ITA 2018

Questão 33909

(ITA - 2018 - 1 FASE)

Considere a matriz  A= egin{bmatrix} 1 & x & x^{2} &x^{3} \ 1& 2 & 3 &4 \ -1& 3 & 4 &5 \ -2& 2 & 1 & 1 end{bmatrix}xin mathbb{R}. Se o polinômio p(x) é dado por p(x) = detA, então o produto das raízes de p(x) é 

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Questão 33943

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE) 

Texto 2

O ELEFANTE

1 Fabrico um elefante
  de meus poucos recursos.
  Um tanto de madeira
  tirado a velhos móveis
5 talvez lhe dê apoio.
  E o encho de algodão,
  de paina, de doçura.
  A cola vai fixar
  suas orelhas pensas.
10 A tromba se enovela,
  é a parte mais feliz
  de sua arquitetura.
   
  Mas há também as presas,
  dessa matéria pura
15 que não sei figurar.
  Tão alva essa riqueza
  a espojar-se nos circos
  sem perda ou corrupção.
  E há por fim os olhos,
20 onde se deposita
  a parte do elefante
  mais fluida e permanente,
  alheia a toda fraude.
   
  Eis o meu pobre elefante
25 pronto para sair
  à procura de amigos
  num mundo enfastiado
  que já não crê em bichos
  e duvida das coisas.
30 Ei-lo, massa imponente
  e frágil, que se abana
  e move lentamente
  a pele costurada
  onde há flores de pano
35 e nuvens, alusões
  a um mundo mais poético
  onde o amor reagrupa
  as formas naturais.
   
  Vai o meu elefante
40 pela rua povoada,
  mas não o querem ver
  nem mesmo para rir
  da cauda que ameaça
  deixá-lo ir sozinho.
   
45 É todo graça, embora
  as pernas não ajudem
  e seu ventre balofo
  se arrisque a desabar
  ao mais leve empurrão.
50 Mostra com elegância
  sua mínima vida,
  e não há cidade
  alma que se disponha
  a recolher em si
55 desse corpo sensível
  a fugitiva imagem,
  o passo desastrado
  mas faminto e tocante.
  Mas faminto de seres
60 e situações patéticas,
  de encontros ao luar
  no mais profundo oceano,
  sob a raiz das árvores
  ou no seio das conchas,
65 de luzes que não cegam
  e brilham através
  dos troncos mais espessos.
  Esse passo que vai
  sem esmagar as plantas
70 no campo de batalha,
  à procura de sítios,
  segredos, episódios
  não contados em livro,
  de que apenas o vento,
75 as folhas, a formiga
  reconhecem o talhe,
  mas que os homens ignoram,
  pois só ousam mostrar-se
  sob a paz das cortinas
80 à pálpebra cerrada.
   
  E já tarde da noite
  volta meu elefante,
  mas volta fatigado,
  as patas vacilantes
85 se desmancham no pó.
  Ele não encontrou
  o de que carecia,
  o de que carecemos,
  eu e meu elefante,
90 em que amo disfarçar-me.
  Exausto de pesquisa,
  caiu-lhe o vasto engenho
  como simples papel.
  A cola se dissolve
95 e todo o seu conteúdo
  de perdão, de carícia,
  de pluma, de algodão,
  jorra sobre o tapete,
  qual mito desmontado.
100 Amanhã recomeço.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983.

A conjunção “mas” que se repete nas estrofes do texto 2 nos versos 41, 58, 59, 77 e 83

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Questão 33944

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE) 

Texto 2

O ELEFANTE

1 Fabrico um elefante
  de meus poucos recursos.
  Um tanto de madeira
  tirado a velhos móveis
5 talvez lhe dê apoio.
  E o encho de algodão,
  de paina, de doçura.
  A cola vai fixar
  suas orelhas pensas.
10 A tromba se enovela,
  é a parte mais feliz
  de sua arquitetura.
   
