ITA 2023

Questão 73537

(AFA - 2023)

 

TEXTO I

 

Carta

 

  Nela [terra], até agora, não pudemos saber que haja
  ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem
  lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim
  frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho,
5 porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
  As águas são muitas; infindas. E em tal maneira é
  graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo,
  por bem das águas que tem.
  Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me
10 parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a
  principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
  E que aí não houvesse mais que ter aqui esta
  pousada para esta navegação de Calecute, bastaria.
  Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que
15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.

 

(CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta”. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.)

 

TEXTO V

 

       O que mais a impressionou no passeio foi a miséria
  geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste,
  abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos
   roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres.
Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não
  eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele
  sapé sinistro /.../. Por que ao redor dessas casas não
  havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil,
  trabalho de horas? /.../ Mesmo nas fazendas, o espetáculo
10  não era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase
  sem o pomar olente e a horta suculenta. /.../ E todas essas
  questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de
  saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles
  párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome,
15  sorumbáticos!...
       /.../ aproveitou a ocasião para interrogar a respeito o
  tagarela Felizardo.
       Olga encontrou o camarada cá embaixo, cortando a
  machado as madeiras mais grossas; /.../ Ela lhe falou.
20       – Bons dias, sá dona.
       – Então trabalha-se muito, Felizardo?
       – O que se pode.
       /.../
       – É grande o sítio de você?   
25       – Tem alguma terra, sim senhora, sá dona.
       – Você por que não planta para você?
       – Quá, sá dona! O que é que a gente come?
       – O que plantar ou aquilo que a plantação der em dinheiro.
30       – Sá dona tá pensando uma coisa e a coisa é outra.
  Enquanto planta cresce, e então? Quá, sá dona, não é
  assim.
       /.../
       – Terra não é nossa... E frumiga?... Nós não tem
35  ferramenta... isso é bom pra italiano ou alamão, que
  governo dá tudo... governo não gosta de nós...
   

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: O Estado de São Paulo / Klick Editora, 1997, p. 97-98.)

 

 

Num trecho do texto V, Felizardo faz a seguinte afirmação: “– Sá dona tá pensando uma coisa e a coisa é outra”. (linha. 30). Considerando o trecho e todo o texto de Lima Barreto, assinale a alternativa INCORRETA.

Ver questão

Questão 73547

(AFA - 2023)

 

TEXTO V

 

       O que mais a impressionou no passeio foi a miséria
  geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste,
  abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos
   roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres.
Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não
  eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele
  sapé sinistro /.../. Por que ao redor dessas casas não
  havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil,
  trabalho de horas? /.../ Mesmo nas fazendas, o espetáculo
10  não era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase
  sem o pomar olente e a horta suculenta. /.../ E todas essas
  questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de
  saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles
  párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome,
15  sorumbáticos!...
       /.../ aproveitou a ocasião para interrogar a respeito o
  tagarela Felizardo.
       Olga encontrou o camarada cá embaixo, cortando a
  machado as madeiras mais grossas; /.../ Ela lhe falou.
20       – Bons dias, sá dona.
       – Então trabalha-se muito, Felizardo?
       – O que se pode.
       /.../
       – É grande o sítio de você?   
25       – Tem alguma terra, sim senhora, sá dona.
       – Você por que não planta para você?
       – Quá, sá dona! O que é que a gente come?
       – O que plantar ou aquilo que a plantação der em dinheiro.
30       – Sá dona tá pensando uma coisa e a coisa é outra.
  Enquanto planta cresce, e então? Quá, sá dona, não é
  assim.
       /.../
       – Terra não é nossa... E frumiga?... Nós não tem
35  ferramenta... isso é bom pra italiano ou alamão, que
  governo dá tudo... governo não gosta de nós...
   

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: O Estado de São Paulo / Klick Editora, 1997, p. 97-98.)

