ITA 2023

Questão 73489

QUESTÃO ANULADA!

(AFA - 2023)

 

TEXTO I

 

Carta

  Nela [terra], até agora, não pudemos saber que haja
  ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem
  lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim
  frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho,
5 porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
  As águas são muitas; infindas. E em tal maneira é
  graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo,
  por bem das águas que tem.
  Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me
10 parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a
  principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
  E que aí não houvesse mais que ter aqui esta
  pousada para esta navegação de Calecute, bastaria.
  Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que
15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.

 

(CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta”. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.)

 

 

Quanto às percepções de Caminha e do destinatário da carta, sobre a terra, é correto afirmar que

 

a) o destinatário espera informações sobre ouro, prata e outros metais. Caminha vê a terra pela qualidade dos ares e da água.

b) ambos estão preocupados em povoar a terra nova, mas sem se concentrar na agricultura e na extração de ouro e pedras preciosas.

c) a terra para o destinatário vale principalmente por ser um campo aberto para a propagação da religião de Portugal.

d) Caminha busca o ouro e a prata, ao passo que o destinatário se concentra na religião e nas águas abundantes da terra nova

 

QUESTÃO ANULADA!

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Questão 73490

(AFA - 2023)

 

TEXTO I

 

Carta

 

  Nela [terra], até agora, não pudemos saber que haja
  ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem
  lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim
  frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho,
5 porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
  As águas são muitas; infindas. E em tal maneira é
  graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo,
  por bem das águas que tem.
  Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me
10 parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a
  principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
  E que aí não houvesse mais que ter aqui esta
  pousada para esta navegação de Calecute, bastaria.
  Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que
15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.

(CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta”. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.)

 

Assinale a alternativa INCORRETA sobre o trecho da “Carta” de Pero Vaz de Caminha:

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Questão 73491

(AFA - 2023)

 

TEXTO II

 

Canção do exílio

 

(Gonçalves Dias)

  Minha terra tem palmeiras
  Onde canta o Sabiá;
  As aves, que aqui gorjeiam,
4 Não gorjeiam como lá.
   
  Nosso céu tem mais estrelas,
  Nossas várzeas têm mais flores,
  Nossos bosques têm mais vida
8 Nossa vida mais amores.
   
  Em cismar, sozinho, à noite,
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras
12 Onde canta o Sabiá.
   
  Minha terra tem primores,
  Que tais não encontro eu cá;
  Em cismar – sozinho, à noite –
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras,
18 Onde canta o Sabiá.
   
  Não permita Deus que eu morra
  Sem que eu volte para lá;
  Sem que desfrute os primores
  Que não encontro por cá;
  Sem qu’inda aviste as palmeiras,
24 Onde canta o Sabiá.

 

Coimbra, julho de 1843

 

(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira – antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)

 

 

Sobre os recursos estilísticos presentes na construção do Texto II, assinale a alternativa INCORRETA.

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Questão 73492

(AFA - 2023)

 

TEXTO II

 

Canção do exílio

 

(Gonçalves Dias)

  Minha terra tem palmeiras
  Onde canta o Sabiá;
  As aves, que aqui gorjeiam,
4 Não gorjeiam como lá.
   
  Nosso céu tem mais estrelas,
  Nossas várzeas têm mais flores,
  Nossos bosques têm mais vida
8 Nossa vida mais amores.
   
  Em cismar, sozinho, à noite,
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras
12 Onde canta o Sabiá.
   
  Minha terra tem primores,
  Que tais não encontro eu cá;
  Em cismar – sozinho, à noite –
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras,
18 Onde canta o Sabiá.
   
  Não permita Deus que eu morra
  Sem que eu volte para lá;
  Sem que desfrute os primores
  Que não encontro por cá;
  Sem qu’inda aviste as palmeiras,
24 Onde canta o Sabiá.

 

Coimbra, julho de 1843

 

(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira – antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)

 

 

Gonçalves Dias é um profundo conhecedor da língua brasileira, sabendo usá-la com grande proveito poético. Considerando esse fato, assinale a alternativa correta quanto à composição da primeira estrofe da “Canção do exílio”.