  Mas há também as presas,
  dessa matéria pura
15 que não sei figurar.
  Tão alva essa riqueza
  a espojar-se nos circos
  sem perda ou corrupção.
  E há por fim os olhos,
20 onde se deposita
  a parte do elefante
  mais fluida e permanente,
  alheia a toda fraude.
   
  Eis o meu pobre elefante
25 pronto para sair
  à procura de amigos
  num mundo enfastiado
  que já não crê em bichos
  e duvida das coisas.
30 Ei-lo, massa imponente
  e frágil, que se abana
  e move lentamente
  a pele costurada
  onde há flores de pano
35 e nuvens, alusões
  a um mundo mais poético
  onde o amor reagrupa
  as formas naturais.
   
  Vai o meu elefante
40 pela rua povoada,
  mas não o querem ver
  nem mesmo para rir
  da cauda que ameaça
  deixá-lo ir sozinho.
   
45 É todo graça, embora
  as pernas não ajudem
  e seu ventre balofo
  se arrisque a desabar
  ao mais leve empurrão.
50 Mostra com elegância
  sua mínima vida,
  e não há cidade
  alma que se disponha
  a recolher em si
55 desse corpo sensível
  a fugitiva imagem,
  o passo desastrado
  mas faminto e tocante.
  Mas faminto de seres
60 e situações patéticas,
  de encontros ao luar
  no mais profundo oceano,
  sob a raiz das árvores
  ou no seio das conchas,
65 de luzes que não cegam
  e brilham através
  dos troncos mais espessos.
  Esse passo que vai
  sem esmagar as plantas
70 no campo de batalha,
  à procura de sítios,
  segredos, episódios
  não contados em livro,
  de que apenas o vento,
75 as folhas, a formiga
  reconhecem o talhe,
  mas que os homens ignoram,
  pois só ousam mostrar-se
  sob a paz das cortinas
80 à pálpebra cerrada.
   
  E já tarde da noite
  volta meu elefante,
  mas volta fatigado,
  as patas vacilantes
85 se desmancham no pó.
  Ele não encontrou
  o de que carecia,
  o de que carecemos,
  eu e meu elefante,
90 em que amo disfarçar-me.
  Exausto de pesquisa,
  caiu-lhe o vasto engenho
  como simples papel.
  A cola se dissolve
95 e todo o seu conteúdo
  de perdão, de carícia,
  de pluma, de algodão,
  jorra sobre o tapete,
  qual mito desmontado.
100

Amanhã recomeço.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983.

No texto 2, considerando o elefante fabricado artesanalmente como uma alegoria para falar da arte, mandar o elefante à rua aponta para um desejo de

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Questão 33945

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE ) 

Texto 2

O ELEFANTE

1 Fabrico um elefante
  de meus poucos recursos.
  Um tanto de madeira
  tirado a velhos móveis
5 talvez lhe dê apoio.
  E o encho de algodão,
  de paina, de doçura.
  A cola vai fixar
  suas orelhas pensas.
10 A tromba se enovela,
  é a parte mais feliz
  de sua arquitetura.
   
  Mas há também as presas,
  dessa matéria pura
15 que não sei figurar.
  Tão alva essa riqueza
  a espojar-se nos circos
  sem perda ou corrupção.
  E há por fim os olhos,
20 onde se deposita
  a parte do elefante
  mais fluida e permanente,
  alheia a toda fraude.
   
  Eis o meu pobre elefante
25 pronto para sair
  à procura de amigos
  num mundo enfastiado
  que já não crê em bichos
  e duvida das coisas.
30 Ei-lo, massa imponente
  e frágil, que se abana
  e move lentamente
  a pele costurada
  onde há flores de pano
35 e nuvens, alusões
  a um mundo mais poético
  onde o amor reagrupa
  as formas naturais.
   
  Vai o meu elefante
40 pela rua povoada,
  mas não o querem ver
  nem mesmo para rir
  da cauda que ameaça
  deixá-lo ir sozinho.
   