 

 

O emprego do advérbio “não”, em diversas passagens do Texto V, demarca carências de personagens que representam pessoas excluídas. Esse uso só NÃO se verifica na alternativa:

Ver questão

Questão 73549

(AFA - 2023)

 

TEXTO V

 

       O que mais a impressionou no passeio foi a miséria
  geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste,
  abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos
   roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres.
Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não
  eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele
  sapé sinistro /.../. Por que ao redor dessas casas não
  havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil,
  trabalho de horas? /.../ Mesmo nas fazendas, o espetáculo
10  não era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase
  sem o pomar olente e a horta suculenta. /.../ E todas essas
  questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de
  saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles
  párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome,
15  sorumbáticos!...
       /.../ aproveitou a ocasião para interrogar a respeito o
  tagarela Felizardo.
       Olga encontrou o camarada cá embaixo, cortando a
  machado as madeiras mais grossas; /.../ Ela lhe falou.
20       – Bons dias, sá dona.
       – Então trabalha-se muito, Felizardo?
       – O que se pode.
       /.../
       – É grande o sítio de você?   
25       – Tem alguma terra, sim senhora, sá dona.
       – Você por que não planta para você?
       – Quá, sá dona! O que é que a gente come?
       – O que plantar ou aquilo que a plantação der em dinheiro.
30       – Sá dona tá pensando uma coisa e a coisa é outra.
  Enquanto planta cresce, e então? Quá, sá dona, não é
  assim.
       /.../
       – Terra não é nossa... E frumiga?... Nós não tem
35  ferramenta... isso é bom pra italiano ou alamão, que
  governo dá tudo... governo não gosta de nós...
   

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: O Estado de São Paulo / Klick Editora, 1997, p. 97-98.)

 

 

Considere que um dos elementos de construção de sentido do Texto V concentra-se na oposição entre os personagens. Assinale a alternativa INCORRETA quanto à oposição entre Olga e Felizardo, respectivamente:

Ver questão

Questão 73551

(AFA - 2023)

 

TEXTO V

 

       O que mais a impressionou no passeio foi a miséria
  geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste,
  abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos
   roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres.
Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não
  eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele
  sapé sinistro /.../. Por que ao redor dessas casas não
  havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil,
  trabalho de horas? /.../ Mesmo nas fazendas, o espetáculo
10  não era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase
  sem o pomar olente e a horta suculenta. /.../ E todas essas
  questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de
  saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles
  párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome,
15  sorumbáticos!...
       /.../ aproveitou a ocasião para interrogar a respeito o
  tagarela Felizardo.
       Olga encontrou o camarada cá embaixo, cortando a
  machado as madeiras mais grossas; /.../ Ela lhe falou.
20       – Bons dias, sá dona.
       – Então trabalha-se muito, Felizardo?
       – O que se pode.
       /.../
       – É grande o sítio de você?   
25       – Tem alguma terra, sim senhora, sá dona.
       – Você por que não planta para você?
       – Quá, sá dona! O que é que a gente come?
       – O que plantar ou aquilo que a plantação der em dinheiro.
30       – Sá dona tá pensando uma coisa e a coisa é outra.
  Enquanto planta cresce, e então? Quá, sá dona, não é
  assim.
       /.../
       – Terra não é nossa... E frumiga?... Nós não tem
35  ferramenta... isso é bom pra italiano ou alamão, que
  governo dá tudo... governo não gosta de nós...
   

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: O Estado de São Paulo / Klick Editora, 1997, p. 97-98.)

 

 

Considerando os recursos de organização da narrativa do Texto V, julgue cada afirmativa a seguir como Verdadeira (V) ou Falsa (F).

 

(  ) O emprego do discurso direto permite ao narrador inserir no texto marcas típicas da linguagem coloquial do personagem Felizardo.

(  ) As três sentenças interrogativas do 1º parágrafo demonstram o emprego do discurso indireto livre na narrativa.

(  ) O emprego do advérbio “cá” (linha. 18) demonstra que o narrador, mesmo sendo observador, faz-se presente na cena narrada no texto.

 

A partir da análise das afirmativas, é correto concluir que

Ver questão

Questão 73571

(AFA - 2023)

 

TEXTO VI

 

O que faz o brasil, Brasil?