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Questão 73493

(AFA - 2023)

 

TEXTO III

 

A Pátria

 

 

  Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
  Criança! não verás nenhum país como este!
  Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
  A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
5 É um seio de mãe a transbordar carinhos.
  Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
  Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
  Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
 

 

  Boa terra! jamais negou a quem trabalha
  o pão que mata a fome, o teto que agasalha...
 

 

  Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
  Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
 

 

15 Criança! não verás país nenhum como este:
  Imita na grandeza a terra em que nasceste!

(BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, São Paulo: Francisco Alves & Cia,1904, p. 114-115.)

 

O poema “A Pátria”, de Olavo Bilac, está inserido no livro Poesias infantis, publicado em 1904. No prefácio daquela publicação, consta o seguinte trecho:

 

O autor deste livro destinado às escolas primárias do Brasil não quis fazer uma obra de arte: quis dar às crianças alguns versos simples e naturais, sem dificuldade de linguagem e métrica, mas, ao mesmo tempo, sem a exagerada futilidade com que costumam ser feitos os livros do mesmo gênero /.../

O que o autor deseja é que se reconheça neste pequeno volume, não o trabalho de um artista, mas a boa vontade com que um brasileiro quis contribuir para a educação moral das crianças do seu país.

 

Considerando esse trecho do prefácio e o poema “A Pátria”, assinale a alternativa correta.

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Questão 73494

(AFA - 2023)

 

TEXTO III

 

A Pátria

 

 

  Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
  Criança! não verás nenhum país como este!
  Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
  A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
5 É um seio de mãe a transbordar carinhos.
  Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
  Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
  Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
 

 

  Boa terra! jamais negou a quem trabalha
  o pão que mata a fome, o teto que agasalha...
 

 

  Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
  Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
 

 

15 Criança! não verás país nenhum como este:
  Imita na grandeza a terra em que nasceste!

(BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, São Paulo: Francisco Alves & Cia,1904, p. 114-115.)

 

Assinale a alternativa correta referente ao poema “A Pátria”, de Olavo Bilac:

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Questão 73496

(AFA - 2023)

TEXTO I

 

Carta

  Nela [terra], até agora, não pudemos saber que haja
  ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem
  lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim
  frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho,
5 porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
  As águas são muitas; infindas. E em tal maneira é
  graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo,
  por bem das águas que tem.
  Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me
10 parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a
  principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
  E que aí não houvesse mais que ter aqui esta
  pousada para esta navegação de Calecute, bastaria.
  Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que
15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.

(CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta”. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.)

 

TEXTO II

 

Canção do exílio

 

(Gonçalves Dias)

  Minha terra tem palmeiras
  Onde canta o Sabiá;
  As aves, que aqui gorjeiam,
4 Não gorjeiam como lá.
   
  Nosso céu tem mais estrelas,
  Nossas várzeas têm mais flores,
  Nossos bosques têm mais vida
8 Nossa vida mais amores.
   
  Em cismar, sozinho, à noite,
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras
12 Onde canta o Sabiá.
   
  Minha terra tem primores,
  Que tais não encontro eu cá;
  Em cismar – sozinho, à noite –
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras,
18 Onde canta o Sabiá.
   
  Não permita Deus que eu morra
  Sem que eu volte para lá;
  Sem que desfrute os primores
  Que não encontro por cá;
  Sem qu’inda aviste as palmeiras,
24 Onde canta o Sabiá.

 

Coimbra, julho de 1843

(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira – antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)

 

TEXTO III

 

A Pátria

 

 

  Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
  Criança! não verás nenhum país como este!
  Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
  A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
5 É um seio de mãe a transbordar carinhos.
  Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
  Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
  Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
 

 

  Boa terra! jamais negou a quem trabalha
  o pão que mata a fome, o teto que agasalha...
 

 

  Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
  Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
 

 

15 Criança! não verás país nenhum como este:
  Imita na grandeza a terra em que nasceste!

(BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, São Paulo: Francisco Alves & Cia,1904, p. 114-115.)

 

 

Comparando os textos I, II e III, julgue como Verdadeira (V) ou Falsa (F) cada assertiva a seguir, considerando os recursos linguísticos empregados com a finalidade de demarcar no espaço a posição do emissor da mensagem.

 

( ) O advérbio “lá” (Texto I, linha. 5 / Texto II, v. 4) indica que os locutores de ambos os textos estão no mesmo espaço geográfico.