45 É todo graça, embora
  as pernas não ajudem
  e seu ventre balofo
  se arrisque a desabar
  ao mais leve empurrão.
50 Mostra com elegância
  sua mínima vida,
  e não há cidade
  alma que se disponha
  a recolher em si
55 desse corpo sensível
  a fugitiva imagem,
  o passo desastrado
  mas faminto e tocante.
  Mas faminto de seres
60 e situações patéticas,
  de encontros ao luar
  no mais profundo oceano,
  sob a raiz das árvores
  ou no seio das conchas,
65 de luzes que não cegam
  e brilham através
  dos troncos mais espessos.
  Esse passo que vai
  sem esmagar as plantas
70 no campo de batalha,
  à procura de sítios,
  segredos, episódios
  não contados em livro,
  de que apenas o vento,
75 as folhas, a formiga
  reconhecem o talhe,
  mas que os homens ignoram,
  pois só ousam mostrar-se
  sob a paz das cortinas
80 à pálpebra cerrada.
   
  E já tarde da noite
  volta meu elefante,
  mas volta fatigado,
  as patas vacilantes
85 se desmancham no pó.
  Ele não encontrou
  o de que carecia,
  o de que carecemos,
  eu e meu elefante,
90 em que amo disfarçar-me.
  Exausto de pesquisa,
  caiu-lhe o vasto engenho
  como simples papel.
  A cola se dissolve
95 e todo o seu conteúdo
  de perdão, de carícia,
  de pluma, de algodão,
  jorra sobre o tapete,
  qual mito desmontado.
100

Amanhã recomeço.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983.

Considere os versos 95 a 98 do texto 2, transcritos aba

“e todo o seu conteúdo
de perdão, de carícia,
de pluma, de algodão,
jorra sobre o tapete,”

A figura de linguagem construída a partir de uma relação entre os campos semânticos evocados pelo título do poema e de seus versos acima destacados é a (o)

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Questão 33946

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE) 

Texto 4

FRANK WHITTLE AND THE INVENTION OF THE JET ENGINE:

SIX PLACES TO TRACE HIS GENIUS

        It was, in many ways, a very British sort of achievement. When the turbine began to spin on the “WU” – the prototype jet engine developed by the Coventry-born engineer Frank Whittle – it was a moment which changed the world. Had you been passing through the byways of Rugby, in Warwickshire, more than 80 years ago, you might even have heard it. A thrum of mechanics in sync, building and building, growing in intensity to become a roar; a giddy howl which would permanently alter the way we journey around our planet.
        And yet it might so easily not have happened. Whittle’s triumph – on April 12, 1937 – was garnered in the face of official indifference and scientific doubt, and was only pulled off by a merest financial hair’s breadth, with the Second World War crowding in on all sides.

( . . . )

        Here was a visionary who began fomenting his design for a jet engine as early as 1927, and patented it in 1930, yet had to swim against the current after seeing his idea pooh-poohed by the UK's Air Ministry – which, upon seeing the blueprint in 1929, deemed it “impracticable.”
        Undeterred, Whittle took his own path. In January 1936, he founded a private company, Power Jets Ltd, with aeronautical engineer Rolf Dudley Williams and retired RAF officer James Collingwood Tinling. With £2,000 of funding from O.T. Falk & Partners – an investment bank which was known for taking risks – the trio began converting what had been decried as fantasy into reality.
        That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward. The Air Ministry placed its first order for Whittle’s brainwave in January 1940. The first jet-powered British plane took off from RAF Cranwell, Lincolnshire, on May 15,1941. The rest is so much history.
        None of this occurred in isolation. The story of the jet engine can never be told without mentions of Maxime Guillaume, who secured a French patent for a jet engine with a gas turbine in 1921 (no prototype was ever produced as it was beyond the scope of existing technology), and of Hans Von Ohain, who beat Whittle to the punch by building the first fully operational jet engine in 1939 as Germany chased advantages in the global conflict.

