por parte de muitos. Nos dias de hoje, em que voltaram a surgir vozes que questionam o número de mortos e que tentam minimizar os horrores do regime, parece que esse adjetivo pejorativo de 40 anos atrás volta a ganhar vida.
(Sylvia Colombo. “No começo, eram as Loucas da Praça de Maio”, 30.04.2017. www.folha.uol.com.br.)
a) Identifique, no excerto, o objetivo do movimento das “Mães da Praça de Maio” e uma reação de parte da sociedade aos protestos por elas realizados.
b) Contextualize a situação política dominante no Cone Sul da América nos anos 1970 e indique um acontecimento essencial para a mudança política na Argentina no início dos anos 1980.
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A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou, por meio de projeções, que a Índia ultrapassou a China em tamanho de população no mês de abril de 2023. Com isso, a Índia se tornou o país mais populoso do planeta e tirou a preeminência chinesa que durava desde 1950, quando começou a contagem pela ONU. A marca de se tornar o país mais populoso do mundo também coloca questões para o futuro indiano. A principal delas é se o país conseguirá repetir o sucesso econômico chinês nas últimas décadas, que, impulsionado por uma mão de obra abundante e barata, hoje, segundo analistas, coloca Pequim como uma superpotência em ascensão. Ainda assim, a Índia deve se beneficiar do que é chamado de “bônus demográfico”.
(www.estadao.com.br, 29.04.2023. Adaptado.)
a) Identifique os dois conceitos que tratam do crescimento de uma população.
b) Considerando o perfil demográfico indiano, explique o que é “bônus demográfico” e cite um desafio socioeconômico a ser administrado pela Índia diante dessa condição.
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