FUVEST 2006

Questão 2812

(FUVEST - 2006 - 1ª FASE) 

Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:
⎯ E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
 ⎯ Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de idéia.
⎯ E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
⎯ Macabéa.
⎯ Maca ⎯ o quê?
⎯ Bea, foi ela obrigada a completar.
⎯ Me desculpe mas até parece doença, doença de pele. 
⎯ Eu também acho esquisito mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo ⎯ parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor ⎯ pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
⎯ Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:
⎯ Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas escorrendo.

Clarice Lispector, A hora da estrela.

No trecho "Sem nem ao menos SE DAREM AS MÃOS caminhavam na chuva", o segmento destacado pode ser corretamente substituído por: "Sem que nem ao menos se

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Questão 2854

(Pucsp 2006)

Alcântara Machado escreveu "Brás, Bexiga e Barra Funda", em 1927. A respeito dessa obra é INCORRETO afirmar que

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Questão 2855

(Pucsp 2006)

Considerando os poemas de "O Guardador de Rebanhos", que integram a obra poética de Alberto Caeiro, é correto afirmar que nela

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Questão 2856

(Pucsp 2006)

A afirmação de Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, "Sou o Descobridor da Natureza / Sou o Argonauta das sensações verdadeiras", disseminou-se, ao longo de seus poemas, em expansões exemplificadoras da relação do poeta com a natureza e as coisas. Indique a alternativa que não reflete tal relação.

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Questão 2857

(FUVEST - 2006 - 1 FASE )

Noite de S. João para além do muro do meu quintal.
Do lado de cá, eu sem noite de S. João.
Porque há S. João onde o festejam.
Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite,
Um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos.
E um grito casual de quem não sabe que eu existo.

(Alberto Caeiro, "Poesia".)

Considerando-se este poema no contexto das tendências dominantes da poesia de Caeiro, pode-se afirmar que, neste texto, o afastamento da festa de São João é vivido pelo eu-lírico como

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Questão 2858

(Pucsp 2006)

Aquela senhora tem um piano
Que é agradável mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...

Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.

Sobre o poema acima apresentado, de Alberto Caeiro, é INCORRETO dizer que: 

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Questão 2861

(FUVEST - 2006 - 1 FASE )

Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
(...)
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?

- Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente

Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa

Onde estão todos eles?
- Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.

(Manuel Bandeira, "Libertinagem".)

No conhecido poema de Bandeira, aqui parcialmente reproduzido, a experiência do afastamento da festa de São João

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Questão 2862

(Fgv 2006)

Leia o texto a seguir.
Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
- Desta vez, disse ele, vais para a Europa; vais cursar uma universidade, provavelmente Coimbra; quero-te para homem sério e não para arruador e gatuno. E como eu fizesse um gesto de espanto:
- Gatuno, sim senhor. Não é outra coisa um filho que me faz isto...
Sacou da algibeira os meus títulos de dívida, já resgatados por ele, e sacudiu-mos na cara. - Vês, peralta? é assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Pensas que eu e meus avós ganhamos o dinheiro em casas de jogo ou a vadiar pelas ruas? Pelintra! Desta vez ou tomas juízo, ou ficas sem coisa nenhuma.

Machado de Assis

Segundo muitos autores, a obra de que foi retirado esse excerto é considerada marca, no Brasil:

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Questão 2891

(PUCPR-2006)

A GENTE NAS CALÇADAS

- O ataúde que lhe preparam
é mais estreito que sua cela.
- Sepultura de sete palmos,
não se poderá andar nela.
- Como pôde existir imóvel
quem tem a cabeça inquieta?
- Não estranhará a sepultura
quem pôde existir nessa cela.
- Pôde ver o negro da morte
durante o tempo da cadeia.

O fragmento do "Auto do frade", de João Cabral de Melo Neto, demonstra alguns recursos comuns à poética do autor. Assinale a alternativa correta que os identifica:

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Questão 2918

(Pucrs 2006)  

 

TEXTO 1 

I. Os textos 1 e 3 apresentam uma situação concreta para fundamentar a tese de seus respectivos autores.

II. A linguagem do texto 2 distingue-o dos demais pelo tom coloquial e pela subjetividade.

III. Nos textos 1 e 3, os autores utilizam o discurso alheio como recurso argumentativo.

IV. Nos três textos, os autores comparam diferentes sociedades entre si.

Pela análise das afirmativas, é possível concluir que estão corretas apenas

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