( . . . )

RAF = Royal Air Force

LEADBEATER, C. Adaptado de Frank Whittle and the invention of the jet engine: Six places to trace his genius. In: The Telegraph. Disponível em:<https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united- kingdom/england/articles/frank-whittle-and-the-birth-of-the-jet-engine/>. Acesso em: 08/06/2018.

 

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Questão 33947

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE ) 

Texto 2

O ELEFANTE

1 Fabrico um elefante
  de meus poucos recursos.
  Um tanto de madeira
  tirado a velhos móveis
5 talvez lhe dê apoio.
  E o encho de algodão,
  de paina, de doçura.
  A cola vai fixar
  suas orelhas pensas.
10 A tromba se enovela,
  é a parte mais feliz
  de sua arquitetura.
   
  Mas há também as presas,
  dessa matéria pura
15 que não sei figurar.
  Tão alva essa riqueza
  a espojar-se nos circos
  sem perda ou corrupção.
  E há por fim os olhos,
20 onde se deposita
  a parte do elefante
  mais fluida e permanente,
  alheia a toda fraude.
   
  Eis o meu pobre elefante
25 pronto para sair
  à procura de amigos
  num mundo enfastiado
  que já não crê em bichos
  e duvida das coisas.
30 Ei-lo, massa imponente
  e frágil, que se abana
  e move lentamente
  a pele costurada
  onde há flores de pano
35 e nuvens, alusões
  a um mundo mais poético
  onde o amor reagrupa
  as formas naturais.
   
  Vai o meu elefante
40 pela rua povoada,
  mas não o querem ver
  nem mesmo para rir
  da cauda que ameaça
  deixá-lo ir sozinho.
   
45 É todo graça, embora
  as pernas não ajudem
  e seu ventre balofo
  se arrisque a desabar
  ao mais leve empurrão.
50 Mostra com elegância
  sua mínima vida,
  e não há cidade
  alma que se disponha
  a recolher em si
55 desse corpo sensível
  a fugitiva imagem,
  o passo desastrado
  mas faminto e tocante.
  Mas faminto de seres
60 e situações patéticas,
  de encontros ao luar
  no mais profundo oceano,
  sob a raiz das árvores
  ou no seio das conchas,
65 de luzes que não cegam
  e brilham através
  dos troncos mais espessos.
  Esse passo que vai
  sem esmagar as plantas
70 no campo de batalha,
  à procura de sítios,
  segredos, episódios
  não contados em livro,
  de que apenas o vento,
75 as folhas, a formiga
  reconhecem o talhe,
  mas que os homens ignoram,
  pois só ousam mostrar-se
  sob a paz das cortinas
80 à pálpebra cerrada.
   
  E já tarde da noite
  volta meu elefante,
  mas volta fatigado,
  as patas vacilantes
85 se desmancham no pó.
  Ele não encontrou
  o de que carecia,
  o de que carecemos,
  eu e meu elefante,
90 em que amo disfarçar-me.
  Exausto de pesquisa,
  caiu-lhe o vasto engenho
  como simples papel.
  A cola se dissolve
95 e todo o seu conteúdo
  de perdão, de carícia,
  de pluma, de algodão,
  jorra sobre o tapete,
  qual mito desmontado.
100

Amanhã recomeço.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983.

Observe os vocábulos destacados em negrito nos versos 39 a 44 do texto 2, transcritos abaixo:

“Vai o meu elefante
pela rua povoada,
mas não o querem ver
nem mesmo para rir
da cauda que ameaça
deixá-lo ir sozinho.”

Sobre esses vocábulos, de acordo com a gramática normativa, considere as seguintes afirmações:
I – o primeiro “o” é um artigo definido e o segundo é uma forma pronominal oblíqua, assim como a forma “lo” em “deixá-lo”.
II – a colocação do segundo “o” junto ao advérbio de negação aproxima-se do registro mais utilizado no português falado no Brasil.
III – “o” e “lo” nos versos “mas não o querem ver” e “deixá-lo ir sozinho” são formas pronominais que garantem a coesão referencial anafórica.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões)

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Questão 33948

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE ) 

Texto 2

O ELEFANTE

1 Fabrico um elefante
  de meus poucos recursos.
  Um tanto de madeira
  tirado a velhos móveis
5 talvez lhe dê apoio.
  E o encho de algodão,
  de paina, de doçura.
  A cola vai fixar
  suas orelhas pensas.
10 A tromba se enovela,
  é a parte mais feliz
  de sua arquitetura.
   