A questão da identidade

 

  Devo começar explicando o meu enigmático título.
  É que será preciso estabelecer uma distinção radical entre
  um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo
  de madeira de lei ou de uma feitoria interessada em
explorar uma terra como outra qualquer, e o Brasil que
  designa um povo, uma nação, um conjunto de valores,
  escolhas e ideias de vida. O “brasil” com o b minúsculo é
  apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação
  interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor
10  condição de se reproduzir como sistema; /.../ Mas o Brasil
  com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país,
  cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos
  internacionalmente, e, também casa, pedaço de chão
  calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e
15  consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação
  especial, única, totalmente sagrada. /.../ Sociedade onde
  pessoas seguem certos valores e julgam as ações
  humanas dentro de um padrão somente seu. Não se trata
  mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de
20  autorreflexão e consciência: algo que se soma e se alarga
  para o futuro e para o passado, num movimento próprio
  que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser parte
  conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso
  espírito. Como um Deus que está em todos os lugares e
25 em nenhum, mas que também precisa dos homens para
  que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que
  haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no
  entanto – tal como acontece com as divindades –, será
  preciso produzir e provocar a sua manifestação para que
30  se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso
  contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que
  se respira, e dela não se teria consciência a não ser pela
  comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas
  de suas manifestações mais contundentes.

(DaMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-13)

 

 

As oposições entre brasil e Brasil presentes no texto VI podem ser expressas, respectivamente, pelos seguintes pares de termos/expressões, EXCETO:

Ver questão

Questão 73584

(AFA - 2023)

 

TEXTO I

 

Carta

 

  Nela [terra], até agora, não pudemos saber que haja
  ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem
  lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim
  frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho,
5 porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
  As águas são muitas; infindas. E em tal maneira é
  graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo,
  por bem das águas que tem.
  Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me
10 parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a
  principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
  E que aí não houvesse mais que ter aqui esta
  pousada para esta navegação de Calecute, bastaria.
  Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que
15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.

 

(CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta”. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.)

 

 

TEXTO II

 

Canção do exílio

 

(Gonçalves Dias)

  Minha terra tem palmeiras
  Onde canta o Sabiá;
  As aves, que aqui gorjeiam,
4 Não gorjeiam como lá.
   
  Nosso céu tem mais estrelas,
  Nossas várzeas têm mais flores,
  Nossos bosques têm mais vida
8 Nossa vida mais amores.
   
  Em cismar, sozinho, à noite,
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras
12 Onde canta o Sabiá.
   
  Minha terra tem primores,
  Que tais não encontro eu cá;
  Em cismar – sozinho, à noite –
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras,
18 Onde canta o Sabiá.
   
  Não permita Deus que eu morra
  Sem que eu volte para lá;
  Sem que desfrute os primores
  Que não encontro por cá;
  Sem qu’inda aviste as palmeiras,
24 Onde canta o Sabiá.

 

Coimbra, julho de 1843

 

(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira – antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)

 

 

TEXTO III

 

A Pátria

 

 

  Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
  Criança! não verás nenhum país como este!
  Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
  A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
5 É um seio de mãe a transbordar carinhos.
  Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
  Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
  Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
 

 

  Boa terra! jamais negou a quem trabalha
  o pão que mata a fome, o teto que agasalha...
 

 

  Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
  Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
 

 

15 Criança! não verás país nenhum como este:
  Imita na grandeza a terra em que nasceste!

(BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, São Paulo: Francisco Alves & Cia,1904, p. 114-115.)

 

 

TEXTO IV

 

Canção do expedicionário

(Guilherme de Almeida)

  Você sabe de onde eu venho?
  Venho do morro, do Engenho,
  Das selvas, dos cafezais,
  Da boa terra do coco,
5 Da choupana onde um é pouco
  Dois é bom, três é demais,
  Venho das praias sedosas,
  Das montanhas alterosas,
  Dos pampas, do seringal,
10 Das margens crespas dos rios,
  Dos verdes mares bravios
  Da minha terra natal.
   
  Por mais terras que eu percorra,
  Não permita Deus que eu morra
15 Sem que volte para lá;
  Sem que leve por divisa
  Esse “V” que simboliza
  A vitória que virá:
  Nossa vitória final,
20 Que é a mira do meu fuzil,
  A ração do meu bornal,
  A água do meu cantil,
  As asas do meu ideal,
  A glória do meu Brasil.
   
25 Você sabe de onde eu venho? 
  É de uma Pátria que eu tenho
  No bojo do meu violão;
  Que de viver em meu peito
  Foi até tomando jeito
30 De um enorme coração. 
  Deixei lá atrás meu terreiro,
  Meu limão, meu limoeiro,
  Meu pé de jacarandá,
  Minha casa pequenina
35 Lá no alto da colina
  Onde canta o sabiá.
   /.../

 

(POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educação e Cultura. Disponível em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.)

