(FUVEST - 2010 - 1 FASE )
Inimigo da riqueza e do trabalho, amigo das festas, da música, do corpo das cabrochas. Malandro. Armador de fuzuês. Jogador de capoeira navalhista, ladrão quando se fizer preciso.
Jorge Amado, Capitães de areia.
O tipo cujo perfil se traça, em linhas gerais, neste excerto, aparece em romances como Memórias de um sargento de milícias, O cortiço, além de Capitães de areia. Essa recorrência indica que
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(FUVEST - 2010 - 1 FASE )
[José Dias] Teve um pequeno legado no testamento, uma apólice e quatro palavras de louvor. Copiou as palavras, encaixilhou-as e pendurou-as no quarto, por cima da cama. “Esta é a melhor apólice”, dizia ele muita vez. Com o tempo, adquiriu certa autoridade na família, certa audiência, ao menos; não abusava, e sabia opinar obedecendo. Ao cabo, era amigo, não direi ótimo, mas nem tudo é ótimo neste mundo. E não lhe suponhas alma subalterna; as cortesias que fizesse vinham antes do cálculo que da índole. A roupa durava-lhe muito; ao contrário das pessoas que enxovalham depressa o vestido novo, ele trazia o velho escovado e liso, cerzido, abotoado, de uma elegância pobre e modesta. Era lido, posto que de atropelo, o bastante para divertir ao serão e à sobremesa, ou explicar algum fenômeno, falar dos efeitos do calor e do frio, dos polos e de Robespierre. Contava muita vez uma viagem que fizera à Europa, e confessava que a não sermos nós, já teria voltado para lá; tinha amigos em Lisboa, mas a nossa família, dizia ele, abaixo de Deus, era tudo.
Machado de Assis, Dom Casmurro.
No texto, o narrador diz que José Dias “sabia opinar obedecendo”. Considerada no contexto da obra, essa característica da personagem é motivada, principalmente, pelo fato de José Dias ser
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(UERJ/2010)
Para melhor compreensão da tira, o leitor precisa reconhecer alguns elementos implícitos. O fragmento que torna mais evidente essa necessidade é:
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(Insper/2010) Considere a tirinha abaixo. Da leitura da tira, pode-se depreender que:
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(FUVEST - 2010 - 1 FASE )
Há 1,5 milhão de anos, ancestrais do homem moderno deixaram pegadas quando atravessaram um campo lamacento nas proximidades do Ileret, no norte do Quênia. Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu essas marcas recentemente e mostrou que elas são muito parecidas com as do “Homo sapiens”: o arco do pé é alongado, os dedos são curtos, arqueados e alinhados. Também, o tamanho, a profundidade das pegadas e o espaçamento entre elas refletem a altura, o peso e o modo de caminhar atual. Anteriormente, houve outras descobertas arqueológicas, como, por exemplo, as feitas na Tanzânia, em 1978, que revelaram pegadas de 3,7 milhões de anos, mas com uma anatomia semelhante à de macacos. Os pesquisadores acreditam que as marcas recém-descobertas pertenceram ao “Homo erectus”.
Revista FAPESP, nº 157, março de 2009. Adaptado.
No trecho “semelhante à de macacos”, fica subentendida uma palavra já empregada na mesma frase. Um recurso linguístico desse tipo também está presente no trecho assinalado em:
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(FGV - 2010)
Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto seus níveis de consumo crescem mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo, elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor .(...)
Segundo o estudo do WWF, o colapso ambiental pode custar ao mundo US 4,5 trilhões por ano em reparações. E, apesar das promessas de que o crescimento do PIB reduziria a pobreza, as desigualdades econômicas se mantêm: a cada US% 160 milhões produzidos no mundo, só US 0,60 chega efetivamente aos mais pobres.
“O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o crescimento constante. A terra é finita e a economia clássica sempre
ignorou essa verdade”, afirma o ecoeconomista Hugo Penteado,autor do livro Ecoeconomia – Uma nova Abordagem. (...)
Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir – ou “biomimetizar” – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve caminhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais.
“A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê respostas a questões como geração de empregos, desenvolvimento com qualidade até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também produzir em ciclos fechados, sem desperdício”, afirma Paulo Durval Branco, professor
da Escola de Conservação Ambiental e Sustentabilidade.
Segundo Branco, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócios. O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras. “Mesmo nas companhias que são consideradas vanguarda em sustentabilidade, essas questões não estão sendo observadas. O paradigma vigente é crescer, conquistar mais consumidores, elevar o lucro do acionista.”– afirma Branco.
O Estado de S.Paulo, 15.05.2009. Adaptado.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas das frases.
– São pouquíssimas as empresas que se propõem ______ fazer mudanças significativas.
– Os níveis de consumo excedem ______ capacidade de regeneração dos sistemas naturais.
– Embora as empresas venham fazendo alusões ______ palavra sustentabilidade...
(UEL - 2010/ Adaptada)
As condições de bem-estar e de comodidade nos grandes centros urbanos são reconhecidamente precárias por causa, sobretudo, da densa concentração de habitantes num espaço que não foi planejado para alojá-los.
Com isso, praticamente todos os polos das estruturas urbanas ficam afetados: o trânsito é lento; os transportes coletivos, insuficientes; os estabelecimentos de prestação de serviços, ineficazes.
Um exemplo disso é São Paulo, às sete da noite. O trânsito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta de mesas.
Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. De repente, uma escuridão total cai sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Os veículos acendem os faróis altos, insuficientes para substituir a iluminação anterior. Em pouco tempo, as ruas ficam desertas, o medo paira no ar...
Tomando como exemplo o trecho “Um exemplo disso é São Paulo, às sete da noite”, em relação ao uso da crase em língua portuguesa, é correto afirmar:
I. Usa-se crase quando há contração da preposição “a” com artigo definido feminino “a”.
II. Seu uso será facultativo na indicação de horas e nas locuções adverbiais femininas.
III. Não se usa crase antes de verbos e de pronomes pessoais do caso oblíquo.
IV. Usa-se crase nas locuções formadas de elementos repetidos.
Assinale a alternativa correta.
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(FUVEST - 2010 - 1 FASE )
Em qual destas frases a vírgula foi empregada para marcar a omissão do verbo?
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(UEL - 2010)
Ambiciosa
Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar...
Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar...
– Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!
Minha alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!
O amor dum homem? – Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada ...
Um homem? – Quando eu sonho o amor de um Deus! ...
(Adaptado de: ESPANCA, F. Sonetos. São Paulo: Martin Claret, 2007. p.78.)
Com base no poema, considere as afirmativas a seguir:
I.A elevação do eu lírico acima da mediocridade das pessoas comuns revela a harmonia com a natureza e com a sociedade.
II.O erotismo do eu lírico feminino se materializa em um interlocutor com quem pode sentir-se plenamente realizada.
III. O desejo por um “outro”, sublimado e inatingível, revela a insatisfação do eu lírico diante da ausência de um amor pleno.
IV.A intensidade do conflito íntimo do eu lírico é percebida quando ele expõe seu desejo amoroso.
Assinale a alternativa correta
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