  Mas há também as presas,
  dessa matéria pura
15 que não sei figurar.
  Tão alva essa riqueza
  a espojar-se nos circos
  sem perda ou corrupção.
  E há por fim os olhos,
20 onde se deposita
  a parte do elefante
  mais fluida e permanente,
  alheia a toda fraude.
   
  Eis o meu pobre elefante
25 pronto para sair
  à procura de amigos
  num mundo enfastiado
  que já não crê em bichos
  e duvida das coisas.
30 Ei-lo, massa imponente
  e frágil, que se abana
  e move lentamente
  a pele costurada
  onde há flores de pano
35 e nuvens, alusões
  a um mundo mais poético
  onde o amor reagrupa
  as formas naturais.
   
  Vai o meu elefante
40 pela rua povoada,
  mas não o querem ver
  nem mesmo para rir
  da cauda que ameaça
  deixá-lo ir sozinho.
   
45 É todo graça, embora
  as pernas não ajudem
  e seu ventre balofo
  se arrisque a desabar
  ao mais leve empurrão.
50 Mostra com elegância
  sua mínima vida,
  e não há cidade
  alma que se disponha
  a recolher em si
55 desse corpo sensível
  a fugitiva imagem,
  o passo desastrado
  mas faminto e tocante.
  Mas faminto de seres
60 e situações patéticas,
  de encontros ao luar
  no mais profundo oceano,
  sob a raiz das árvores
  ou no seio das conchas,
65 de luzes que não cegam
  e brilham através
  dos troncos mais espessos.
  Esse passo que vai
  sem esmagar as plantas
70 no campo de batalha,
  à procura de sítios,
  segredos, episódios
  não contados em livro,
  de que apenas o vento,
75 as folhas, a formiga
  reconhecem o talhe,
  mas que os homens ignoram,
  pois só ousam mostrar-se
  sob a paz das cortinas
80 à pálpebra cerrada.
   
  E já tarde da noite
  volta meu elefante,
  mas volta fatigado,
  as patas vacilantes
85 se desmancham no pó.
  Ele não encontrou
  o de que carecia,
  o de que carecemos,
  eu e meu elefante,
90 em que amo disfarçar-me.
  Exausto de pesquisa,
  caiu-lhe o vasto engenho
  como simples papel.
  A cola se dissolve
95 e todo o seu conteúdo
  de perdão, de carícia,
  de pluma, de algodão,
  jorra sobre o tapete,
  qual mito desmontado.
100

Amanhã recomeço.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983.

O poema O elefante (texto 2)

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Questão 33949

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE) 

Texto 4

FRANK WHITTLE AND THE INVENTION OF THE JET ENGINE:

SIX PLACES TO TRACE HIS GENIUS

        It was, in many ways, a very British sort of achievement. When the turbine began to spin on the “WU” – the prototype jet engine developed by the Coventry-born engineer Frank Whittle – it was a moment which changed the world. Had you been passing through the byways of Rugby, in Warwickshire, more than 80 years ago, you might even have heard it. A thrum of mechanics in sync, building and building, growing in intensity to become a roar; a giddy howl which would permanently alter the way we journey around our planet.
        And yet it might so easily not have happened. Whittle’s triumph – on April 12, 1937 – was garnered in the face of official indifference and scientific doubt, and was only pulled off by a merest financial hair’s breadth, with the Second World War crowding in on all sides.