( ) O advérbio “aqui” (Texto I, linha. 12 / Texto II, v. 3 / Texto III, v. 4) refere-se ao mesmo espaço geográfico em todos os textos.

( ) O pronome demonstrativo “este” (Texto III, v.2) refere-se ao mesmo lugar que os advérbios “aqui” (Texto I, linha. 12) e “lá” (Texto II, v.4).

 

A partir da análise das afirmativas, é correto concluir que

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Questão 73509

(AFA - 2023)

 

TEXTO IV

 

Canção do expedicionário

(Guilherme de Almeida)

  Você sabe de onde eu venho?
  Venho do morro, do Engenho,
  Das selvas, dos cafezais,
  Da boa terra do coco,
5 Da choupana onde um é pouco
  Dois é bom, três é demais,
  Venho das praias sedosas,
  Das montanhas alterosas,
  Dos pampas, do seringal,
10 Das margens crespas dos rios,
  Dos verdes mares bravios
  Da minha terra natal.
   
  Por mais terras que eu percorra,
  Não permita Deus que eu morra
15 Sem que volte para lá;
  Sem que leve por divisa
  Esse “V” que simboliza
  A vitória que virá:
  Nossa vitória final,
20 Que é a mira do meu fuzil,
  A ração do meu bornal,
  A água do meu cantil,
  As asas do meu ideal,
  A glória do meu Brasil.
   
25 Você sabe de onde eu venho? 
  É de uma Pátria que eu tenho
  No bojo do meu violão;
  Que de viver em meu peito
  Foi até tomando jeito
30 De um enorme coração. 
  Deixei lá atrás meu terreiro,
  Meu limão, meu limoeiro,
  Meu pé de jacarandá,
  Minha casa pequenina
35 Lá no alto da colina
  Onde canta o sabiá.
   /.../

 

(POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educação e Cultura. Disponível em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.)

 

 

A descrição do espaço geográfico na “Canção do expedicionário” é mais abrangente em relação à “Canção do exílio”. É o que se comprova na estrofe:

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Questão 73515

(AFA - 2023)

TEXTO II

 

Canção do exílio

(Gonçalves Dias)

  Minha terra tem palmeiras
  Onde canta o Sabiá;
  As aves, que aqui gorjeiam,
4 Não gorjeiam como lá.
   
  Nosso céu tem mais estrelas,
  Nossas várzeas têm mais flores,
  Nossos bosques têm mais vida
8 Nossa vida mais amores.
   
  Em cismar, sozinho, à noite,
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras
12 Onde canta o Sabiá.
   
  Minha terra tem primores,
  Que tais não encontro eu cá;
  Em cismar – sozinho, à noite –
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras,
18 Onde canta o Sabiá.
   
  Não permita Deus que eu morra
  Sem que eu volte para lá;
  Sem que desfrute os primores
  Que não encontro por cá;
  Sem qu’inda aviste as palmeiras,
24 Onde canta o Sabiá.

 

Coimbra, julho de 1843

(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira – antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)

 

TEXTO IV

 

Canção do expedicionário

(Guilherme de Almeida)

  Você sabe de onde eu venho?
  Venho do morro, do Engenho,
  Das selvas, dos cafezais,
  Da boa terra do coco,
5 Da choupana onde um é pouco
  Dois é bom, três é demais,
  Venho das praias sedosas,
  Das montanhas alterosas,
  Dos pampas, do seringal,
10 Das margens crespas dos rios,
  Dos verdes mares bravios
  Da minha terra natal.
   
  Por mais terras que eu percorra,
  Não permita Deus que eu morra
15 Sem que volte para lá;
  Sem que leve por divisa
  Esse “V” que simboliza
  A vitória que virá:
  Nossa vitória final,
20 Que é a mira do meu fuzil,
  A ração do meu bornal,
  A água do meu cantil,
  As asas do meu ideal,
  A glória do meu Brasil.
   
25 Você sabe de onde eu venho? 
  É de uma Pátria que eu tenho
  No bojo do meu violão;
  Que de viver em meu peito
  Foi até tomando jeito
30 De um enorme coração. 
  Deixei lá atrás meu terreiro,
  Meu limão, meu limoeiro,
  Meu pé de jacarandá,
  Minha casa pequenina
35 Lá no alto da colina
  Onde canta o sabiá.
   /.../

 

(POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educação e Cultura. Disponível em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.)