 

TEXTO VI

 

O que faz o brasil, Brasil?

A questão da identidade

 

  Devo começar explicando o meu enigmático título.
  É que será preciso estabelecer uma distinção radical entre
  um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo
  de madeira de lei ou de uma feitoria interessada em
explorar uma terra como outra qualquer, e o Brasil que
  designa um povo, uma nação, um conjunto de valores,
  escolhas e ideias de vida. O “brasil” com o b minúsculo é
  apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação
  interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor
10  condição de se reproduzir como sistema; /.../ Mas o Brasil
  com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país,
  cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos
  internacionalmente, e, também casa, pedaço de chão
  calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e
15  consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação
  especial, única, totalmente sagrada. /.../ Sociedade onde
  pessoas seguem certos valores e julgam as ações
  humanas dentro de um padrão somente seu. Não se trata
  mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de
20  autorreflexão e consciência: algo que se soma e se alarga
  para o futuro e para o passado, num movimento próprio
  que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser parte
  conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso
  espírito. Como um Deus que está em todos os lugares e
25 em nenhum, mas que também precisa dos homens para
  que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que
  haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no
  entanto – tal como acontece com as divindades –, será
  preciso produzir e provocar a sua manifestação para que
30  se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso
  contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que
  se respira, e dela não se teria consciência a não ser pela
  comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas
  de suas manifestações mais contundentes.

(DaMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-13)

 

 

O “Brasil com B maiúsculo”, no Texto VI, é definido como “pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada.” (linha. 13 a 16). Essa concepção de Brasil está presente na mensagem dos seguintes textos presentes nesta prova, EXCETO na(o)

Ver questão

Questão 73601

(AFA - 2023)

 

Directions: Look at the chart in Text I. Read the transcript and answer questions 01 and 02 accordingly.

 

 

(Adapted from https://www.ipsos.com/en-uk/. Accessed on March 28, 2022.)

 

Transcript:

Q: To what extent, if at all, do you feel that your generation will have had a better or worse life than your parent’s generation, or will it be about the same?

Key: Better

        Total

        Great Britain

 

 

Mark the option in which the information DISAGREES with the chart.

Ver questão

Questão 73603

(AFA - 2023)

 

Directions: Look at the chart in Text I. Read the transcript and answer questions 01 and 02 accordingly.

 

 

(Adapted from https://www.ipsos.com/en-uk/. Accessed on March 28, 2022.)

 

Transcript:

Q: To what extent, if at all, do you feel that your generation will have had a better or worse life than your parent’s generation, or will it be about the same?

Key: Better

        Total

        Great Britain

 

 

The verb tense used in your generation will have had a better or worse life

Ver questão

Questão 73680

(AFA - 2023)

 

Directions: Read Text II and answer question 03 accordingly.

 

TEXT II

 

  It was the best of times, it was the worst of times, it
  was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it
  was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it
  was the season of Light, it was the season of Darkness, it
was the spring of hope, it was the winter of despair, we
  had everything before us, we had nothing before us, we
  were all going direct to Heaven, we were all going the
  other way – in short, the period was so far like the present
  period, that some of its noisiest authorities insisted on its
10  being received, for good or for evil, in the superlative
  degree of comparison only.

 

(DICKENS, Charles. A Tale of Two Cities. Penguin Books, 1994.)

 

The extract above

Ver questão

Questão 73681

(AFA - 2023)

 

Directions: Read Text III and answer question 04 and 05 accordingly.

 

TEXT III

          Franval who lived in Paris, where he was born,
  possessed, along with an income of 400,000 livres, the
  finest figure, the most pleasant face and the most varied
  talents; but beneath this attractive exterior lay hidden
5   every vice, and unfortunately those of which the adoption
  and habitual indulgence lead so rapidly to crime. An
  imagination more unbridled than anything one can depict
  was Franval’s prime defect; men of this kind do not mend
  their ways, the decline of power makes them worse; the
10  less they do, the more they undertake; the less they
  achieve, the more they invent; each age brings new ideas,
  and satiety, far from cooling their ardour, only prepares
  the way for more fatal refinements.

 

(SADE, Marquis de. The Gothic Tales of the Marquis de Sade. 2000.)

 

Franval possesses the following feature(s), EXCEPT

Ver questão