( . . . )

        Here was a visionary who began fomenting his design for a jet engine as early as 1927, and patented it in 1930, yet had to swim against the current after seeing his idea pooh-poohed by the UK's Air Ministry – which, upon seeing the blueprint in 1929, deemed it “impracticable.”
        Undeterred, Whittle took his own path. In January 1936, he founded a private company, Power Jets Ltd, with aeronautical engineer Rolf Dudley Williams and retired RAF officer James Collingwood Tinling. With £2,000 of funding from O.T. Falk & Partners – an investment bank which was known for taking risks – the trio began converting what had been decried as fantasy into reality.
        That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward. The Air Ministry placed its first order for Whittle’s brainwave in January 1940. The first jet-powered British plane took off from RAF Cranwell, Lincolnshire, on May 15,1941. The rest is so much history.
        None of this occurred in isolation. The story of the jet engine can never be told without mentions of Maxime Guillaume, who secured a French patent for a jet engine with a gas turbine in 1921 (no prototype was ever produced as it was beyond the scope of existing technology), and of Hans Von Ohain, who beat Whittle to the punch by building the first fully operational jet engine in 1939 as Germany chased advantages in the global conflict.

( . . . )

RAF = Royal Air Force

LEADBEATER, C. Adaptado de Frank Whittle and the invention of the jet engine: Six places to trace his genius. In: The Telegraph. Disponível em: <https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united- kingdom/england/articles/frank-whittle-and-the-birth-of-the-jet-engine/>. Acesso em: 08/06/2018.

 

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Questão 33950

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE ) 

Texto 1

BECOS DE GOIÁS

1 Beco da minha terra...
  Amo tua paisagem triste, ausente e suja.
  Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa.
  Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio.
5 E a réstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia,
  e semeia polmes dourados no teu lixo pobre,
  calçando de ouro a sandália velha,
  jogada no teu monturo.
   
  Amo a prantina silenciosa do teu fio de água,
10 descendo de quintais escusos
  sem pressa,
  e se sumindo depressa na brecha de um velho cano.
  Amo a avenca delicada que renasce
  na frincha de teus muros empenados,
15 e a plantinha desvalida, de caule mole
  que se defende, viceja e floresce
  no agasalho de tua sombra úmida e calada.
   
  Amo esses burros-de-lenha
  que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros,
20 secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados.
  Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra,
  no range-range das cangalhas.
   
  E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja.
  Sem infância, sem idade.
25 Franzino, maltrapilho,
  pequeno para ser homem,
  forte para ser criança.
  Ser indefeso, indefinido, que só se vê na minha cidade.
   
  Amo e canto com ternura
30 todo o errado da minha terra.
  Becos da minha terra,
  discriminados e humildes,
  lembrando passadas eras...
   
  Beco do Cisco.
35 Beco do Cotovelo.
  Beco do Antônio Gomes.
  Beco das Taquaras.
  Beco do Seminário.
  Bequinho da Escola.
40 Beco do Ouro Fino.
  Beco da Cachoeira Grande.
  Beco da Calabrote.
  Beco do Mingu.
  Beco da Vila Rica...
   
45 Conto a estória dos becos,
  dos becos da minha terra,
  suspeitos... mal afamados
  onde família de conceito não passava.
  “Lugar de gentinha” - diziam, virando a cara.
   
50 De gente do pote d’água.
  De gente de pé no chão.
  Becos de mulher perdida.
  Becos de mulheres da vida.
  Renegadas, confinadas
55 na sombra triste do beco.
  Quarto de porta e janela.
  Prostituta anemiada,
  solitária, hética, engalicada,
  tossindo, escarrando sangue
60 na umidade suja do beco.
   
  Becos mal assombrados.
  Becos de assombração...
  Altas horas, mortas horas...
  Capitão-mor - alma penada,
65 terror dos soldados, castigado nas armas.
  Capitão-mor, alma penada,
  num cavalo ferrado,
  chispando fogo,
  descendo e subindo o beco,
70 comandando o quadrado - feixe de varas...
  Arrastando espada, tinindo esporas...
  Mulher-dama. Mulheres da vida,
  perdidas,
  começavam em boas casas, depois,
75 baixavam pra o beco.
  Queriam alegria. Faziam bailaricos.
   Baile Sifilítico - era ele assim chamado.
  O delegado-chefe de Polícia - brabeza -
  dava em cima...
80 Mandava sem dó, na peia.
  No dia seguinte, coitadas,
  cabeça raspada a navalha,
  obrigadas a capinar o Largo do Chafariz,
  na frente da Cadeia.
   