 

 

A primeira estrofe da “Canção do exílio” estabelece um diálogo mais específico com a seguinte estrofe da “Canção do expedicionário”:

Ver questão

Questão 73526

(AFA - 2023)

TEXTO I

Carta

 

  Nela [terra], até agora, não pudemos saber que haja
  ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem
  lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim
  frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho,
5 porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
  As águas são muitas; infindas. E em tal maneira é
  graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo,
  por bem das águas que tem.
  Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me
10 parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a
  principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
  E que aí não houvesse mais que ter aqui esta
  pousada para esta navegação de Calecute, bastaria.
  Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que
15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.

 

(CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta”. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.)

 

TEXTO II

Canção do exílio

 

(Gonçalves Dias)

  Minha terra tem palmeiras
  Onde canta o Sabiá;
  As aves, que aqui gorjeiam,
4 Não gorjeiam como lá.
   
  Nosso céu tem mais estrelas,
  Nossas várzeas têm mais flores,
  Nossos bosques têm mais vida
8 Nossa vida mais amores.
   
  Em cismar, sozinho, à noite,
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras
12 Onde canta o Sabiá.
   
  Minha terra tem primores,
  Que tais não encontro eu cá;
  Em cismar – sozinho, à noite –
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras,
18 Onde canta o Sabiá.
   
  Não permita Deus que eu morra
  Sem que eu volte para lá;
  Sem que desfrute os primores
  Que não encontro por cá;
  Sem qu’inda aviste as palmeiras,
24 Onde canta o Sabiá.

 

Coimbra, julho de 1843

(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira – antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)

 

TEXTO III

A Pátria

 

 

  Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
  Criança! não verás nenhum país como este!
  Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
  A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
5 É um seio de mãe a transbordar carinhos.
  Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
  Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
  Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
 

 

  Boa terra! jamais negou a quem trabalha
  o pão que mata a fome, o teto que agasalha...
 

 

  Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
  Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
 

 

15 Criança! não verás país nenhum como este:
  Imita na grandeza a terra em que nasceste!

(BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, São Paulo: Francisco Alves & Cia,1904, p. 114-115.)

 

TEXTO IV

Canção do expedicionário

(Guilherme de Almeida)

  Você sabe de onde eu venho?
  Venho do morro, do Engenho,
  Das selvas, dos cafezais,
  Da boa terra do coco,
5 Da choupana onde um é pouco
  Dois é bom, três é demais,
  Venho das praias sedosas,
  Das montanhas alterosas,
  Dos pampas, do seringal,
10 Das margens crespas dos rios,
  Dos verdes mares bravios
  Da minha terra natal.
   
  Por mais terras que eu percorra,
  Não permita Deus que eu morra
15 Sem que volte para lá;
  Sem que leve por divisa
  Esse “V” que simboliza
  A vitória que virá:
  Nossa vitória final,
20 Que é a mira do meu fuzil,
  A ração do meu bornal,
  A água do meu cantil,
  As asas do meu ideal,
  A glória do meu Brasil.
   
25 Você sabe de onde eu venho? 
  É de uma Pátria que eu tenho
  No bojo do meu violão;
  Que de viver em meu peito
  Foi até tomando jeito
30 De um enorme coração. 
  Deixei lá atrás meu terreiro,
  Meu limão, meu limoeiro,
  Meu pé de jacarandá,
  Minha casa pequenina
35 Lá no alto da colina
  Onde canta o sabiá.
   /.../

 

(POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educação e Cultura. Disponível em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.)

 

 

Analise a definição do substantivo “exílio”, extraída do dicionário Novo Aurélio Século XXI:

 

exílio (z). [Do lat. exiliu.] S. m. 1. Expatriação, forçada ou voluntária; degredo, desterro. 2. O lugar onde reside o exilado. 3. Fig. Lugar afastado, solitário, ou desagradável de habitar.

 

Sobre a possibilidade de interpretação desses sentidos nos textos I, II, III e IV desta prova, assinale a alternativa INCORRETA.

Ver questão