85 Becos da minha terra...
  Becos de assombração.
  Românticos, pecaminosos...
  Têm poesia e têm drama.
  O drama da mulher da vida, antiga,
90 humilhada, malsinada.
  Meretriz venérea,
  desprezada, mesentérica, exangue.
  Cabeça raspada a navalha,
  castigada a palmatória,
95 capinando o largo,
  chorando. Golfando sangue.
   
  (ÚLTIMO ATO)
   
  Um irmão vicentino comparece.
  Traz uma entrada grátis do São Pedro de Alcântara.
100 Uma passagem de terceira no grande coletivo de São Vicente.
  Uma estação permanente de repouso - no aprazível São Miguel.
   
  Cai o pano.

CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. 21a ed. - São Paulo: Global Editora, 2006.

Sabe-se que o prefixo de negação “in”, na língua portuguesa, pode assumir diferentes formas, de acordo com a ocorrência dos fenômenos de assimilação e mesmo de dissimilação.

Assinale a opção em que o significado do prefixo “in” difere do sentido encontrado nas palavras “indefeso” e “indefinido” no verso abaixo transcrito:

“Ser indefeso, indefinido, que só se vê na minha cidade.” (texto 1, verso 28)

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Questão 33951

(IME - 2018/2019 - 2ª FASE) 

Texto 4

FRANK WHITTLE AND THE INVENTION OF THE JET ENGINE:

SIX PLACES TO TRACE HIS GENIUS

        It was, in many ways, a very British sort of achievement. When the turbine began to spin on the “WU” – the prototype jet engine developed by the Coventry-born engineer Frank Whittle – it was a moment which changed the world. Had you been passing through the byways of Rugby, in Warwickshire, more than 80 years ago, you might even have heard it. A thrum of mechanics in sync, building and building, growing in intensity to become a roar; a giddy howl which would permanently alter the way we journey around our planet.
        And yet it might so easily not have happened. Whittle’s triumph – on April 12, 1937 – was garnered in the face of official indifference and scientific doubt, and was only pulled off by a merest financial hair’s breadth, with the Second World War crowding in on all sides.

( . . . )

        Here was a visionary who began fomenting his design for a jet engine as early as 1927, and patented it in 1930, yet had to swim against the current after seeing his idea pooh-poohed by the UK's Air Ministry – which, upon seeing the blueprint in 1929, deemed it “impracticable.”
        Undeterred, Whittle took his own path. In January 1936, he founded a private company, Power Jets Ltd, with aeronautical engineer Rolf Dudley Williams and retired RAF officer James Collingwood Tinling. With £2,000 of funding from O.T. Falk & Partners – an investment bank which was known for taking risks – the trio began converting what had been decried as fantasy into reality.
        That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward. The Air Ministry placed its first order for Whittle’s brainwave in January 1940. The first jet-powered British plane took off from RAF Cranwell, Lincolnshire, on May 15,1941. The rest is so much history.
        None of this occurred in isolation. The story of the jet engine can never be told without mentions of Maxime Guillaume, who secured a French patent for a jet engine with a gas turbine in 1921 (no prototype was ever produced as it was beyond the scope of existing technology), and of Hans Von Ohain, who beat Whittle to the punch by building the first fully operational jet engine in 1939 as Germany chased advantages in the global conflict.

( . . . )

RAF = Royal Air Force

LEADBEATER, C. Adaptado de Frank Whittle and the invention of the jet engine: Six places to trace his genius. In: The Telegraph. Disponível em: <https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united- kingdom/england/articles/frank-whittle-and-the-birth-of-the-jet-engine/>. Acesso em: 08/06/2018.

 

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